Não é novidade alguma que a comunicação social desportiva portuguesa é tudo menos isenta no seu jornalismo, invariavelmente com niveis de profissionalismo abismais. Só uma pessoa muito distraída ou desinteressada é que não tem conhecimento da crise de resultados desportivos do Sporting que, por natureza, precipitarão discussão sobre o desempenho do seu treinador, neste caso, Franky Vercauteren. Na ausência de notícias concretas, cada um dos periódicos cá do burgo aborda hoje a temática e dá a sua versão do estado das coisas, inferindo a existência de qualquer fonte de informação, anónima ou imaginária.
O pasquim do clube da Luz, com o seu usual mais «venenoso» discurso, «noticia» que Vercauteren «está preso por um fio» mas que Jesualdo Ferreira, apesar das pressões, «não quer liderar a equipa.» Já o Record, diz o óbvio, ou seja, não diz nada: «Os maus resultados no Sporting e a presença de Jesualdo Ferreira na estrutura do futebol fazem com que a posição de Vercauteren em Alvalade esteja em risco, mas, para já, o treinador só cairá se apresentar a demissão.» É praticamente o mesmo que dizer que quem se atirar à água vai-se molhar. Grande novidade, de facto.
O outro pasquim da família Cofina, o Correio da Manhã, como sempre, alega que «soube» qualquer coisa, neste caso que o Sporting está à espera de que Vercauteren «dê o passo e peça a demissão» e, por fim, o jornal O Jogo, por norma um pouco mais equilibrado na sua abordagem ao Sporting, noticia que houve uma reunião após o jogo com o Paços de Ferreira e que a decisão sobre Vercauteren está dependente do resultado do próximo jogo com o Olhanense. Como se não estivesse já antes do jogo com os pacences ou qualquer outro jogo.
Resumindo e concluindo, os esforços colectivos destes órgãos da comunicação social servem apenas para dar uma NÃO notícia e o leitor fica a saber exactamente o mesmo que sabia antes de ler as linhas dos banais escritos.