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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Ninguém pode ter dúvidas que um dos pilares do projecto desportivo da equipa de futebol profissional do Sporting Clube de Portugal consiste no aproveitamento de jovens valores, em especial dos saídos da sua Academia. Mais do que uma questão de ADN leonino, trata-se de uma atitude inteligente e uma questão de sobrevivência.
A constituição do actual plantel, aparentemente curto, criou um espaço necessário para, de acordo com as necessidades da equipa e o potencial dos jogadores, permitir a afirmação de jovens valores. Paralelamente, nada melhor do que um treinador audaz e competente para dar corpo a esse projecto, proporcionando as necessárias condições. Contudo, a realidade e o tempo de integração dos jovens valores é algo de muito específico, altamente variável e que não se coaduna com os desejos ou a impaciência dos adeptos.
O início de época por parte da equipa do Sporting está, do ponto de vista competitivo, a ser extremamente exigente e Rúben Amorim reconhece perfeitamente que o lançamento de um jovem nestas circunstâncias pode ser um "presente envenenado", com consequências nefastas para a sua carreira. Se há algo que eu admiro na forma como ele promove jovens jogadores é o balanço que estabelece entre as necessidades da equipa e o benefício para o jogador. Não é o tipo de treinador que lança jovens jogadores para "salvar a pele" ou ficar bem perante adeptos e comunicação social.
Se neste início de temporada Rúben Amorim ainda não lançou nenhum jovem na equipa, perante a impaciência de alguns adeptos, tal certamente se deveu a que, na sua avaliação, não estão reunidas condições para o fazer com uma elevada percentagem de sucesso. É totalmente especulativo e precipitado, como já li e ouvi, relacionar tal atitude com uma secundarização na aposta em jovens valores ou pela falta de matéria prima. Apesar de não podermos esperar "Nunos Mendes" ou "Gonçalos Inácios" todos os meses, uma cuidada avaliação às equipas jovens e secundária do Sporting permite verificar que não falta a qualidade e o talento para dar sequência a essas apostas.
Destaco o lateral direito Gonçalo Esteves e o médio defensivo Dário Essugo que já treinam regularmente com o plantel principal, mas também posso referir os centrais João Goulart, Marsà e Rafael Fernandes, o lateral esquerdo Flávio Nazinho, o médio ofensivo Lucas Dias, os extremos Tiago Ferreira e Geny Catamo, o avançado Nicolai Skoglund, como exemplos de jovens com o potencial necessário para, em breve, poderem assumir um papel na equipa principal.
É certamente injusto referir apenas estes nomes, mas foram enunciados pelo simples facto de, em vários ocasiões, me terem despertado particular atenção. Certamente que existem outros com igual (ou até potencial superior), lembrando-me especialmente de dois "Félix" (Vando e Kiko) que está época foram contratados e que, após a necessária adaptação a uma nova realidade, podem aspirar à equipa principal.
O sucesso no lançamento de um jovem jogador depende, tanto da sua qualidade individual como do "timing" e das condições envolventes em que é efectuado. Ocorrer de uma forma precipitada e sem uma correcta avaliação de toda a envolvência pode, não só comprometer a afirmação do jogador como as necessidades da equipa. E Rúben Amorim já provou que domina as variáveis para o fazer com o desejado sucesso.
Confiemos, adeptos e jogadores, que, quando estiverem reunidas as condições, os jovens jogadores do Sporting Clube de Portugal terão a sua grande oportunidade, continuando um legado que outros anteriormente deixaram. Prestigiar a formação do Sporting Clube de Portugal, fortalecer o clube desportiva e financeiramente, valorizando igualmente as suas carreiras profissionais.
À atenção, dentro e fora do Clube.
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