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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Pelos meus anos no futebol, semprei acreditei na filosofia de que a equipa mais desejada e eventualmente mais vitoriosa, é a que se apresenta com o maior equilíbrio entre sectores e consistência de jogo, designadamente ao que concerne defender e atacar bem, em partes iguais. Este será, porventura, o cenário ideal, mas tudo é relativo, porque as equipas mais ganhadoras nem sempre apresentam esta condição. O Bayern Munique justifica a minha tese, em que lidera a «Bundesliga» com 42 pontos em 17 jogos, 44 golos marcados e só sete sofridos. No extremo oposto apresenta-se o Manchester United, com uma época muito irregular, em termos da sua consistência de jogo, com um meio campo muito ambíguo e uma defesa vincadamente permeável, no entanto, lidera a «Premier League» com 7 pontos de avanço sobre o 2.º classificado Manchester City. A principal razão para este seu estado competitivo, é um ataque que até à 21.ª jornada produziu 54 golos - uma média de 2.6 golos por jogo - terceiro na Europa, apenas atrás dos 61 do Barcelona e dos 60 do PSV Eindhoven. A sua defesa surge, então, a desafiar a lógica do equilíbrio: com 28 golos sofridos, os «Red Devils» têm um défice defensivo superior ao 11.º classificado da Liga, o West Ham United. No quotidiano do futebol costuma-se dizer que marcar golos «tapa muitos buracos» e com Robin van Persie, Hernandez e Wayne Rooney na frente do ataque, com 32 golos entre eles, a margem de erro é enorme, embora com muitos sobressaltos, evidenciados pelo número de jogos que o Manchester recuperou mesmo ao fechar do pano.
Em Portugal, a equipa que mais acentua o desiquilíbrio é precisamente o Sporting. Classificado, como bem sabemos, em 12.º lugar, é reconhecida pela sua vulnerabilidade defensiva, no entanto, só tem mais um golo sofrido (16) que o terceiro classificado Braga. No extremo oposto, a falta de produção ofensiva explica, esclarecidamente, a realidade do momento: 11 golos marcados em 13 jogos - uma média de 0.8 golos por jogo - menos até do que o último classificado Moreirense, com 14, e a razão de ser dos seus 6 empates e cinco derrotas, estas pela margem mínima, excepto os 2-0 frente ao FC Porto. Curiosamente, o Barcelona acentua toda a sua potência ofensiva, com 61 golos em 18 jogos - uma média de 3.4 golos por joga - mas com mais 23 golos marcados e 11 pontos que o segundo classificado Atlético de Madrid, tem mais um golo sofrido, e com mais 16 golos marcados e 16 pontos que o rival Real Madrid, só tem menos 1 golo sofrido. Tudo isto vem a provar que não há um constante absoluto no futebol.
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