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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Pensei em não escrever este post porque o que interessa mais é olhar para quem está hoje a servir o Sporting e pelo título já perceberam que obviamente não irei falar aqui duma entrevista ao treinador do Sporting (e muito menos ao Presidente).
A verdade é que não consegui ficar indiferente à entrevista desta semana do Marco Silva. Depois de a ler fiquei ainda mais com a convicção que foi uma boa aposta do Sporting (aqui mérito do Bruno Carvalho) infelizmente desperdiçada e até boicotada (aqui demérito do Bruno Carvalho e alguma culpa do próprio Marco Silva).
O médico e o cozinheiro, entre outros, têm tentado passar a imagem que o Marco Silva era fraco treinador e má pessoa e esta entrevista veio-nos recordar exactamente do contrário.
O que vimos no Sporting foi um bom treinador, claro ainda a aprender e com margem de progressão e um bom homem, calmo, ponderado, humilde e muito próximo dos jogadores e adeptos.
A minha primeira impressão na entrevista, até por ser quase simultânea da que foi feita a Jorge Jesus, foi notar a clara diferença de personalidade entre ambos, nomeadamente na forma como falam dos ex-clubes, sendo que Marco Silva tem muitas mais razões de queixas.
Marco Silva relembra e muito bem que o Sporting sempre foi candidato a ganhar títulos e, ao contrário de Jesus e apesar de ter ganho a Taça de Portugal, não se lembra de dizer que foi a partir dele que passámos a ser candidatos.
Põe o dedo na ferida ao apontar que indemnizámos e muito rapidamente quem julgámos que poderíamos despedir com justa causa. Caiem assim por terra todas as mentiras e canalhices que foram ditas por quem achava desde o início que estava a tratar com um “tótó” maleável, que até não impediu as “negociatas” que, com raras excepções, foram nessa pré-época (como na anterior) feitas à custa do Sporting.
Assustou-me ler que o Marco Silva acredita que o nível de investimento do Sporting seja hoje semelhante ao do Benfica e do Porto. Acredito que ele esteja bem informado e a ser assim confirma o meu pior receio que seja entrámos mesmo numa aposta de enorme risco.
Soube bem lembrar aqueles jogos históricos da Taça no Dragão e da final mas custou relembrar o jogo fora com o Schalke que também poderia ter sido histórico.
Percebi que afinal só empatámos em casa com 3 equipas abaixo dos 2 primeiros – este ano já vamos num empate num jogo. Às vezes quando se exagera muito até pessoas informadas, como eu acho que sou, vão na conversa e eu estava mesmo convencido que tinham sido mais os empates caseiros.
Lembrei-me ainda daquele jogo decisivo em Alvalade com o Benfica no qual o Jorge Jesus plantou uma camioneta e o que lhe valeu desta vez não foram os “limpinhos, limpinhos” mas um golo fortuito no fim.
Se o ano passado me dissessem que o Marco Silva esta época estava na Champions nunca me passaria pela cabeça que isso não fosse sinónimo de que o Sporting não estivesse lá. Temos que agradecer às contratações falhadas da época passada (este ano parece-me que falhámos menos), à falta de alinhamento entre Direcção e treinador (este ano começaram aos beijos mas o ano passado também), aos árbitros do playoff e, “last but not least” à mudança de treinador, porque não teriamos passado na pré-época pelo tempo de conhecimento de jogadores / adaptação que o Jesus passou e não acredito que o Marco Silva guardasse substituições para o prolongamento. Por outro lado também é provável que o Marco Silva não tivesse tido os mesmos reforços.
Foi lamentável também não ter havido condições para uma “passagem da pasta” como pela entrevista se percebe que aconteceu com Vítor Pereira e Marco Silva no Olympiacos.
Da época com Marco Silva fica também a recordação da valorização de jogadores como Paulo Oilveira (acho que está todo espremido e é bem limitado), Cédric (ainda nos deu algum dinheiro), Adrien (que fez uma grande época), João Mário (ignorado por Jardim explodiu com Marco Silva mas ainda pode melhorar) e Carrillo que começou a ser fundamental na nossa equipa (como é possível não termos tratado logo da renovação?).
Espero que da próxima vez que voltar a falar do Marco Silva seja para festejar o regresso dele a Alvalade. Seria bom sinal que esse momento ainda fosse distante, mas tenho um “feeling” que não será assim.
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