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A propósito de uma bota

Naçao Valente, em 29.07.20

Já aqui no blogue se discutiu a polémica questão da bota que tirou o terceiro lugar da Liga ao Sporting, a escassos minutos do final do jogo, com todas as consequências. Concordo que o SCP podia e devia ter arrumado este assunto, antes do último jogo da época. Teve essa grande oportunidade, mesmo descontando erros graves de arbitragem. Não concordo, porém,  com alguns sportinguistas que aqui defenderam veementemente que a decisão do árbitro/VAR foi totalmente correcta.

21866744_KKeSZ.png

Pode concluir-se, que de acordo com as imagens e a colocação das malfadadas linhas, determinadas em cada momento pelo VAR, se descobriu que havia uma nesga de bota a pôr o marcador do golo em jogo. Mas também se pode questionar se a colocação da câmara utilizada  que dá azo ao traçamento da linha, era a mais correcta, de acordo com a realidade, como também aqui foi defendido. E muito mais se pode questionar se a decisão seria a mesma, noutro contexto.

21866745_FUDgm.png

Mas quero, a partir deste caso concreto, que prejudicou o Sporting, ir um pouco mais além nesta questão da marcação ou não, de foras-de-jogo ao milímetro. É um preciosismo de pretenso rigor, que prejudica as equipas em jogo e o próprio futebol. Na lei do fora de jogo beneficia-se quase sempre o infractor que é precisamente quem procura tirar alguma vantagem do adiantamento. E tem evidentes reflexos no posicionamento das defesas, que se organizam com base nesse pressuposto. No fundo, o que se perde é a fluidez de jogo.

Na minha perspectiva, esta medição falível dos fora-de-jogo, a partir de linhas virtuais só por si susceptíveis de erro, que decide  por uma unha do pé ou da mão, é uma aberração. A perfeição nunca existiu , nem existirá. Por isso, seria de bom senso alterar a lei de fora-de-jogo, no sentido de criar uma margem de segurança, que não deixe dúvidas, como por exemplo o corpo ou parte dele, na totalidade. Ganharia a dinâmica do jogo e a verdade desportiva. Isto para não pôr em causa a própria regra, o que talvez merecesse profunda reflexão.

Numa última nota, parece-me não merecer qualquer discussão, que em caso de dúvida se decide sempre contra o Sporting CP. Ou por um pé, ou por uma pretensa falta ofensiva, ou por um qualquer derrube na área considerado normal. Eu não sou de assumir atitudes de “calimero”, mas o histórico das arbitragens nos jogos do Clube, tem um saldo fortemente negativo em casos menos claros. E se nalguns pode não ter efeitos graves, noutros já tem custado títulos.

E faço esta pergunta: que raio de influência tem uns centímetros de um pé, na sequência de uma jogada?

publicado às 02:50

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43 comentários

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De Sel a 29.07.2020 às 11:26

Neste lance foram 38 cm em jogo, não foram 4 ou 5 cm. Se houvesse uma tolerância de 20 cm, neste lance o avançado teria a "folga" de 38+20=58 cm.
Não é verdade que o Sporting tenha um saldo "fortemente negativo" em questões menos claras de arbitragem.
Quanto a haver uma tolerância de um certo valor, por exemplo 20 cm, a favor do atacante, eu não poderia estar mais de acordo. Tem é que ser sempre o mesmo critério.
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De Robbie Fowler a 29.07.2020 às 11:40

Essa da tolerância não concordo, uma das regras que é bem objectiva, iria ficar uma confusão. Ou acabam com a regra, que se calhar já não faz sentido, e até poderia abrir mais o jogo, que tem vindo a ficar cada vez mais fechado. Ou então é deixar estar como está, um jogador ou está em jogo, ou está fora de jogo, não há ambiguidades.
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De Sel a 29.07.2020 às 12:13

Também não havia ambiguidades com a tal tolerância: era sempre a linha mais 20 cm a favor do atacante. Claro que se iria sempre discutir o caso de 21cm tal como agora se discute os fora de jogo de 4 ou 5 cm. Mas parece-me bem mais justo a tal tolerância de 20 cm. Tendo em conta o erro da tecnologia, eu suspeito que um jogador apanhado num fora de jogo de 5 ou 6 cm terá uma probabilidade de 20 ou 30% de não estar fora de jogo. Seria o "tal" conceito de "em dúvida beneficia-se o atacante" que vigorou recentemente e que foi anulado pelo VAR.
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De Robbie Fowler a 29.07.2020 às 13:59

O VAR veio retirar as dúvidas nestes casos de Fora de Jogo e de Bola ultrapassar ou não a linha de baliza, neste casos foi claramente uma mais valia.
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De LeaoCovilha a 29.07.2020 às 14:47

O Falcon Eye da linha de baliza na Premier League falhou este ano num jogo do Aston Villa.
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De Naçao Valente a 29.07.2020 às 15:16

Na minha perspectiva a verdade do futebol não devia estar dependente de centímetros. Nem as defesas deviam organizar-se em função disso. Houvesse jogadores colocados até à linha de fundo, e dificilmente o avançado ganhava a bola.
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De Indiana Julio a 29.07.2020 às 15:52

Uma coisa lhe posso garantir se estava em jogo nao foram de certeza 38 cm , ai ja tem mesmo marosca , nao comemos todos gelados com os cotovelos .

Curioso é que nos directos na SportTv os comentadores neste tipo de lances optam por uma postura reservada ate chegar a decisao do video arbitro , nao passou despercebida a ninguem a exitaçao e histeria dos comentadores da Benfica TV aos gritos que estava em jogo , traçando logo uma linha como que querendo influenciar a decisao do tipo da cabine , é esse tipo de comportamentos que sao nojentos e anti desportivos.

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