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O Sporting confirmou que o seu plantel pode não ser uma maravilha mas tem mais valor do que aquele que alguns "especialistas" têm pintado. Bastou, para isso, que Jorge Silas dispusesse de tempo para trabalhar, enfrentando a realidade e potenciando as qualidades da matéria prima que lhe deram.

Os leões jogaram taco a taco com o FC Porto e, na segunda parte, até sofrerem o segundo golo, foram claramente superiores.Não venceram por falta de coesão defensiva e falhas de marcação, mas também porque Vietto não é um finalizador.

Certo é que encontraram o rumo certo, importando agora a maior competência – que não sei se haverá – na gestão das entradas e saídas.

É que ouço falar muito, por exemplo, na partida de Macus Acuña, o último jogador que eu venderia, excepção feita a Bruno Fernandes. Um profissional que sofreu o que sofreu em Alcochete e que não desertou como outros, que se entrega a cada jogo como se não houvesse amanhã e que exibe ainda a qualidade técnica que resultou no golo do Sporting no clássico de ontem, vale ouro e faria uma falta irreparável. Foi simplesmente genial: o internacional argentino ganhou por antecipação uma bola a meio-campo e foi concluir o lance na cara de Marchesín...Cedê-lo a preço de saldo? Seria a estupidez no seu esplendor.

Em tempo: Silas deve rever a sua atitude nas conferências de imprensa. É que, pelo que se viu ontem, alguns perguntadores – daqueles que usualmente abanam o rabo a Bruno Lage e a Sérgio Conceição – aproveitam a cordialidade do técnico leonino para se afirmarem, confrontando-o de forma arrogante. É sacudi-los e pronto.

Alexandre Pais, Record

publicado às 04:32

img_192x192$2015_10_12_15_23_37_1005745_im_6366770... Mas voltemos (centremo-nos) ao (no) passado fim de semana, que havia começado mal para a rapaziada que vive da desgraça alheia – com a vitória do Sporting CP em Portimão. E por uma simples razão: se há equipa desprezada por muitos dos seus adeptos e criticada por quase todos os comentadores, é a do Sporting. 

No entanto, nem tudo o que parece é e os jogadores de Alvalade responderam agora, de forma soberba, aos que, como eu, acham que muitos deles não têm categoria para vestir a camisola leonina. Afinal, Silas pode ter um tesourinho nas mãos.

A jogar fora, a perder ao intervalo (1-2) e com menos um em campo – após uma expulsão inacreditável – o Sporting deu a volta ao marcador, recorrendo aos "patinhos (ainda mais) feios" que tinha no banco e, como sempre, ao desempenho sublime do seu capitão. Que exemplo notável de profissionalismo e capacidade de superação! 

Sim... se o trabalho e o talento comandam a vida, de pouco valeriam se a sorte não fosse procurada com determinação, coragem, sacrifício e um coração enorme. Tudo isso vimos, na agreste noite algarvia, numa dúzia de futebolistas que têm, afinal, categoria para jogar no Sporting.Chapeau!

Alexandre Pais, jornal Record

publicado às 05:02

Reflexão do dia

Rui Gomes, em 16.04.19

 

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"Bruno Fernandes, executante predestinado, motor de produção e capitão da equipa, catalisador da determinação e do orgulho leoninos, marcador de livres e de golos – também de cabeça! – o médio de 24 anos que a Sampdoria deixou fugir, por 8,5 milhões de euros, parece condenado a fazer parte do maior negócio da história do Sporting.

 

Sim, se João Félix valesse 150 milhões, quanto valeria Bruno Fernandes?".

 

Alexandre Pais, jornal Record

 

publicado às 03:18

O dia em que Acuña voltou do exílio

Rui Gomes, em 05.11.18

 

Tiago Fernandes, de cabeça fresca, viu de imediato o que nos parecia absurdo mas que José Peseiro teimava em ignorar: a qualidade de Acuña exangue no exílio da lateral. E ontem, em São Miguel, um rosto novo, uma mudança inteligente, uma energia recarregada e a atitude dos jogadores – sempre eles! – fizeram a diferença. 


Atrasado mental.jpgPara ser sincero, também me apetece defender José Peseiro, que em quatro meses no Sporting e perante circunstâncias particularmente difíceis cumpriu uma tarefa responsável e abnegada que merece elogios. Abandonado pela nova direcção – e até pelo "padrinho" Sousa Cintra – com o talento no plantel reduzido a 50 por cento e detestado por muitos adeptos que pedem a Lua, o treinador acabou, como se esperava, despedido, e como não se esperava de gente tão civilizada, afastado como um incompetente e um inútil. Deixo-lhe um aceno de simpatia, a vida continua.


