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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
As Assembleias Gerais dos clubes, especialmente dos maiores, funcionam como um missa. Obedecem a rituais pré-determinados pela seu presidente (celebrante) a mando do da direcção (hierarquia clerical). Os assistentes são os fiéis devotos, seguidores que nunca põem em causa os dogmas e se limitam a dizer amém. No fundo, quem tem o poder manobra as Assembleias, não permitindo por acção ou omissão uma participação livre e aberta. Ainda me lembro das famosas assembleias do outro lado da 2ª Circular, como exemplo.
Esta situação é transversal a todos os clubes, e embora legalizada pelos Estatutos é uma perversão de sistema democrático. Para além da descrição atrás referida, acresce que estas reuniões têm uma fraca representatividade. Menos de 1% dos sócios do clube. Uns não vão porque residem longe, outros por apatia. A maioria dos associados não vive de perto a vida do clube. Mesmo os mais activos que acompanham a equipa de futebol, preocupam-se com as peripécias dos jogos, e sobretudo com os resultados. Outros assuntos, como a situação financeira ou a questão dos Estatutos passa-lhes ao lado.
Os grandes clubes, e neste caso o Sporting que é o que nos interessa, é "governado" no sentido lado, por uma minoria geralmente silenciosa. Apenas quando soam os alarmes dos maus resultados alguns se movem, e só quando uma maioria dessa minoria se decide mover é que o status quo se altera.
A alteração dos Estatutos, previsto na próxima Assembleia Geral, já aqui foi dissecado, e por isso, sem entrar em pormenores, limito-me a acrescentar que é de uma gravidade extrema, pelas implicações que terá na vida de um clube centenário, e que sempre se pautou por uma prática de poder democrático, no contexto da democraticidade possível ao longo da sua história.
Esta alteração não passa de um golpe "à venezuelana" para concentrar todo o poder nas mãos de uma única pessoa. A acontecer será o princípio do fim do Sporting, como grande instituição. Está nas mãos dos associados com algum discernimento e com alguma lucidez, comparecer para travar a golpada. Deixar isto nas mãos dos devotos acéfalos do ámen é um erro de que todos que se revêem no Sporting de José Alvalade, se irão arrepender amargamente. Não a deixem passar, é o meu apelo.
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