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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Benfica tem relacionamentos promíscuos com duas figuras centrais no caso Marco Ferreira. Factos.
Um árbitro internacional (e profissional) desce de escalão depois de ter dirigido três derrotas do Benfica. O vice-presidente do Conselho de Arbitragem que, à data, geria as classificações dos árbitros é, posteriormente, apoiado pelo Benfica na candidatura à Associação de Futebol de Coimbra e envia facturas de dezenas de milhares de euros para a Luz. O observador que deu ao árbitro a nota que mais contribuiu para a descida (num jogo perdido pelo Benfica) tem relações altamente promíscuas, se não até ilegais, com o mesmo clube.
É isto que se verifica nos emails revelados pelo FC Porto (já descontando várias outras acusações), resumido com clareza, sem gorduras, nem subjectividades. Estes são os factos que constam dos documentos contestados pelo Benfica não como falsificações mas como pirataria informática ou violação de correspondência.
O que há a esclarecer, com urgência, como é que um clube com a permanente altivez moral do Benfica pode, primeiro, manter trocas de favores com observadores e ex-responsáveis pelas classificações de árbitros; e, depois, sem nunca negar a autenticidade dos emails, furtar-se de mil maneiras a explicar esses relacionamentos obviamente comprometedores. Mas o Benfica responde aos benfiquistas e a Federação, a quem pertenceram os dois envolvidos, responde aos cidadãos.
Se da Luz não vêm esclarecimentos, ao menos que a FPF obrigue os antigos colaboradores a justificarem as suas condutas, em tribunal se for preciso. É muito digno que, da Cidade do Futebol, venha finalmente tanta preocupação com a gritaria que emporcalha o jogo, mas há sempre dois responsáveis quando algo está sujo: quem sujou e quem não limpa.
Nota: escrevo isto sabendo que, nas últimas eleições, a lista de Fernando Gomes varreu muita desta gente, incluindo as duas figuras deste comentário, mas, aos olhos do público, a nódoa continua lá.
José Manuel Ribeiro, jornal O Jogo
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