Caro amigo Leão do Norte
A propósito do seu importante texto, fiz uma pesquisa sobre as conquistas leoninas no futebol desde o título de Campeão Nacional em 1999.00. Creio que não falhei na consulta:
1999/00 - Campeonato Nacional
2001/02 - Campeonato Nacional e Taça de Portugal
2004/05 - Final da Taça UEFA
2006/07 - Taça de Portugal e Supertaça
2007/08 - Taça de Portugal e Supertaça
2011/12 - Meias-Finais da Liga Europa
2014/15 - Taça de Portugal
2015/16 - Supertaça
201718 - Taça da Liga e derrota na final da Taça de Portugal
2018/19 - Taça de Portugal e Taça da Liga
2020/21 - Campeonato Nacional e Taça da Liga
A obsessão por vencer não implica necessariamente a vitória. Todos querem ganhar, mas apenas vencerá quem criar condições para tal. Este é um princípio antigo. Aliás, a obsessão perturba o discernimento como foi bem visível durante as épocas de relativo ou pouco, ou até nenhum sucesso.
Caro amigo Leão Zargo,
Agradeço a sua importante e útil pesquisa que complementa o texto.
Como bem escreve o espírito vencedor não é sinónimo de vitórias. As condições para vencer vão para além disso e algumas não dependem do nosso esforço ou da nossa vontade.
A obsessão com uma expectativa "matemática" do sucesso leva, muitas vezes, ao fracasso.
De João F. a 10.01.2022 às 14:33
Na lista, falta acrescentar a vitória da SUPERTAÇA, ganha contra o Braga por 2-1.
João F.,
tem razão, de facto o Sporting derrotou o Braga e conquistou a Supertaça em 31.Julho.2021. Creio que esta conquista deve ser incluída na época de 2021-22 que não consta naquele registo por estar ainda a decorrer.
De o acutilante a 10.01.2022 às 11:40
portanto a crítica é aceitável desde que não se critique.
Boa crítica é: somos muito melhores, perdemos por azar.
De Elitista a 10.01.2022 às 12:15
Eu penso que é mais: o desporto é assim! Umas vezes ganha-se, outras, perde-se! Os nossos adversários ganham muito mais do que nós porque são corruptos ou têm sorte!
É o seu pensamento e que, neste post, só a si o vincula.
De Elitista a 10.01.2022 às 15:29
É a constatação de um facto que está, infelizmente, bem documentado.
Não precisa ir mais longe, basta ler os comentários neste blog (nos outros é igual) e tem logo um impressionante acervo desta mentalidade perdedora que os nossos adversários apelidam de calimerice.
Essa constatação não está documentada e muito menos subentendida neste texto.
De Elitista a 10.01.2022 às 19:50
Ainda que, agora me dou conta, possa parecer, a minha resposta ao acutilante nada tem que ver com o posta mas com a mentalidade instalada num número demasiado elevado de adeptos.
Uma brilhante e acutilante conclusão!
Acutilante,
A crítica é válida desde que construtiva, consistente e rigorosa. Algumas críticas que tenho lido, e apenas essas, não são consistentes, e muito menos rigorosas. Pôr tudo em causa a partir de um resultado negativo, significa ignorância, ingenuidade, ou má-fé.
De Elitista a 10.01.2022 às 12:10
Bom dia,
Esta questão nada tem que ver com crítica mas com mentalidade e exigência.
É a diferença entre ganhar de 20 em 20 ou anos ou ser hegemónico!,
Para quem gosta da primeira hipótese, a derrota de 6ª Feira foi uma chatice, acontece, só uns podem ganhar, não se pode ganhar sempre, etc.
Os que querem, EFECTIVAMENTE, ganhar sempre, percebem que não se pode ganhar sempre mas depois há os Bayern, Juventus, Milan, Inter, Liverpool, Man United, benfica, FC Porto e, depois, há os outros!
Parece que, afinal, todos perdem mas há uns que perdem mais do que outros...
Caro Elitista,
A crítica, por si só, não está directamente relacionada com a mentalidade e exigência. A forma e o objectivo com que se critica é que pode estar relacionado.
O que escreve é algo que em tese concordo mas gostaria que na práctica dependesse mais da mentalidade e da exigência do que depende.
Há realmente uns que perdem mais do que outros, mas tal não está relacionado com o alto ou baixo nível de critica. Está muito mais relacionado com a exigência e mentalidade e o texto procurou dissociar a ideia da associação directa entre estas e a crítica.
De Elitista a 10.01.2022 às 15:36
O caro não estará a confundi crítica com maledicência?
São radicalmente diferentes!