Coisa diversa de apoiar Peseiro são as críticas ao direito de Frederico Varandas de tomar as decisões pelas quais só ele responderá. Afinal, o técnico dispensado veio do desemprego para o Sporting e teve mais uma oportunidade, ainda que difícil, penosa mesmo, de desenvolver o seu trabalho. E cometeu erros como aquele que o levou a mexer demasiado na equipa que escolheu para defrontar o Estoril. Fê-lo de forma suicida, após haver conseguido, frente ao Boavista, a melhor exibição da época e de ter perdido com o Arsenal de novo com a ajuda da fiel companheira que nunca lhe falha: a bruxa dos últimos minutos.
 
Isso para deixarmos no esquecimento que o árbitro prejudicou claramente os leões na partida da Liga Europa, ao fazer vista grossa a uma falta para grande penalidade. Nada que tivesse excitado muito aquela "boa imprensa" que queria à viva força ver Paulo Sousa em Alvalade – ui... do que o Sporting se livrou!

O sucesso das empresas, no futebol ou fora dele, não se compadece com sentimentalismos, e Varandas fez bem em mudar de treinador se entende, e para isso foi eleito, que defende assim os interesses do Sporting. Apesar de ninguém, para além dele e do amigo dr. Araújo, estar a ver como poderá Marcel Keizer melhorar a situação de uma equipa que continua a competir, quase intacta, em quatro frentes, e que segue até, no campeonato, em terceiro lugar e com dois pontos de vantagem sobre o Benfica.
 
A alegria dos cemitérios com que o holandês do presidente Varandas será recebido em Lisboa prenuncia vaias sem fim ao presidente quando a bola não entrar – ele tinha em Peseiro, que não escolheu, um seguro de vida e rasgou-o – e recomenda a Tiago Fernandes que se mantenha atento: depois de ontem, já não é só o filho do maior «capitão» da história do Sporting.

E não foi o despedimento de Peseiro que motivou os assobios que esperavam nos Açores por Varandas. Ele precisará de grandes êxitos desportivos para esbater a imagem daquela figura veneradora que emergia como uma sombra do banco do Sporting, repetindo os gestos tantas vezes destemperados do querido líder – que viria mais tarde a abandonar. Nada lhe será perdoado, a memória é uma chatice.
 
Alexandre Pais, jornal Record
 

publicado às 11:30

O notável engenheiro geracional

Rui Gomes, em 16.10.18

 

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Uma palavra de apreço é devida à Selecção e ao notável trabalho de renovação protagonizado pelo eng. Fernando Santos. Disputar duas partidas fora de casa e ganhá-las com clareza sem ter, no grupo de 25, jogadores da qualidade de Ricardo Quaresma, João Moutinho, Anthony Lopes, Raphaël Guerreiro, Manuel Fernandes, Bruno Alves, Gonçalo Guedes, André Gomes, Ricardo Pereira ou Gelson Martins, para nem sequer valorizar a ausência de Cristiano Ronaldo – e só nesta ‘short list’ são 11 os ‘excluídos’ – é proeza tanto maior quanto, ao contrário do que muitas vezes sucede, a Seleção jogou bem e teve ainda, frente à Polónia, momentos de empolgamento e brilhantismo. À legião de entendidos que exigia "renovação já", logo após a conquista do Europeu, há dois anos, respondeu o selecionador com uma rara aptidão para a ‘engenharia geracional’. O aproveitamento conjunto das gerações de Pepe e de Renato Sanches, e das intermédias, misturando classe e experiência com talento e ambição – constitui mais um sinal da inteligência, bom senso e competência de Fernando Santos. Que Deus o conserve!

 

Quando Cristiano Ronaldo coloca uma foto no Instagram, a treinar ou a passear, a publicação ultrapassa em menos de 24 horas os cinco milhões de ‘gostos’, no caso ‘corações’. Mas na semana passada – com o furacão Kathryn em intensidade máxima – uma imagem sua com a mulher e os filhos mais novos recolhia não cinco mas sete (!) milhões de aprovações. E se a generalidade dos ‘corações’ em fotos de futebol cabe seguramente aos adeptos, os sete milhões atingidos pela cena familiar só foram possíveis porque chegou à conta de CR7 no Instagram o apoio das mulheres. Não daquelas que odeiam o futebol e o próprio Cristiano como símbolo do que veem como uma ‘alienação’, ou tão pouco das mais fundamentalistas que condenam os homens sejam inocentes ou culpados, mas das mulheres desapaixonadas e justas, que apoiam o futebolista por simpatia e acalentam a esperança de que esteja inocente. 

