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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Há uma insanidade em curso que ameaça seriamente o Sporting: o seu próprio presidente. O que se está a passar é uma tentativa de substituir no Clube o seu sistema democrático com normas, procedimentos e equilíbrios de poder por outros que favoreçam a autocracia e a consolidação do poder do “príncipe”. Bruno de Carvalho fez uma leitura apressada de Maquiavel e aplicou a si próprio o princípio de que “todos vêem o que o príncipe aparenta ser, poucos percebem aquilo que é”. Mas, felizmente, há cada vez mais sportinguistas que o “vêem” e “percebem” muito bem.
Na verdade, Bruno de Carvalho irá tão longe quanto os adeptos lhe permitirem, sem qualquer outro limite que não seja a sua aclamação e glorificação pessoal. De facto, a personalização do Sporting no seu presidente, o culto da personalidade, o “sebastianismo” com pinceladas “messiânicas”, usando e abusando de todos os poderes que tem, tudo apimentado por um discurso deveras propagandístico e autocentrado, possui uma grande capacidade destrutiva e paralisante. Se ele não for detido a tempo pelos sportinguistas, deixará o Clube numa situação caótica e fragilizado nas suas sinergias internas.
O seu modelo de gestão até pode ser bem acolhido noutros clubes, mas fracassará no Sporting. Fracassará pelo percurso histórico desta grande Instituição centenária, pelos princípios democráticos que progressivamente assumiu e integrou e pela especificidade dos seus adeptos e associados. Para evitar perder, Bruno de Carvalho seguirá um caminho que não vai ser fácil para ninguém, nem vai ser bonito de se ver. A sua queda vai produzir muitos estilhaços, mas, de ciência certa, sabe-se que não há memória de alguma tirania que tenha terminado bem, que no fim tenha um verdadeiro sucesso.
(Amanhã temos um jogo crucial com o FC Porto, sendo fundamental que a nossa equipa consiga um resultado favorável. Dramaticamente, Bruno de Carvalho deslocou a atenção dos sportinguistas do embate no Dragão para os riscos que o Clube atravessa.)
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