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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
É uma pergunta com uma resposta algo curiosa: até antes do jogo Portugal-Luxemburgo, quem era o jogador utilizado mais vezes por Fernando Santos na Selecção?... A lógica obrigaria o leitor mais incauto a responder Cristiano Ronaldo, mas essa não seria a escolha correcta. O capitão somava então 46 jogos por Portugal, mas ainda tinha dois colegas à frente dele. Com 51 jogos, a outra resposta mais óbvia, pela posição que ocupa: Rui Patrício, claro está. Mas, com 52 presenças nos 67 jogos do seleccionador, ainda havia um outro preferido: William Carvalho.
É provável que isto surpreenda os mais distraídos, mas o médio de 27 anos raramente está fora das escolhas de Fernando Santos, seja a '6', ou, mais recentemente, a '8', tendo até demonstrado uma espécie de veia goleadora nos jogos contra Lituânia e Sérvia, quando marcou um golo em cada um deles.
William, que foi dispensado devido a uma hérnia e já não defrontou o Luxemburgo, tem sofrido ao longo da sua carreira com um preconceito que assola alguns dos jogadores de futebol que têm muito pouca vocação para o atletismo: "é lento". Ou, como escreveu um desportivo espanhol após uma das primeiras exibições de William Carvalho pelo Bétis: é uma "tortuga" ("tartaruga", bem entendido).
Ora, não tendo, obviamente, a velocidade clássica de deslocamento de uma lebre, William compensa com o posicionamento que adopta, com a interpretação do jogo e, claro, com a qualidade de tudo aquilo que faz com a bola - e com a rapidez com o que o faz. Como disse Fernando Santos, depois do jogo frente à Lituânia: "Tenho a certeza que William tem capacidade para fazer qualquer posição, 6,8 e 10. É um jogador de grande qualidade. Parece lento mas não é, tem uma passada muito larga, recupera facilmente".
E, nisto das lebres e das tartarugas, já sabemos todos que mais vale devagar e bem, do que rápido e mal... uma história um pouco (muito) à semelhança do apuramento (quer dizer, dos apuramentos) da selecção portuguesa com Fernando Santos. A corrida pode não começar tão bem como se quer, mas à chegada são as tartarugas que festejam.
Mariana Cabral, Tribuna Expresso
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