 

Saliento isto porque discordo dos que defendem que a reputação de Cristiano Ronaldo está inapelavelmente danificada. O que lhe dá cabo da imagem são atitudes como as que teve recentemente com os prémios atribuídos ao ex-companheiro e amigo Modric – e que achava (mal) que deviam ser para si – , o que o levou a faltar às cerimónias de entrega e a revelar uma falta de ‘fair play’ que lhe fica mal. Já as acusações de Kathryn Mayorga só danificarão a sua reputação se vierem a ser provadas – porque só se tiverem existido factos, eles serão graves, criminosos e, então sim, inapagáveis.

Além disso, pretender que toda a lama atirada a uma figura pública portuguesa a possa condenar no tribunal da opinião pública é desconhecer o país. Se assim fosse, e só para dar três exemplos, Isaltino Morais não teria ganho a Câmara de Oeiras, João Vieira Pinto não seria vice-presidente da Federação de Futebol e Tomás Taveira não teria projetado três dos novos estádios do Europeu de 2004 – e também o da Luz, para ficar na gaveta, uma conversa à parte. Se tudo acabar num acordo semelhante ao de há nove anos – CR7 também disse que não pagaria ao fisco espanhol e foi o que se viu –, em que uma parte se considera ressarcida com dinheiro e a outra o que quer é ver-se livre do problema, Cristiano voltará a ser o ídolo de sempre para a maioria das pessoas. Porque para as restantes ele nunca foi nada e continuará a ser ninguém.

 

O meu último parágrafo (que já não me coube na edição impressa do Record) é desta vez dedicado à mais recente exposição mediática do ex-presidente do Sporting, que foi ao Campus de Justiça com a pretensão de ser ouvido no caso do assalto a Alcochete, pois correriam rumores de estar iminente um mandado de detenção. Por muito que nos custe, por exemplo, ver um militar que estava no estrangeiro ao serviço do País – e que regressou propositadamente para ser ouvido – percorrer algemado o caminho até ao tribunal, louvemos uma justiça que marca os seus próprios tempos, indiferente às agendas pessoais e às manias de cada um. É que não haveria igualdade perante a lei se os magistrados funcionassem segundo as vontades dos donos ou ex-donos disto tudo.

 

Alexandre Pais, jornal Record

 

publicado às 03:33

Nani errou mas Peseiro exagera

Rui Gomes, em 02.10.18

 

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José Mourinho perdeu os jogadores, ou boa parte dos que contam, e parece missão impossível reverter a situação do Manchester United, que à 7.ª jornada da Premier está a 9 pontos dos líderes Manchester City e Liverpool. Ótimo momento o que se avizinha para aqueles inimigos de Mou cuja existência se resume a manter a esperança de o ver falhar... E quase o mesmo se passa com Leonardo Jardim, que paga, com o Monaco na zona de descida da Ligue 1, os 400 milhões de euros de lucro que a sua gestão desportiva já rendeu aos acionistas do clube. O que é o futebol! 

 

Mas hoje quero falar-vos de José Peseiro e para isso tenho antes de me focar em Nani e na sua realidade: tem uma excelente carreira e passou ao lado de outra no patamar dos melhores futebolistas do Mundo. Não o conheço, embora tenha, ao longo dos anos, formado uma ideia sobre ele – julgo tratar-se de uma boa pessoa que tem, ocasionalmente, gerido mal alguns comportamentos e, demasiadas vezes talvez, o percurso profissional. Desde que saiu de Manchester, foram emblemas e impedimentos físicos a mais e falhanços sucessivos. O seu afastamento do último Mundial – aos 31 anos e com o registo de 112 internacionalizações – constituiu o corolário do período de pré-decadência que atravessou.

 

Feito o ‘reset’, o regresso abriu novos horizontes e relançou-lhe a carreira, e a situação complexa que veio encontrar em Alvalade, somada à experiência e ao peso indiscutível do currículo, fizeram-no capitão de equipa – mais do que justo!

Então, com a época a fluir relativamente bem, para ele e para o Sporting, como entender a obtusa reação à substituição em Braga, que levou Peseiro aos arames? Se quer aproveitar esta rara boleia do relógio do tempo, voltar à Seleção e garantir um final de carreira feliz onde pertence, Nani vai ter de travar de vez o seu pior inimigo: o Nani impulsivo que sempre teima em tornar a fazer o que não deve.


Mas nesta história José Peseiro também precisa de parar para pensar naquilo que de facto é: um treinador mal-amado e a prazo, seja lá qual for esse prazo. O Sporting está ainda demasiado ferido para suportar que quem foi contratado para unir alimente mais problemas. Nani errou, ponto. E Peseiro deixou-o nu na praça pública, na conferência de imprensa antes do desafio com o Marítimo, pelo que não podia ter perdido, como perdeu, a oportunidade de encerrar o assunto de forma generosa nas declarações feitas após a vitória de sábado. Exagerou e agora ou compreende que o seu papel em Alvalade não é o do ‘todo poderoso’ ou irá em breve pagar por isso. É dos livros: atirando-lhes gasolina, corre-se o risco de as chamas virem para cima de nós...