Veja: certa vez o Dr. Dias da Cunha, após (mais) uma humilhante eliminação aos pés do Gençlerbirliği, e em resposta a uma pergunta de um jornalista a respeito do que havia dito aos jogadores no balneário, respondeu "disse-lhes que estas coisas acontecem, é futebol e têm que levantar a cabeça".
Não criticou!
Os "meninos" ficaram tão sensibilizados com a postura compreensiva do líder que, duas semanas volvidas, fomos afastados da taça de Portugal por um V. Setúbal a militar na 2ª liga e, tal como o "colosso" turco, em pleno Estádio Alvalade...
Não sequer relaciono crítica com maledicência. O que relaciono é o tipo e a utilidade práctica dos diversos tipos de crítica e não promover a sua abolição.
O exemplo que deu é algo que não se enquadra minimamente na ideia que presidiu à elaboração do post.
De Elitista a 10.01.2022 às 19:58
Porventura (o exemplo), mas é exactamente o que mina o nosso clube e o que, a mim, há muito me incomoda!
Permissividade, desfasamento do que é a realidade competitiva de um clube que se diz grande!
Esperemos que o Nação Valente esteja correcto e que o problema esteja nas críticas que põem tudo em causa e não no resultado! Numa altura em que os adversários directos estão com uma força que não tinham na época passada, meio ponto pode significar "a morte do artista"...
É óbvio que o exemplo dado é criticável e que a permissividade e o alheamento da realidade minam o clube e são motivo de incómodo, mas não é esse o comportamento que se defende ou aplauda.
Não é minha intenção ser "advogado de defesa" do Nação Valente, mas duvido muito que ele resuma o problema à existência das críticas que põem tudo em causa.
De o acutilante a 10.01.2022 às 15:24
E o Ajax, pena ter-se esquecido dele
De Elitista a 10.01.2022 às 15:41
E do Anderlecht, Olympiacos, Old Firm de Glasgow, Sparta de Praga, Rosenborg, etc, etc, etc..
Se as derrotas fazem parte do desporto, porque é que uns são crónicos vencedores?!
Elitista,
Só o pseudónimo diz muito, no sentido inverso.
Anda aqui a tentar convencer quem do quê? Até parece que é uma entidade exclusiva que acompanha o futebol como mais ninguém.
Todos os seus comentários juntos dão absolutamente zero!
E noto que tem o apoio do "acutilante" que eu opto por não adjectivar para não ser mal educado.
Registei a "benevolência" da sua resposta face à provocação que constituiu o exemplo do Ajax.
Comentário dirigido ao leitor Elitista.
De Elitista a 10.01.2022 às 20:10
Não o considerei uma provocação.
Mas é um excelente exemplo do que eu preconizo!
Ambas as derrotas são humilhantes mas por causas diferentes.
A primeira por incapacidade a segunda porque alguém (singular ou colectiva) considerou que, apesar de até ter fortíssimas possibilidades de ganhar, em nome de não se sabe bem o quê - não me parece que lançar um miúdo num jogo em que a equipa está a ser massacrada posso ajudar no seu crescimento desportivo - poderia permitir-se enxovalhar, internacionalmente, as históricas insígnias do SCP e a sua massa associativa/adepta. E isso, eu não admito a ninguém por muito que já tenha dado ao clube!
É assim que eu penso!
Para mim, o SCP sempre foi um clube grande e, num clube grande, a derrota nunca é aceitável!
Caro Elitista,
Já ontem debatemos esta questão e ficou claro que temos opiniões diferentes. Não vou, por isso repetir os mesmos argumentos, com uma excepção, e sem qualquer pretensão de mudar as suas teorias.
Continua a bater na tecla dos que ganham sempre por uma questão de mentalidade. Como referi no outro debate, a questão da mentalidade é apenas uma componente da concretização de determinadas hegemonias.
Dois exemplos: durante a hegemonia dos chamados cinco violinos, a mentalidade era diferente da que existiu depois? Penso que não. Independentemente da mentalidade esta equipa possuía os melhores jogadores que jogavam em Portugal. Citando outra modalidade, o ciclismo, não é por acaso que existem, actualmente, dois atletas chamados "canibais". Nas provas onde entram, em condições normais, não dão hipóteses a ninguém. Sem pôr em causa o empenho, procuro viver, com a relatividade das coisas.
De Elitista a 10.01.2022 às 20:20
O seu último parágrafo diz tudo!
Certa vez, nos primeiros passos da internet (vivíamos o primeiro jejum), tive a possibilidade de trocar uma palavras (escritas) com um benfiquista portuense. Quando lhe disse que eu sou Sportinguista, ele respondeu uma coisa curiosa que foi "o Sporting faz as coisas por acaso"!
Ora das duas, uma: ou o SCP perdeu essa mentalidade exigente após a década de 50, ou nunca a teve e o tri seguido de tetra mais não foi do que obra de uma casualidade em ter reunido um conjunto de excelentes jogadores....
