Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O médio brasileiro Elias, em entrevista ao jornal "Globo" do Brasil, fez declarações deveras preocupantes e que desprestigiam o Sporting, em relação à sua saída do Clube em Janeiro de 2013 por empréstimo ao Flamengo, com opção de compra, até Dezembro de 2014.
Não é causa para espanto constar que os salários do jogador estavam então em atraso, o que mais surpreenderá é vir a saber que o atraso é de oitos meses, disposição, no mínimo, desagradável. Isto, partindo do princípio que o jogador diz a verdade e, neste momento, não há nada a contrariar a sua versão da situação. É também possível depreender que a verba aplicável aos meses em atraso ainda estará por liquidar, uma vez que o jogador alega que tentou então "fazer o acordo dessa dívida, mas não foi possível" e que "vamos ver a medida que vou tomar para defender o meu futuro."
Ele querer defender os seus interesses e resolver esta questão é perfeitamente natural e compreensível. Já mais intrigante é a sua decisão em vir a público agora, alegando que não o fez na altura para "não atrapalhar o Sporting e as eleições que estavam a decorrer." Dá para pensar que pela sensibilidade e importância da contenda, ele teria optado por abordar o Clube discretamente - este, que terá total conhecimento do caso - para uma resolução que seja ao agrado de ambas as partes.
Confirmando-se, é mais uma mancha na imagem do Sporting da responsabilidade da anterior administração da SAD. Recorde-se que Elias chegou ao Sporting do Atlético de Madrid em Agosto de 2011, por 8,85 milhões de euros, a contratação mais cada da história do Clube. Em Setembro desse mesmo ano, 50 por cento dos seus direitos económicos foram alienados ao fundo de investimento "Quality Football Ireland" por 3,85 milhões de euros. De acordo com o RC até 31 de Dezembro de 2012, o Sporting ainda detém 50 por cento do seu passe, sob um investimento de 5 milhões de euros.
Como era de esperar - sendo o Sporting que está em causa - a comunicação social desportiva cá do burgo está a dar exposição total ao caso, em severo contraste com os "paninhos quentes" que aplicaram à outra recém-notícia de que o Benfica acaba de vender um jogador que teoricamente não era seu. O campo está sempre inclinado !
Adenda: O Sporting publicou entretanto um comunicado em relação às declarações de Elias, em que anuncia, entre outras coisas, que "as declarações do jogador são inoportunas e o seu teor é falso". Um caso a requerer esclarecimento.
Muito embora o Sporting ainda não tenha emitido comunicado oficial, o Flamengo já o fez no seu site. Elias vai para o emblema brasileiro por empréstimo por um ano, com opção de compra. O Flamengo assume a totalidade do seu salário - cerca de 160 mil euros mensais - e espera-se confirmação se também pagou o milhão de euros que o Sporting estava a exigir pela transferência.
A lembrar, o jogador brasileiro chegou ao Sporting no ínicio da época de 2011/12, ao custo de 8,850 milhões de euros, a contratação mais cara na história do Clube. Pouco tempo de pois - salvo erro em setembro - vendeu 50 por cento dos seus direitos eoconómicos ao fundo «Quality Football Ireland» por 3,850 milhões de euros, ficando, por este meio, com um investimento de 5 milhões de euros no jogador.
Enquanto em representação do verde-e-branco, Elias participou, como titular, no total de 48 jogos, e como suplente utilizado em 3 jogos, jogando o total de 3659 minutos. Em todas as competições marcou 6 golos e, enquanto em campo, a equipa marcou 76 golos e sofreu 49.
Eu próprio admito que o jogador que veio do Atlético de Madrid para Alvalade, depois de já ter representado emblemas como o Palmeiras, Corinthians e a Juventus, não satisfez a elevada expectativa, no entanto, não houve uma única pessoa no «milieu» futebolístico português que não tivesse louvado o jogador e a aquisição, à partida. Agora, pós facto, vão surgir os inevitáveis sábios - que na realidade não percebem patavina - a criticar a decisão do Conselho Directivo do Sporting pela contratação deste activo.