 

Alexandre Pais, jornal Record

 

publicado às 04:17

Quatro nomes que são afinal cinco

Rui Gomes, em 31.07.18

 

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Se o internacional francês Djibril Sidibé vier a ser transferido do Mónaco para o Atlético de Madrid, como se espera, as vendas do emblema monegasco nas derradeiras quatro épocas ultrapassarão os 820 milhões de euros, o dobro daquilo que o clube gastou, no mesmo período, a contratar jogadores. Duvido que exista ou tenha existido no passado, no mundo do futebol, um êxito de gestão financeira dessa envergadura, para mais num clube que conseguiu ser campeão e luta sempre em todas as frentes por alcançar títulos. Leonardo Jardim é o grande responsável por esse sucesso e vai ser muito bom poder acompanhar o desenvolvimento da sua carreira. Até onde chegará? Ainda tive uma vaga esperança que ele fosse a escolha do Real Madrid para suceder a Zidane, mas Florentino Pérez preferiu meter-se numa alhada. Azar dele.


Magistral o desempenho da talentosíssima Selecção de sub-19 – mais uma enorme geração de futebolistas que começou a impor-se – e perfeita a liderança de Hélio Sousa, repetindo a conquista do Europeu de sub-17, há dois anos, que não valorizámos o suficiente face ao estrondo da vitória da nossa equipa principal. Curiosamente, foi com a final perdida pelos sub-19, em 2014, primeira de seis alcançadas em quatro anos, que se tornou indiscutível o mérito do trabalho da Federação Portuguesa de Futebol e da presidência de Fernando Gomes. Tal como no caso de Leonardo Jardim, são os resultados – e não as simpatias, os lóbis ou as opiniões – que decidem quem vence e quem é derrotado.

Afinal, Jonas fica ou sai? Se ficar, pode ser um erro, pois o brasileiro é bem capaz de passar boa parte da temporada fisicamente diminuído, uma vez que o corpinho insiste, aos 34 anos, em dar sinais de alerta. Se sair, pode ser um erro porque o Benfica perde golo, garra, lucidez no ataque e um perfume de futebol que só os grandes artistas produzem. Difícil encruzilhada, essa. 

E fecho hoje os dois últimos parágrafos a verde e branco, começando pela anedota de há dias, quando se falou que Luís Figo estaria a ponderar uma eventual candidatura à liderança do Sporting. Claro que com a ligeireza com que surgiu, a "ponderação" terminou naquilo que todos nós, veteranos destas guerras, esperávamos: em zero. Figo fez bem porque a sua falta de empatia com os adeptos leoninos levá-lo-ia muito provavelmente à derrota. E foi bom também para o Sporting, já que o risco de o seu antigo jogador poder ganhar existiria sempre e o clube já tem, nesta altura, duas ou três alternativas melhores.

Agora, que se vêem tantos candidatos à presidência dos leões, parece-me ser o momento oportuno para recordar aqui os difíceis tempos de há 30 anos, quando o clube estava quase falido e atravessava a maior crise da sua história até então. Os notáveis de Alvalade hesitavam em avançar ou arranjavam desculpas – e Sousa Cintra, chamado a apoiar Carlos Monjardino, não teve outro remédio que não fosse fazer-se à estrada. Na crónica da próxima semana, o actual líder da SAD leonina contará, em discurso directo e ao pormenor, como se candidatou às eleições de 1989, que veio a ganhar, sucedendo a Jorge Gonçalves e salvando o Sporting.

 

Alexandre Pais, jornal Record

 

publicado às 06:02

 

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Em 1989, quando Sousa Cintra foi presidente do Sporting, aos 44 anos, no Portugal sem televisão privada e sem internet ele tornou-se o homem do momento. Recordo que a revista ‘Élan’ lhe fez uma entrevista de vida, assinada pelo José Neves de Sousa, que levou a minha filha Teresa como assistente. As fotos efectuaram-se junto aos ascensores do Hotel Tivoli, por onde o jovem Cintra passara, sublinhando-se com isso que o empresário de sucesso subira a corda a pulso.

