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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
A capa do jornal A Bola de ontem, conseguiu para já, revelar de forma clara, se é que ainda era necessário para alguém, que a divisão que se vive no Sporting é muito maior que o reconhecimento de mérito à actual Direcção ou a falta dele.
Existe uma divisão, criada há muitos anos, que ganhou força e muita expressão na última gestão do antigo e destituído/expulso presidente.
O Sporting de hoje é uma perfeita analogia de uma qualquer cooperativa soviética. Cheia de Apparatchiks, que tentam defender a sua própria sobrevivência em detrimento de um valor maior que é o Sporting que sempre prometeram honrar e defender, tal e qual os comunistas da antiga URSS ao seu partido e ideologia.
E quando assim é, é muito natural que o reactor, neste caso de uma central nuclear que é a reputação e o futuro de um Clube que tem no futebol o seu maior activo e único meio de subsistência, não consiga sobreviver. E claro, a sua catástrofe será sempre por inabilidade e por clara prepotência. O ataque à Academia de Alcochete é o melhor exemplo que temos. Uma tragédia que demorará anos a sarar e a controlar.
Toda a gente entende de futebol... Mas nunca conseguiram entender a diferença entre círculo e esférico.
Toda a gente entende de finanças... Mas nunca conseguiram entender a diferença entre investimento e retorno.
Toda a gente entende de comunicação... Mas nunca conseguiram entender a diferença entre um verbo e uma metáfora.
Toda a gente entende de património... Mas nunca conseguiram entender a diferença entre um pilar e uma viga de sustentação.
É muito fácil criticar. É apenas a mais simples disciplina política. A critica, a oposição, é um exercício de habilidade, de populismo, de promessas descabidas, vendem-se sonhos e filhoses, mesmo sabendo, que não existe cereal, quanto mais farinha para a receita.
Fala-se muito em "união". Só se consegue unir toda esta 'entourage' de uma única forma: abrindo todas as portas, dando borlas, prometendo viagens, permitindo negócios, criando espaço mediático para tudo e para todos. A ideia que pertence ao povo o que o povo produzir.
Foi assim durante muitíssimos anos. Durante esses anos implorámos que se acabasse a tão duradoura "mama". Que a nossa produção tivesse uma gestão profissional. Enquadrada com os tempos actuais, no país que temos, nas parcas oportunidades que conseguimos num negócio cada vez mais sujo e menos competitivo na Europa.
Agora que a teta secou de uma vez por todas, onde não há mama que possa continuar a ser sugada, devorada, lambuçada, aparecem os que somente continuam a querer palco. Palco que, infelizmente, o nosso Sporting continua a permitir. Que tanto alimenta os jornais e programas de televisão. Pois esta gente, muita gente, não quer ser presidente, não quer assumir as responsabilidades, quer somente voltar à teta, a mamar para uso pessoal e negócios das suas empresas e de familiares e amigos.
Com esta Direcção, com outra, com Varandas ou com Ricciardi, com Benedito ou outros que se estejam a perfilar na sombra ou à mesa de um qualquer café nas Docas de Lisboa, o Sporting não terá futuro assim.
Se o povo leonino quer o Sporting Clube de Portugal de volta, assuma primeiro as suas reais responsabilidades quotidianas: ser sócio, pagar quotas, comprar Gamebox, comprar merchandising.
Este texto é somente um desabafo e uma opinião pessoal, não quero ter razões absolutas ou certezas inatacáveis, mas o problema do Sporting, pelo menos o maior problema, não está na Direcção, não está nas equipas técnicas, não está na estrutura. O problema do Sporting está na errada ideia de Clube que já fomos e que continuamos a acreditar ser.
Um grande abraço a todos... Em especial aos que, concordando ou discordando, estão lá sempre, faça chuva ou faça sol.
Texto da autoria de R.A.
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