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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Em entrevista ao Jornal de Notícias, Octávio Machado falou sobre as razões que o persuadiram a aceitar o cargo de director-desportivo no Sporting:
O Jesus convidou-me dois ou três dias antes de ter sido apresentado no estádio. Não esperava. Não pensava voltar. Tinha acompanhado o futebol como comentador e algo que me surpreendeu foi todo o nível de ingratidão que se gerou à volta do Jesus. Essa foi uma das razões que me levaram a dizer 'sim' ao Jesus e ao Sporting. Voltei por causa da ingratidão do Benfica ao Jesus.
Há uma sintonia muito forte. Esperamos todos trabalhar muito diariamente. Tudo o que os peritos diziam saiu ao contrário. Já viam uma guerra do presidente com Jesus, do Jesus com o Octávio. Enganaram-se todos. Peçam desculpa !
A bem dizer, salvo pelo protagonismo mediático, até nem se percebe bem a necessidade de Octávio Machado vir a público com explanações que não lhe foram exigidas e que, na realidade, não são necessárias.
As razões que o motivaram a aceitar o convite são muito suas, e embora seja fácil compreender que terá ficado sensibilizado por Jorge Jesus se ter lembrado dele, visto à distância e a frio, não é de tão clara equação a razão de ser da sua "indignação" perante a alegada ingratidão do Benfica para com o agora treinador do Sporting.
Talvez tivesse sido mais honesto da sua parte confessar que, aos 66 anos, não esperava uma outra oportunidade para regressar ao futebol, designadamente em um Clube de grande dimensão como o Sporting.
Como já tive ocasião de afirmar em outros escritos, não teria contratado Jorge Jesus, e muito menos ainda sob as elevadas condições que ele exigiu, e nunca lhe daria o poder de escolher e convidar quaisquer elementos fora da estrutura técnica. Não faz sentido algum, até porque é o comando dessa estrutura que, em princípio, assume a função de supervisão sobre o trabalho do treinador e dos seus adjuntos. Nem os chamados "managers" do futebol inglês têm esse poder e autoridade.
Não sei bem a quem Octávio Machado se refere quanto às supostas previsões de um clima de guerra entre ele, Jesus e Bruno de Carvalho, mas é por de mais evidente que muito do que ocorre no foro interno não vem para a praça pública - e assim deve ser - e, a haver conflitos, por norma, esses apenas surgem pela ausência de resultados e quando as pessoas são confrontadas com objectivos falhados. Muito por isso, não surpreende que tudo seja um "mar de rosas" nesta altura. Será muito bom sinal para o Sporting se assim continuar.
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