 
Nos anos seguintes, José Sousa Cintra ficaria muito popular entre os jornalistas, pela disponibilidade e pela frontalidade do discurso, pelo deslumbramento que não escondia, pelo dicionário peculiar a que recorria – e a que continua a recorrer pelo que se lhe tem ouvido por estes dias –, mas igualmente por terminar as conversas com paletes de refrigerantes, garrafas de água e pacotes de batatas fritas que distribuía pelos repórteres. Ficou até lendário o episódio que interpretou ao volante do seu Mercedes, quando dava boleia a alguns repórteres: acabou de beber água de uma garrafa e lançou-a pela janela, que julgava aberta... mas que tinha, afinal, o vidro fechado. Seguiu-se o impropério resultante da cena caricata e o riso generalizado.
 
Talvez por achar que Sousa Cintra teve a sua época e que o Mundo é outro, alinhei nas críticas em que se dava a escolha para integrar o Conselho Directivo dos leões e liderar a SAD como uma pataratice de Jaime Marta Soares. Afinal, a história não se repete e quase um quarto de século depois de deixar a presidência dos leões e já para lá dos 70 anos, tudo indicava que teria, neste regresso ao Sporting, tanta sorte como a das cervejas Cintra. Felizmente, enganei-me, o homem está vivo, amadureceu, sabe o que faz e tem metido – com lucidez, determinação e amor à causa – mãos à obra de salvação leonina. Ou não fosse ele um mestre da sobrevivência.
 
Em menos de um mês, Cintra devolveu a tranquilidade possível a Alvalade, despachou o treinador sérvio – e outros cavalos de Tróia, com excepção de um, que por lá resiste para vir contar o que se passa –, tentou o regresso de Jorge Jesus, chamou José Peseiro, contratou Nani, recuperou Bruno Fernandes e Bas Dost, vendeu bem Piccini, está no tudo por tudo por Battaglia e Rafael Leão, e vai reforçando o plantel de modo a mitigar os efeitos negativos do que já não pôde travar: as saídas de Rui Patrício, William, Podence, Rúben Ribeiro e Gelson – e a consequente perda de muitos milhões de euros.
 
Milagres, Sousa Cintra não consegue fazer, mas o trabalho que tem vindo a desenvolver é simplesmente notável.
 
Alexandre Pais, jornal Record
 

publicado às 12:00

Reflexão do dia

Rui Gomes, em 17.07.18

 

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"A cada dia, surge mais um candidato a presidente do Sporting, o que faz o demitido alimentar a esperança – será que... Alguns dos nomes anunciados são de rapaziada de dois por cento, outros não irão além dos 10, pelo que o novo líder poderá ser eleito com 20 e tal por cento dos votos, uma tragédia. Há pessoas que não aprendem com a desgraça e põem à frente do futuro do clube os seus egos ocos mas descomunais".

 

Alexandre Pais 

 

publicado às 13:43

O maior erro da vida de Cristiano

Rui Gomes, em 10.07.18

 

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Escrevo esta crónica após dias a ouvir e a ler que a contratação de Cristiano Ronaldo pela Juventus estava "por horas". Vou admitir, assim, que o leitor continue hoje à espera daquela que será uma boa notícia para a Juventus FC e ainda para Jorge Mendes, mas péssima para o Real Madrid e para o craque português.

 

Para o clube da capital espanhola porque renuncia, estupidamente, à sua maior referência, um jogador na plena posse das raríssimas capacidades que o tornam único e que marcou, em nove épocas, 451 golos em 438 jogos – proeza irrepetível. Para Cristiano porque perderá "na secretaria" o seu épico duelo com Messi, baixando "três escalões desportivos", como escreveu Juanma Rodriguez, na "Marca". E indo para um futebol decadente, que falhou o Mundial e reduziu para metade o talento de João Mário – só para dar um exemplo que esteve há pouco à vista de todos. 

Implacavelmente marcado, Cristiano bem pode dizer adeus à média de um golo por jogo! Aliás, a opinião de Lothar Matthaus, lenda do futebol alemão, em entrevista à La Gazzetta dello Sport dispensa comentários:

 

"O campeonato italiano já não tem o nível do passado. Creio que Cristiano Ronaldo não sairá, joga no melhor clube do Mundo, com o qual ganhou tudo. Não vejo porque deveria ir para a Juventus. O estilo de futebol italiano não é para Ronaldo. Todos estariam dependentes dele, o jogo em Itália é mais defensivo e ele perderia rapidez".

 

Serão os interesses, legítimos, de Jorge Mendes a ajudar Cristiano a cometer o maior erro da carreira e talvez da vida?

 

Alexandre Pais, jornal Record

 

publicado às 17:00

O manicómio de Alvalade

Rui Gomes, em 05.06.18

 

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Devemos todos olhar para a crise do Sporting, relativizando o problema dentro do espaço reservado às necessidades de tratamento psiquiátrico: é que vivemos num país que entrou em transe com os incêndios do ano passado mas onde mais de dois mil (!) proprietários foram agora alvo de contraordenações por não limparem os seus terrenos. Ou seja, preferem perder os bens, e até morrer, a cortar as árvores encostadas às casas, a afastar as pilhas de lenha e a retirar os montes de tralha.

