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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
A actual crise do Sporting é uma inventona. Afirmação polémica mas sustentável. A dita "crise", mau grado alguns erros de registo na gestão desportiva, não passa de uma ficção da comunicação social, com relevo para o jornalismo de tele-lixo, que estações televisivas propagam, sem vergonha e sem ética, e em função de audiências, que significam entrada de dinheiro. Dinheiro sujo, digo-o sem pejo. No entanto, estes órgãos de comunicação, não ateiam o fogo, limitam-se a expandi-lo, com ajuda de pirómanos que o alimentam.
As razões da crise
A propalada crise do Sporting tem a sua origem nos graves acontecimentos em muitos aspectos surreais, ligadas ao pré e ao pós ataque de Alcochete, já bastante conhecidos e escalpelizados. Desses acontecimentos resultou a demissão de órgãos sociais, o golpe de "estado" directivo, que colocou os náufragos da Direcção à margem da lei e da revolta da maioria dos associados, despertos de um sonho de fantasia, que, ao fim e ao cabo, não passava de um pesadelo.
Contudo, a consequência mais grave foi sofrida pelo Clube, que perdeu os melhores dos seus activos, o que significou perdas de milhões de euros, para além do desmantelamento da sua equipa principal de futebol. No rescaldo desta tragédia, uma Comissão de Gestão de curto prazo, conseguiu limitar alguns danos, e abrir a porta a da recuperação de valores para a futura Direcção.
A recuperação do valor parcial de alguns activos, através de negociações feitas em situação desvantajosa, foi a acção mais prioritária dos novos dirigentes para minimizar as perdas. Ao mesmo tempo, e de forma bem discreta, revolveram os graves problemas de tesouraria, pagando as dívidas mais urgentes ou vencidas, sem o qual o Sporting teria dificuldade em desenvolver as suas actividades. Lembro que o Clube chegou a ser ameaçado de penhora.
Durante o primeiro ano da Direcção eleita, estancou-se a situação financeira, e conseguiu-se que o futebol profissional ganhasse os dois títulos nacionais de registo, o que afastou, transitoriamente, os espectros que se recusaram a aceitar a demissão do elenco directivo, por uma grande maioria de sócios.
No segundo ano, a nova Direcção deu continuade ao seu trabalho no sentido de assegurar estabilização económica, com a redução de custos, e a conclusão de uma reestruturação fundamental para o futuro. A resolução das principais lacunas apontadas condicionou a gestão do futebol, com desinvestimento, além de uma ou outra medida precipitada, o que se reflectiu nos maus resultados da equipa principal. Situação que não é inédita e faz parte da história do Sporting (1)e de outros grandes Clubes.
É isto, resultados de futebol, sempre transitórios, razão suficiente para se decretar uma crise?... Não me parece correcto, nem sério. Então... se em função do descrito não existe crise real, qual a razão de esta ser artificialmente mantida na pantalha comunicacional? Claramente pelas razões apontadas no início desta reflexão. Mas outra questão se coloca. De onde se alimentam as estações de tele-lixo?
Não é dos resultados de per si. É dos espectros que recusam o lugar do esquecimento onde deviam estar, para persistirem em assombrar a vida do Sporting Clube de Portugal. "Meia dúzia" de energúmenos que insultam os dirigentes eleitos, fazem esperas nas garagens a atletas e boicotam assembleias, e ainda de alguns "abutres" sem escrúpulos.
É deste espectáculo por de mais degradante que se alimenta o tele-lixo, decretando a crise. O mais grave é que o faz com a "preciosa" ajuda dos seus tele-evangelistas, trasvestidos de sportinguistas, que fazem o mal e a caramunha. Horas e horas, dias e dias de discussões balofas. A situação financeira controlada mas não resolvida, passa ao lado. Prestam um mau serviço, ao Sporting, ao futebol, e ao desporto em geral. Merecem o meu desprezo. Deviam merecer o desprezo de todos os que vêem o espectáculo desportivo com seriedade.
(1) A título de exemplo, algumas das piores classificações do Sporting, entre os anos 1950 e 1990. acrescem poucos primeiros lugares, alguns segundos e muitos terceiros. 1958/59 -4º; 1964/65 - 5º; 1966/67 - 4º; 1968/69 - 5º; 1972/73 - 5º; 1975/76 - 5º; 1977/78 - 4º; 1987/88 -4º; 1988/89 - 4º; 1991/92 - 4º.
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