Portanto, há que mudar o chip e passar a considerar o SCP alérgico à derrota!
Isso significa que vão deixar de existir?
Não! Significa que quem enverga aquela lendária camisola sabe que, naquele grande clube, ela é inaceitável, logo, deve ser evitada até ao último fôlego!
Deve-se criticar quando há algo para criticar.
Neste caso específico, a equipa esteve mal nos Açores e deve ser criticada por isso. Deu para perceber que houve vários jogadores que, mentalmente, ainda não tinham saído das férias.
Acredito que Ruben rapidamente corrija isso para o próximo jogo.
Mike Portugal,
Tal como escrito no post, a questão principal não está na existência da crítica, mas no modo e no objectivo com que é efectuada. Para muitos este conceito é irrelevante mas, na minha opinião, faz toda a diferença.
Também ninguém ignora que alguns aspectos da exibição da equipa são criticáveis. E tal foi feito.
Não podemos é, à boleia da crítica de uma exibição particular, extrapolar para a generalidade. É este aspecto que não me canso de repetir, por mais que queiram enviesar o meu pensamento, lançando a atoarda de que estou a silenciar a crítica ou a pedir que "critiquem" em simples concordância.
Foi precisamente isso que pretendí transmitir, demos de barato 3 pontos sem lutar por eles como se exigía e depois temos que nos resignar a ficar simplesmente tristes
Pois eu fiquei muito, mas muito mais que isso.
De MAV a 10.01.2022 às 14:50
Esta mentalidade perdemos mas jogamos bem e fomos há final é a mentalidade que levou a 2 títulos nacionais em 40!!! Anos
Volto a escrever 40 anos!!!
É uma fatalidade ter esta ideia num clube como o Sporting isso é para os Gil vicentes desta vida.
Há nitidamente um confronto de gerações neste discurso ( Julius à parte) em que se vive a época romântica dos 50s e 60s
Falta a dinâmica empresarial e a vontade real de vencer e não ficar satisfeito com um campeonato.
Neste aspeto concreto concordo e discordo ao mesmo tempo.
É verdade que a história não é feita de finais falhadas mas sim ganhas. No entanto, é bastante relevante escrever no CV dum clube uma final Europeia, por exemplo, mesmo que não ganha, simplesmente pelo prestígio de lá ter chegado. No entanto não acho o mesmo em relação à final das taças internas, que para mim já não é assim tão prestigioso estar a escrever finais não ganhas.
De MAV a 10.01.2022 às 17:53
Mike,
Alguém dá valor as finais perdidas? 99% das vezes quem se lembra são os adeptos desse clube.
Aliás ninguém se lembra de quem perde.
Citando a música dos Queen " somos os campeões não temos tempo para os perdedores"
MAV,
Registo o facto de me incluir num confronto de gerações sem saber a minha idade. Atenção que as aparências iludem!
Em nenhum momento apelei à mentalidade de que perdemos mas jogamos bem. Antes pelo contrário. Nem estou minimamente satisfeito com um campeonato.
Não celebrei os títulos que queria ter celebrado, não pela ausência de criticas mas mais pela falta de mentalidade e organização competitiva e pela inércia que decisões ao sabor do momento e das emoções provocaram. Críticas, muitas delas inconsequentes e inúteis, sempre ouvi ao longo dos últimos 40 anos.
Não é quem mais crítica, mais "grita" ou age por impulso que tem mais mentalidade competitiva e quer mais vencer.
De MAV a 10.01.2022 às 18:02
Leão do Norte,
Como afirma essa inércia levou a muitas decisões e não decisões que tiveram o resultado que foi esse que afirmei.
Não sei o que uma cultura de exigência pode ser mal para um clube com a dimensão do Sporting. Jogamos mal quem foi o responsável? aposto que RA ia dizer que foi ele e bem porque é um lider .
A critica certa na hora certa faz milagres quem a souber absorver torna-se melhor.
Esgaio se for inteligente vai ficar melhor jogador ou não depende do intelecto de cada um.
MAV,
Estou "exausto" de repetir que a ideia que preside ao texto não está relacionada com a apologia da falta de cultura de exigência, do facilitismo ou da desresponsabilização.
Realmente a critica certa na hora certa pode fazer milagres. O debate está na definição do que é uma crítica certa e quando é a hora certa.
MAV,
Sugiro que faça uma pesquisa sobre as razões que levaram aos tais ditos quarenta anos. E penso que acabará por descobrir que as razões são várias. E arrisco dizer, desde já: nesse período de escassez, não está nos primeiros lugares, a falta de uma mentalidade ganhadora.