 

Sugeria até a Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros, que nos tempos livres entre as asneiras que protagoniza, com os outros artistas, em Alvalade, perguntasse ao Governo – e para isso ele tem o grande jeito que falta a quem devia – se no que toca às propriedades do Estado, às matas das grandes empresas e às beiras das estradas o trabalho está bem feito. Desconfio que não. Por isso, tenhamos calma e integremos o manicómio de Alvalade na vasta rede nacional de cuidados de saúde mental. Até à hora do colete de forças, há sempre esperança.

 

Alexandre Pais, jornal Record

 

publicado às 04:00

Enlevo dos papás ataca em Espanha

Rui Gomes, em 17.04.17

 

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Há três escalões na marginalidade jovem. O nível mais baixo é o dos simplesmente bandidos, aquele em que se integram tanto delinquentes comuns como aspirantes ao mundo do crime e que podem, por exemplo, estagiar numa claque desportiva. E ali mostrar a sua baixeza, em cânticos de ódio e até de desejo de morte dos adversários – que a TV repetidamente reproduzirá para que outros anormais decorem o refrão.

 

No degrau intermédio temos o grunho, o inútil que não estuda nem trabalha e que passa os dias no ginásio a tratar da tableta abdominal ou a circular num chaço com o rádio aos berros – e a gasolina paga, tal como as bifanas e os copos, com uns cobres desviados de uma prestação social lá de casa.

 

É nesta última massa que se faz o recrutamento para os reality-shows que irão depois servir de escola ao terceiro escalão de energúmenos: o dos meninos-família enlevo dos papás, como os que destruíram agora equipamentos hoteleiros em Espanha. Não, não são os mil apontados nas notícias, apenas umas dezenas de imbecis antissociais que sempre se governam nas confusões.

 

Animemo-nos com a larga maioria de jovens que não se revê nesta onda suja e não faz parte da assustadora caterva de baderneiros que envergonha o país.

 

 

Texto da autoria de Alexandre Pais

 

publicado às 03:27

 

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Recuperar 7 pontos ou 10 ou 12 é possível? Tudo é possível enquanto matematicamente não se tornar impossível. O que não vale a pena é continuarmos a alimentar a ideia de uma disputa de campeonato a três, quando um deles provou que não tem, para já, condições para se opor com êxito aos rivais – e atirou até a toalha ao chão. Refiro-me, obviamente, ao Sporting e ao conformismo de Jorge Jesus, que ao salientar, no final do clássico, o recurso a meia-dúzia de jogadores da formação, logo acrescentou: “Claro que isso paga-se…”

 

O problema é que se paga duas vezes, por não se ter optado no início da época por essa estratégia – com os riscos inerentes – e se ter dispensado os jovens talentos para acolher reforços tão imprestáveis como Douglas ou Petrovic, André ou Castaignos, para não falar na estranha insistência num tal Bruno Paulista.

 

Seria natural, e bom para o Sporting, que Bruno de Carvalho aproveitasse o próximo mandato para assumir de vez a aposta na formação, ainda que para isso seja necessário colocar mais dois ou três anos de paciência em cima dos já perdidos. A obsessão por ser campeão, dê por onde der, é o caldo perfeito da desgraça eterna: pelo dinheiro que se esbanja e pelo título que nunca mais chega.

 

 

Artigo da autoria de Alexandre Pais

 

publicado às 16:39

 

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E de degrau em degrau, o Sporting prossegue a sua descida aos infernos. A eliminação da Taça é apenas a sequência lógica da instabilidade permanente que Bruno de Carvalho acabou por transmitir à equipa. Depois de um período inicial em que reduziu o passivo, arrumou a casa e voltou a pôr Alvalade no mapa, a agressividade do presidente, sem pausas e investindo contra tudo e contra todos, contaminou a equipa e meteu os jogadores no olho do vulcão. E ao deixar os capitães de equipa prestar contas aos adeptos irados e sem mandato, destruiu a autoridade do treinador, expôs o plantel à turba e enfraqueceu de vez a sua coesão e o seu equilíbrio. A democracia popular também não funciona no futebol.

 

Estranhamente, no final da partida, em Chaves, Bruno de Carvalho substituiu o seu habitual rosto de falcão pronto a atacar por uma face triste de pomba perdida na tempestade. Afinal, não percebeu que os desafios se ganham dentro do campo e não fora, e que o futebol tem hoje mais de ciência do que de voluntarismo. E quando a sorte se vai e todos ficam contra todos, tudo passa a correr mal – a batalha perdeu-se.

