Estive a ler um artigo sobre o impedimento de Nani - recupera de uma operação ao nariz -, AshleyYoung, Chris Smalling e Javier Hernandez, em participarem no estágio de pré-época que o Manchester United vai realizar na Tailândia em breve. Pelos meus anos no Sudeste da Ásia, não imagino pior local para o efeito nesta altura do ano. Ainda hoje em Bangkok a temperatura está a 35ºC e a humidade a 80%, esta tornando o ambiente sufocante ao máximo. O nosso blogue tem leitores de Macau, China e dessa parte do Mundo, que poderão prontamente confirmar esta minha descrição.
O que esta situação serve para sublinhar, de modo esclarecido, é a importância da vertente indústria do futebol moderno, já que não acredito que os «Red Devils» se desloquem para tão longe com objectivos desportivos em mente mas, sobretudo, pelo incontornável marketing e merchandising que estão hoje tão associados ao futebol como as chuteiras aos jogadores. Reforçando este cenário, o Manchester United, em 2012, teve receitas brutas no valor de 367 milhões de euros, dos quais 115 milhões são provenientes do sector comercial. Adicionalmente, o clube tem um contrato de quatro anos de patrocínio com a internacional «Aon Corporation» que lhe paga 22 milhões de euros anuais e, outro, também de quatro anos, com a DHL, relativamente ao patrocínio no equipamento de treino, no valor de 45 milhões de euros. Por tudo isto e mais, o Manchester United não se pode limitar a escolher os seus locais de maior exposição pública, com o clima como factor preeminente, privilegiando a vertente indústria em detrimento da desportiva. Esta é uma incontornável faceta do futebol moderno e os clubes com a maior dimensão de marca, são os que retiram o maior proveito.