O mundo do desporto profissional oferece sempre este tipo de alçapão para quem compra e vende atletas, por muito notáveis que eles sejam. A exemplo, será que os mesmos «sábios» terão antecipado o flop que se tornou Fernando Torres no Chelsea, chegando ao clube como um goleador exímio de registo a troco de 40 e não sei quantos milhões?...A realidade é que a contratação de Elias fez sentido - antecipando que ele seria o «patrão» do meio campo leonino - e até é de louvar a coragem do Conselho Directivo pelo inevitável risco assumido com este tipo de aquisição. Não resultou, e as razõres para este desfecho das coisas não são muito claras neste momento. Se por deficiência técnica do jogador, em si, ou por consequência do desclabro do colectivo. O presente negócio com o Flamengo deverá ser interpretado como o melhor possível, nas circunstâncias, já que a improdutividade da equipa não serviu para valorizar este ou qualquer outro activo, salvo, possivelmente, e por razões óbvias, Rui Patrício. Não se previa que surgisse um clube, nomeadamente do Brasil ou de Espanha, interessado em adquirir este jogador, no imediato, sem primeiro verificar a sua capacidade para contribuir.
Está para ver se o Sporting irá colmatar esta saída com outra aquisição de fora ou se utilizará um dos dois ou três mais atraentes jovens da equipa B. Sinto-me mais inclinado para esta última opção, apesar da ausência de Schaars, por lesão.
O futuro de Elias não está muito fácil de resolver. Segundo as últimas notícias do Brasil, o Flamengo aceitará pagar o salário pretendido pelo jogador mas os valores exigidos pelo Sporting e o fundo «Quality Football Ireland» é uma contenda muito mais complicada. Na eventualidade de não haver acordo dentro de uma semana, é muito provável que o destino do jogador seja a Espanha.
Já quanto a Izmailov, aparenta existir um impasse pelo não acordo quanto aos jogadores que o Sporting pretende para ceder o seu activo. Cinco nomes foram ventilados pela comunicação social mas, ao certo, desconhece-se o fundamento dessa informação. Questionado sobre o caso, Vítor Pereira, treinador portista, admitiu que poderão surgir alterações ao plantel, mas recusou adiantar mais.
Perante este cenário, é de admitir que estes dois casos, em particular, ainda se vão arrastar por mais algum tempo.
A saída de Elias aparenta ser inevitável, até porque o jogador regressou ao Brasil mesmo antes do fim do ano, presumivelmente para tentar encontrar novo clube. A lembrar - a contratação mais cara na história do Sporting - chegou a Alvalade do Atlético de Madrid em agosto de 2011 por 8,85 milhões de euros e assinou contrato válido até 30 de junho de 2016, com uma cláusula de rescisão de 40 milhões de euros. Em Setembro de 2011, o Sporting vendeu 50 por cento dos seus direitos económicos ao fundo «Quality Football Ireland» por 3,850 milhões de euros.
Ninguém refuta o mais óbvio, um rendimento desportivo muito aquém das expectativas, salvo em meia dúzia de jogos. Dito isto, e não obstante os pareceres dos iluminados da praça - após facto, como é usual - não houve, à partida, uma única crítica no «milieu» futebolístico em Portugal à contratação, em contrário. Quero crer que tem talento para muito mais do que demonstrou no Sporting mas, face às circunstâncias, só o futuro poderá esclarecer se o problema é de carácter individual ou se foi afectado pelo descalabro colectivo.
No cenário actual, não dá para imaginar que surja um clube a querer adquirir os seus direitos económicos, pelo menos por qualquer montante a aproximar o custo original. Muito por isso, a alternativa mais plausível será a via do empréstimo que, no mínimo, aliviará a folha salarial.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.