 

 

                                                                                                    Alexandre Pais

 

publicado às 07:18

"Perguntem ao Coroado"

Rui Gomes, em 10.01.17

 

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Sporting e FC Porto, cada vez mais afastados do líder Benfica – são já 8 e 6 pontos, respectivamente –, assestaram em definitivo as baterias nos erros de arbitragem, tão velhos quanto o próprio futebol. E é justo reconhecer-lhes o direito à revolta, pelo muito que têm sido prejudicados por árbitros canhestros, destacados para dirigir desafios para os quais não dispõem de capacidade técnica, autoridade ou sequer bom senso. Trata-se de uma situação que resulta de anos de escolha dos piores caminhos para a preparação e selecção dos juízes de campo, embora assistindo, por exemplo, a jogos da liga espanhola, se vejam arbitragens ainda piores do que aquelas que temos em Portugal.

 

O que não vemos é badernas no final das partidas, como sucede por cá. Nisso, a primeira responsabilidade cabe aos árbitros, como se viu no Bonfim, quando Rui Oliveira apontou para a marca de penálti: Jeferson protestou aos berros, encostando a cara e o peito ao árbitro, sem que visse o devido cartão vermelho. Foi, aliás, tão bem sucedido que Coates imitou a graça, ficando também impune.

 

E tudo isto acontece porque os jogadores sentem cobertura para o seu comportamento, como se confirmou a seguir, com o treinador e o presidente a ajudarem ao triste fim de festa. Houvesse coragem e vergonha em quem manda e nada disto se repetiria, por muita razão que assista ao Sporting.

 

Quanto aos dirigentes do apito, à nora no bananal, dou-lhes um conselho: se não sabem resolver o problema, perguntem ao Coroado.

 

 

Artigo publicado no jornal Record da autoria de ALEXANDRE PAIS.

 

publicado às 03:44

"João Pereira e o seu outro eu"

Rui Gomes, em 24.11.16

 

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Um artigo da autoria de Alexandre Pais - ex-director do jornal Record, bem conhecido pela sua pena encarnada - da sua rubrica semanal Quinta do Careca, intitulado João Pereira e o seu outro eu, em que comenta o jogo com o Real Madrid e, em especial, o incidente que levou à expulsão do defesa do Sporting.

 

Alguns pontos interessantes e até certeiros no escrito, que começa deste modo:

 

«Tal como não se pode fugir ao destino, também da fama de ter maus fígados não nos livramos. Estou a pensar em João Pereira, esse desistente de carreira que o olho de falcão, perdão, o olho de lince de Jorge Jesus em hora feliz foi buscar à prateleira dos infernos».

 

Uma outra consideração sua, porventura displicente mas, ao mesmo tempo, intrigante:

 

«Numa das redes sociais, substitutas por excelência das antigas portas das retretes públicas, alguém mais perverso – e perversidade é o que por lá não falta – escreveu que João Pereira quer seguir a carreira de João Vieira Pinto. E que se este conseguiu, também ele quis iniciar a sua caminhada para futuro quadro da Federação».

 

Nunca me veio à ideia que João Pereira ambiciona uma posição na FPF depois de terminar a sua carreira de futebolista, mas, sendo verdade, será justo duvidar que tenha os "padrinhos" que João Vieira Pinto tem no seu bolso, não vá alguém pensar que o cargo que desempenha deve-se a mero mérito.

 

Uma outra consideração, agora como Gelson Martins como alvo, que no contexto deste jogo não é inteiramente injusta, embora se admita que Alexandre Pais não resistiu carregar o encarnado:

 

«Manda igualmente a verdade que se diga que Jesus não tem, ainda, uma equipa madura. Basta recordar dois lances de Gelson Martins, no princípio do segundo tempo. Num, ficou à solta pela direita, aproveitando a queda de Marcelo, e fez um centro rasteiro, à toa, para o meio dos defesas, o que deixou o treinador à beira da apoplexia. Minutos depois, isolado na grande área, centrou atrasado para “ninguém”, quando se impunha o remate cruzado. Adiou a sua afirmação, revelando que tem muito para aprender e crescer».

 

publicado às 05:03

Moniz Pereira, o cultor da família

Rui Gomes, em 08.08.16

 

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Como já tive ocasião de escrever aqui, várias vezes, não sou fã de Alexandre Pais - antigo director do jornal Record - mas gostei deste seu artigo, com o título do post, em homenagem ao Professor Moniz Pereira:

 

«A tristeza pela morte de Mário Moniz Pereira atravessou a sociedade portuguesa e até aqueles que não eram admiradores do professor – que dizia o que pensava sem se preocupar em agradar – se juntaram aos coros de elogios pela obra que nos legou.

