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A desonestidade como norma

Naçao Valente, em 24.03.18

 

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A honestidade era verde e um burro comeu-a. Ser honesto foi, em tempos, uma honra. Hoje é uma virtude ser desonesto. A vários níveis. No que ao futebol diz respeito, deixou de ser excepção para ser mais regra. No que concerne ao Sporting, que sempre foi um clube sério e honesto, a desonestidade é merecedora de elogios. Sei que existe noutros clubes, mas sendo criticável, preocupa-me sobretudo a que se pratica no meu.

 

A Doyen Sports é um fundo com existência inteiramente legal, e que os clubes utilizam sem qualquer obrigatoriedade. As suas regras estão definidas e os seus utentes conhecem-nas. Quando utilizam os seus serviços, estabelecendo contratos, fazem-no de livre vontade, independentemente de estes serem  justos ou injustos. Aliás, este ou outros fundos têm servido, para os clubes disporem de activos que de outra forma não conseguiriam. Em conclusão, os clubes quando fazem contratos com estes fundos, sabem ao que vão, e têm que cumprir aquilo que assinaram, que tem que ser cumprido por ambas as partes. Não podem depois vir carpir-se, sacudindo a água do capote. Fazer figura de rico com o dinheiro dos outros é fácil, mas insustentável. 

 

.O Sporting brunista é "useiro e vezeiro" no uso de artimanhas de chico-espertismo para não cumprir esses contratos, fazendo com que seja activada a acção judicial, ganhando assim tempo, para ir ficando com o que não lhe pertence. Esta situação passou-se com o caso Rojo, e tem remake com o caso Labyad. Se esta forma de actuar, seja com quem for, não é desonestidade não sei o que é. Por isso, quando vejo adeptos elogiar estes actos de calotice, põem-se os poucos cabelos em pé. Creio que os adeptos sportinguistas são, na sua maioria e na sua vida privada pessoas honestas, portanto não compreendo que aceitem a prática da desonestidade pela direcção do seu clube. Quer queiram que não, acabam por ser coniventes com uma prática condenável.

 

A honestidade era verde, mas hoje já não é. Há uma regra que eu considero fundamental. Quando consideramos normal, e até louvável, a prática da desonestidade na nossa casa, não temos autoridade moral para a criticar na casa dos outros. Bem vindo aos actos desonestos justificáveis. Viva o admirável mundo novo.

 

publicado às 03:24

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38 comentários

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De PSousa a 24.03.2018 às 15:06

Estou de acordo que devíamos pagar as nossas dividas! Mas não deveríamos pagar as dividas herdadas, o que quero dizer com isto é que quem assinou o contrato, durante o seu mandato deveria fazer o pagamento na totalidade.

Não se deveriam "herdar" dividas de direcções... a não ser em casos excepcionais de eleições antecipadas.

Enfim... mas em resumo, acho que o SCP já deveria ter saldado as contas, a não ser que se encontre alguma "trafulhice" nos contratos... e se assim fosse, mais uma vez, a direcção que "assinou" tem de ser chamada à razão e cobrir os "custos".
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De Naçao Valente a 24.03.2018 às 15:33

Peço desculpa PSousa mas a sua teoria parece-me, no mínimo, um pouco estranha. Por essa ordem de ideias Roquete e Dias da Cunha deviam ter pago a Academia e o Estádio. Ora esses grandes investimentos, em infraestruturas só se pagam a prazo a alargado e não durante o período de um mandato. Talvez a regra se possa aplicar ao actual presidente, já que pretende ficar no Sporting até se reformar e tudo fará para isso.
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De PSousa a 24.03.2018 às 16:58

Nação Valente,
Está a comparar coisas diferentes. Mas entendo os dois pontos de vista.
Eu também sou a favor de cumprir os contratos a não ser que se consiga ver algum ponto onde se possa beneficiar o nosso clube, que não é bem o caso!
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De R. Ribeiro a 24.03.2018 às 16:15

Eu até posso perceber que o caro não entenda o conceito de imputação dos efeitos às acções dos governantes eleitos. Ora, se os presidentes são eleitos pela maioria dos sócios que constituem a massa associativa do clube, aqueles têm legitimidade para actuarem conforme as vontades colectivas de quem os elegeu. É por essa razão que existe uma lista candidata com o programa eleitoral para o mandato para o qual as listas concorrem. Portanto, quando um dirigente actua em conformidade com o "interesse" generalizado da massa associativa, está a actuar pelo clube, em nome do clube, imputando essa actuação individual ao clube Sporting Clube de Portugal. Ou seja, é como se fosse o clube a tomar aquela medida ou a contratar aquele jogador ou a adquirir determinado terreno, por meio do seu representante legal, o presidente, eleito por maioria. Assim, consegue compreender porque é que a direcção eleita deve assumir os encargos das direcções derrotadas em eleições representativas. Não é o titular do cargo de presidente, Bruno de Carvalho, que está a contrair determinada obrigação, mas a imputar essa obrigação à instituição em si, o Sporting Clube de Portugal. Por essa mesma razão de ideia é que se pode responsabilizar um dirigente, pela instituição, por não cumprir com as regras da instituição ou quando tenha agido em nome próprio, em detrimento da instituição, ou não tenha cumprido o programa eleitoral (sendo esta última uma utopia, visto que nem mesmo o Governo o faz).
Espero poder ter ajudado nesta questão.
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De Naçao Valente a 24.03.2018 às 16:33

Foi bastante claro R.Ribeiro e condiz com o que penso. Espero que o PSousa que levantou a questão fique esclarecido.
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De PSousa a 24.03.2018 às 17:03

Vamos lá ver uma coisa, eu sou a favor que a entidade SCP pague o que deve, sendo este ou outro presidente. O que não acho justo, e não quero saber se foi BdC que herdou se foi outro qualquer, é que alguém tenha de assumir um "mau negócio", ou seja se fosse eleito queria que a entidade SCP pela sua direcção anterior tivesse as contas limpas dos contratos que eu e a minha equipa achasse que era "penalizadores" para o nosso clube, ou isso ou renegociação dos contratos já com a minha presença. Se não pretendem entender o meu ponto de vista... fico-me por aqui.
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De João Ferreira a 24.03.2018 às 17:27

Peço desculpa pela intromissão.
P Sousa, não há qualquer "herança", a dívida é sempre do SCP, as direcções são apenas intermediários entre os donos do clube, que as elegem, e o clube. É sempre o SCP que é o dono das dívidas e não as direções.
Se as direções fazem bons ou maus negócios, os responsáveis são sempre quem elege as direcções. Os bons e maus negócios são feitos pelo clube.
A responsabilização dos dirigentes por eventual gestão danosa é uma questão diferente.
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De PSousa a 24.03.2018 às 17:31

João,
Eu sei disso, acho é que poderia existir forma de não haver "más heranças".
E isso é possível, se as direcções não pudessem fazer alguns tipos de contrato como o caso Doyen para além do seu suposto mandato, sim porque poderia haver eleições antecipadas.

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