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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
É ainda demasiado cedo para saber se a detenção de Michel Platini, em França, foi um dos primeiros efeitos práticos das denúncias do Football Leaks, de Rui Pinto – que, antes da sua detenção em Budapeste e da posterior entrega às autoridades portuguesas, terá cedido à Justiça francesa, a pedido desta, uma parte dos ficheiros das suas investigações sobre a corrupção da mafiosa rede internacional do futebol.
Todavia, para quem leu o livro Football Leaks, ou extractos do mesmo transcritos na imprensa, o que agora acaba de acontecer ao antigo e famoso ídolo do futebol francês e, mais tarde, presidente da UEFA – que (tal como o seu amigo Joseph Blatter, presidente da FIFA) acabou por ser demitido – era obviamente previsível, pelo menos para averiguações.
De notar, a propósito, que também um recém-reeleito vice-presidente da FIFA, Ahmad Ahmad, foi este mês detido em Paris.
A atribuição do Campeonato do Mundo 2022 à “grande potência planetária do futebol” – o Qatar – que desencadeou de súbito uma explosão internacional de perplexidade e suspeita, tornar-se-ia o factor determinante conducente à descoberta das nebulosas e fraudulentas negociatas envolvidas na eleição de um país onde o calor insalubre do Verão forçaria (pela primeira vez na história da modalidade) a organizar o torneio no Inverno – com gravíssimas consequências para a normal realização das competições nacionais da quase totalidade dos países restantes.
Progressivamente, têm sido desvendados subornos de vários tipos, compra de votos e troca de compensações entre as federações votantes, incluindo a aquisição, com fabulosos investimentos, do Paris Saint Germain pelo riquíssimo Estado do Qatar, uma insólita operação garantida pelo beneplácito da FIFA e da UEFA, bem como obscuras e lucrativas combinações entre dirigentes dos dois organismos.
Agora, será que estas enérgicas acções das autoridades francesas motivarão, finalmente, as suas apáticas congéneres portuguesas a seguir-lhes o exemplo? Esperaremos (sentados?)...
Texto da autoria do leitor/colaborador Leão da Guia
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