 

De modo geral, todos os canais cumpriram bem a tarefa de salientar o estatuto do desportista que desaparecia e a sua decisiva importância nas grandes proezas do nosso atletismo – de campeões europeus, mundiais e olímpicos, a recordes do Mundo e êxitos sem conta no corta-mato, tudo se conseguiu pela fé, competência e determinação de Moniz Pereira.

 

Mas quero salientar o programa que a RTP retransmitiu na noite de segunda-feira porque permitiu sublinhar também a estatura do homem que, através dos filhos e netos, permanece. É que Moniz Pereira tinha, além do desporto e da música, um terceiro e relevante culto: o da família – que chegava a juntar em “congressos” de mais de oito dezenas de pessoas. E de tudo tirava notas, arquivava registos, guardava memórias – e como era prodigiosa a sua!

 

Num período da existência humana em que se rasgam princípios e perdem valores, torna-se ainda maior a dimensão do vulto que partiu, deixando que sobre para nunca ser esquecido».

 

 

a) Imagem: última edição do jornal Sporting.

 

publicado às 21:18

 

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Não sei bem o que é mais confrangedor: Alexandre Pais a desacreditar o Sporting - como ele tem feito sistematicamente nos seus escritos ao longo dos anos - e a permitir sob a sua supervisão que o emblema do Sporting fosse rasurado da touca do nadador Alexis Santos - bom «lampião» que é - ou, como é agora o caso, a escrever um artigo em que louva Bruno de Carvalho e, em simultâneo, ultraja com insulto a fracção do universo leonino que ele designa "a brigada do croquete". 

 

O entulho de Pais: "(...) E é também tempo para a brigada do croquete, que pretende honrar os pergaminhos do seu passado e continuar a enterrar o Sporting, ficar a brincar com os netinhos e deixar rolar a bola. Depois, se ainda tiverem voz, então falem."

 

Será tudo menos surpresa que há quem venha prontamente subscrever esta afronta do ex-editor do jornal Record, mas vindo de um devoto "lampião" - sócio do Belenenses - devia ser caso sério para reflexão e auto-estima.

 

Para ser sincero, nunca levei à letra as alegações do meu colega City Lion sobre o que ele considera ser a "lampionização" do Sporting, mas começo a pensar que esta tese não é sem fundamento. Em última análise, é prova concludente, caso houvesse algumas dúvidas, que este diário desportivo tornou-se em um emissário propagandista do Sporting de Bruno de Carvalho.

 

publicado às 04:41

 

Alexandre Pais - Record - escreveu um artigo de opinião em que aborda a ida, ou não ida, dos restos mortais de Eusébio para o Panteão Nacional. Para o efeito deste escrito, essa discussão não interessa, salvo por dois parágrafos do texto que dão substância ao título do post: "A razão que a própria razão conhece":

 

 

«(...) Um critério futuro deverá considerar não só a dimensão da personalidade, e o que acrescentou a Portugal e à sua projecção no Mundo, mas em especial a sua resistência na memória colectiva. E se já poucos de nós, injustamente é certo, recordam a obra, por exemplo, de João de Deus, há a garantia plena de que, dentro de 50 ou 100 anos, Eusébio continuará uma lenda.

 

Isso acontecerá com as gerações vindouras da mesma forma que admiramos hoje carreiras como as dos "cinco violinos" e de Fernando Peyroteo, o goleador dos goleadores portugueses - que só a inexistência de televisão e de provas europeias, na época em que foram grandes, afastam de exaltação permanente.»

 

A razão que a própria razão conhece, embora queira crer que daqui a mais 50 ou 100 anos - continuando o Sporting a existir - os "cinco violinos" e Fernando Peyroteo continuarão na memória colectiva dos desportistas, em geral, e dos sportinguistas, em particular. A única pergunta que nunca terá resposta adequada é: o que seriam eles no futebol moderno, especialmente um goleador nato como foi Fernando Peyroteo ?

 

No contexto geral desta discussão, não tenho o mínimo de dúvida que quando terminar a sua carreira, Cristiano Ronaldo ficará na história como o melhor futebolista português de todos os tempos, Eusébio não obstante. Não é somente o mediatismo dos tempos de hoje - por determinante que seja - mas muito mais os seus feitos no relvado, que não deixarão margem para equívocos. Na segunda-feira vai abrir novo capítulo na sua história como o primeiro jogador luso - e formado no Sporting - a ser distinguido com duas Bolas de Ouro, disso também não tenho dúvidas, porque nem a FIFA terá a ousadia de manipular esta eleição.

 

publicado às 19:26

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