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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
As compras de José Mourinho ao longo dos anos já permitiram ao Benfica arrecadar cerca de 78 milhões de euros e ao FC Porto 68,6 milhões. Entre outras considerações, dá para pensar que se Rui Patrício fosse de um desses clubes, especialmente do de Carnide, que o técnico português já teria encontrado o guarda-redes que procura. O timing e a oportunidade na vida são questões muito curiosas. Quem sabe onde estaria hoje o "Special/Happy One" se o Sporting - pelas mãos de Manuel Fernandes - não o tivesse ido buscar a Setúbal para ser o tradutor de Bobby Robson.
Um texto da autoria de Lídia Paralta Gomes - Record - sobre o "clássico" do Dragão, do qual transcrevo apenas três parágrafos mais relevantes:
"(...) Mas a verdade seja dita: o Benfica não perdeu o campeonato no Dragão. Perdeu-o no imprevisto empate com o Estoril, no primeiro indício de que a meia-final da Liga Europa frente ao Fenerbahçe tinha marcado o fim da réstia de frescura física da formação de Jesus. Sem esse empate, O Benfica jogaria no Porto sem pressão, o ideal para uma equipa em frangalhos. Assim não foi. Talvez por isso acusem os encarnados de não terem feito tudo para ganhar no sábado.
Vejo por outro prisma. Face à falência da condição física dos seus jogadores, Jesus só podia jogar em contenção. Jogasse de peito feito e sujeitava-se à goleada. E até ao milagroso remate de Kelvin, a estratégia do Benfica resultou na perfeição.
Resta agora ao Benfica fazer das tripas coração em Amesterdão. O jogo de quarta-feira pede verdadeiros gladiadores na Arena, para que o Benfica não viva aquilo que em 2004/2005 viveu e sofreu o Sporting: numa semana perder campeonato e, na altura, Taça UEFA. Essa época, em que o Sporting era de longe a equipa que melhor futebol praticava na Liga... (...)."
Observação: O empate com o Estoril é visto à conveniência de memória selecta pelo infâme jogo na Luz frente ao Sporting. Na realidade, perdendo os três pontos como devia ter perdido - houvesse justiça e arbitragem imparcial - e com os outros dois do jogo com o clube da Linha, o Benfica teria chegado ao Dragão com um ponto de atraso em relação ao FC Porto, e o cenário alterava-se significativamente. E, agora, estaria a quatro e o clube do Norte já celebrava o título.
Como já indiquei em um outro texto, a única pessoa em posição para poder avaliar a condição física da equipa é Jorge Jesus, tudo o resto vindo da praça não passa de meras conjecturas. Mas mesmo admitindo esse condicionante, não dá para compreender o ilusório argumento que se o Benfica tivesse jogado no Dragão em carácter - o seu desde sempre jogo ofensivo - seria goleado. Acho isto muito estranho, porque esta equipa portista também é vulnerável e precisava de vencer o jogo. Não podia jogar em contenção e teria de correr alguns riscos que potencialmente teriam sido explorados pelas "armas" atacantes dos encarnados, o que eles sempre fizeram melhor ao longo da época.
Por fim, à semelhança comparativa do que já aqui escrevi, é bom que a cronista se tenha lembrado do que aconteceu ao Sporting em 2005. A grande diferença é que o golo de Kelvin foi limpinho, limpinho, e o de Luisão, em 2005, foi extraordinariamente sujinho !
Admito, desde já, que esta temática é muito subjectiva, como aliás muito ao que concerne o jogo de futebol é, mas enquanto assistia ao jogo do Benfica no Dragão a imagem que me veio constantemente à mente foi a do Sporting em 2005, no desafio em que surgiu o infâme golo de Luisão a dar a vitória aos encarnados. Reconheço que ninguém melhor do que Jorge Jesus sabe a condição física da sua equipa e que a final da Liga Europa o terá incomodado mas, à semelhança do que José Peseiro fez em 2005, não compreendo a razão do Benfica se afastar do modelo de jogo que o conduziu até este ponto: audaz, destemido e agressivamente atacante, perante um FC Porto que, na minha opinião, está longe de ser uma equipa dominadora, em contrário. Ambos, Jesus e Peseiro, jogaram cautelosamente, conscientes de que o empate serviria os seus objectivos, e não obstante o golo milagreiro ao cair do pano, quem assim joga quase sempre sai derrotado. O "clássico" foi um jogo emotivo mas de fraca qualidade, muito por um Benfica descaracterizado e sem o nível de envolvência ofensiva que é a sua marca. O FC Porto teve muito posse de bola, mas esteve lento e as oportunidades criadas foram escassas.
Apesar da época notável do Paços Ferreira, acredito que o FC Porto não vai deixar fugir o título e Jorge Jesus, a exemplo de José Peseiro em 2005, sujeita-se a ver a sua equipa cair sem ânimo perante um Chelsea muito motivado e a necessitar da vitória para justificar uma campanha aquém da expectativa.
Não se pretende, com isto, desviar atenções do actual estado do Sporting, mas sem ser novidade alguma, confirma-se a semelhante situação do clube da Luz, que vai conseguindo minimizar os danos através do seu mais elevado patamar de competitividade, mesmo sem ganhar nada.
A SAD do Benfica participou hoje à CMVM a convocação de uma Assembleia Geral extraordinária de accionistas para a emissão de obrigações no montante máximo de 80 milhões de euros, a ser realizada a 19 de Março. O FC Porto fez os mesmo no passado recente, salvo erro em fins de Novembro de 2012, no montante de 30 milhões de euros. A medida do primeiro não obstante os cerca de 200 milhões de euros que recebeu pela venda de activos nos últimos quatro anos e, o segundo, também por transferências envolvendo verbas elevadas, a sua constante participação na Champions e os títulos conquistados. Conclusão: todos sobrevivem navegando águas muito turbulentas, com a crise do Sporting a evidenciar-se mais pela ausência de resultados desportivos e o constante clima de guerra entre sportinguistas.
Um resulto justo, este clássico entre o Benfica e o FC Porto. O jogo começou estrondosamente, com quatro golos em 16 minutos, mas com o passar do tempo foi reduzindo de qualidade, com uma segunda parte muito faltosa e inconsequente. Izmailov entrou aos 75 minutos, e mal o vi fazer o aquecimento pensei logo que da maneira como as coisas têm corrido com o Sporting, ele vai entrar e marcar o golo da vitória para os portistas. Não aconteceu e, ainda bem, para evitar de ter de aturar os escribas finórios cá do burgo, com o seu usual aproveitamento à conveniência. Dito isto, ele é um excelente jogador e se não aparecerem os tais impedimentos misteriosos, é inevitável que venha a contribuir significativamente para o sucesso do clube do Norte.
P.S. Notei que agora mudou de nome ou, então, permitiu que se andasse quase seis anos a usar o nome errado. É Izmaylov e não Izmailov. Só visto !
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