De MAV a 10.01.2022 às 17:46
NV
Se não ganhou por essas razões várias que mencionou como se formou alguma mentalidade ganhadora?? Mas ela não é alicerçada com vitórias?
Se não, estamos numa questão de semântica
O que fez não ganhar foram várias razões de acordo mas, deu lugar a um certo conformismo do "ganhar ou perder é desporto" que vai me desculpar tanto caracteriza os seus textos nem o RG é assim aposta mais nos árbitros.
De Juskowiak a 10.01.2022 às 15:00
Pois é, mas perdemos a liderança. E o Porto este ano não está para brincadeiras.
Reservemo-nos ao direito ao otimismo, que isto é um jogo de cada vez.
De Pereira Cristóvão a 10.01.2022 às 15:07
Mas o caríssimo está a brincar? O Porto não está para brincadeiras?!? No jogo com os lampiões abre o marcador com um lance onde claramente a bola é dominada com o braço. No Estoril leva o 3-1 clarinho que é anulado e que "matava" o jogo. Ajudas atrás de ajudas e diz que o Porto não está para brincadeiras?!? Quem não está para brincadeiras são os árbitros e o VAR, a levarem ao colo e forma vergonhosa o clube azul corrupto.
De o acutilante a 10.01.2022 às 15:32
O Porto tem muito a seu favor. Lembre-se que é um clube onde a lei não entra. Nem lei nem covide. Daí estar devidamente apetrechado para limpar tudo.
Portanto com críticas ou sem elas, limitem-se a batalhar com o velho vizinho pelo segundo lugar.
Por este comentário, depreende-se, portanto, que o caro é adepto do clube corrupto do Norte. Já era de esperar!
A mim parece-me mais um adepto do "velho vizinho" angustiado com a realidade do seu clube e a querer incluir-nos nela.
Pode ser que com tanta acutilância em relação à definição do título se venha a "cortar"!
Juskowiak,
A confiança nesta equipa não pode ser só uma questão de optimismo.
Caro amigo Leão do Norte,
Ao ler o seu esclarecido e sensato texto, comentários, e o debate que gerou, concluo que "a oeste nada de novo". Isto é, pode-se mudar a gestão de um clube, pode-se alterar e dinamizar o projecto desportivo, mas há uma realidade que não se consegue mudar: a natureza do adepto.
O adepto, com as naturais excepções, "pensa" e age em função da emoção, ou de uma racionalidade enviesada, pela subjectividade analítica. De acordo com o título do texto, confunde a árvore com a floresta. E porque a natureza humana tem milhões de anos de reforçada consistência, não é mudável, pelo menos no nosso horizonte temporal.
Assim, não estranho os extremismos que aqui se manifestam, de forma irredutível Excluindo os que trazem uma agenda escondida com o rabo de fora, os outros não deixam de ser genuínos. Enquanto se mantiverem no campo da opinião legítima não causarão qualquer mossa. O problema é quando através da acção concreta, contribuem para uma real desestabilização. Basta ler a história do Sporting.
Caro amigo Nação Valente,
O motivo da elaboração deste texto, e pelo qual me tenho batido neste debate, está em combater a ideia de que tudo se resume à dicotomia critica/ausência de crítica.
O "saco" da mentalidade competitiva não é apenas para aqueles que criticam, independentemente do modo, do objectivo ou da oportunidade e dele não podem ser excluídos os que questionam as diversas formas de critica.
Mas, como escreve, a natureza do adepto é quase imutável pelo que a tarefa tem surtido pouco efeito.
De sloct a 10.01.2022 às 16:21
A época passada por esta altura tivemos uma quebra física notória, muito semelhante à que notoriamente atravessamos agora.
Estivemos a segundos de perder em casa com a BSad, de empatar em Barcelos ou de empatar em casa com o Santa Clara.
Nessa altura pusemo-nos a jeito, mas as coisas acabaram por correr bem. Neste jogo pusemo-nos a jeito e as coisas correram mal.
A época passada a partir de finais de Janeiro, a equipa arrancou para o que se sabe, e estou plenamente convencido que esta época as coisas vão correr de forma semelhante.
Ganhar o título é um grande ponto de interrogação, mas que vamos por lá andar até ao fim não tenho dúvidas.
Sloct,
Embora se diga que a história não se repete, espero que esta época seja igual à anterior, especialmente na classificação final.
Pode ser mais difícil mas esta equipa, comandada por este treinador, já demontrou que não dá nada "de graça", por mais que, à primeira derrota no campeonato, questionem a sua entrega e mentalidade competitiva.
De sloct a 10.01.2022 às 17:52
A entrega e a mentalidade competitiva não devem (para não escrever não podem...) ser questionadas ao primeiro resultado adverso. É absurdo.
Apesar desse facto, existiu quem cometesse esse absurdo.