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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
António Simões teceu duras críticas a Cristiano Ronaldo pela atitude deste na final do Campeonato da Europa, conquistado por Portugal. Simões garantiu nunca ter assistido a "uma coisa destas" nos seus 72 anos de vida.
«Foi por isso que ganhámos? Se as pessoas começarem a pensar que foi por causa disso que ganhámos, então exijo que se faça isto em todos os jogos. Tenho 50 anos de carreira, nunca assisti a uma coisa destas na minha vida. E agora querem convencer-me que foi por causa disto que se ganhou? Vou-me matar, como dizia o outro.
Acho que se apoderou do Ronaldo uma ansiedade tremenda de querer ganhar e demonstrar que era líder. Quem é líder não tem necessidade de fazer isto. Fez aquilo, não trouxe mal ao mundo, ganhámos, mas não é a matriz de liderança. Peço desculpa se estou a ofender alguém».
António Simões recordou ainda o episódio do microfone atirado por Ronaldo a um lago.
«Antes de eu achar bem ou mal, o que é preciso perceber é que aquilo está mal feito. Não é uma questão de saber se resultou em bem ou em mal, é olhar para isto e dizer que não é suposto ser assim. Mas agora, uma vez que se ganhou, quem é que quer saber disso? A vitória abafa. Aí está o bom ou mau exemplo de que o argumento de se ter ganho permite que tudo se faça».
Além de ignorar as circunstâncias e a origem do incidente do "microfone", António Simões refere como grandes lideres Eusébio (agora compreende-se a razão de ser das suas críticas), Maradona, Pelé e Johan Cruyff.
O termo aplica-se aos dois últimos, mas o mesmo não pode ser dito de Eusébio e Maradona, indiscutivelmente grandes jogadores. Qualquer sentido de liderança destes verificou-se através das suas performances em campo e não fora das quatro linhas.
Lamenta-se, sobretudo, este ignóbil exemplo de pequenez de António Simões, por quem muitos de nós, independente de simpatias clubistas, sempre tivemos em grande estima e apreço, pelo fabuloso futebolista que foi.
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