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A queda vertiginosa de Bruno de Carvalho

Leão Zargo, em 10.04.20

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Bruno de Carvalho pretendeu iludir a realidade desde o primeiro dia na presidência do Sporting e frequentemente até conseguiu levar a água ao seu moinho. Mas, o esgotamento do modelo de gestão e o seu cansaço físico e emocional levaram-no a uma fuga para a frente, acelerando o processo que o levaria à destituição em Assembleia Geral. Por estar prestes a ser pai, em 5 de Abril de 2018 decidiu não acompanhar a comitiva leonina a Madrid numa eliminatória para a Taça UEFA.

Depois desse jogo, na sua página de Facebook, Bruno de Carvalho criticou a equipa e avaliou o desempenho de alguns atletas. No dia seguinte, Rui Patrício e William Carvalho publicaram nas redes sociais um texto que depois viria a ser partilhado pela maioria dos jogadores. Criticaram as declarações do presidente e apelaram à união do plantel.

Em 18 de Abril, na partida com o Paços de Ferreira no Estádio de Alvalade, Bruno de Carvalho abandonou o campo com dores agudas nas costas, ouviu um coro ensurdecedor de assobios e viu lenços brancos nas bancadas. Os jogadores comemoraram a vitória todos juntos no relvado e chegaram a fazer uma volta olímpica. A divisão do presidente com os jogadores e os adeptos sportinguistas revelar-se-ia irreversível.  

No mês seguinte terminou tudo da pior maneira. Em 12 de Maio, Bruno de Carvalho garantiu numa entrevista ao jornal Expresso que “para ter sucesso, a primeira coisa a fazer é criar fama de maluco. Depois é só mantê-la”. O presidente do Sporting pretendeu garantir assim a toda a comunidade leonina de que não era maluco, apenas se armava em maluco. Mais três dias e aconteceu o impensável: cerca de cinquenta indivíduos de cara tapada, armados com cintos, bastões e facas invadiram a Academia de Alcochete. Foi o fim para ele.

Aconteceu há dois anos no nosso Clube. Nada está perdido, mas estão demasiadas coisas comprometidas.

publicado às 15:00

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5 comentários

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De Pepeu a 11.04.2020 às 12:19

Nunca fui à bola com Bruno de Carvalho... não me identifico minimamente com o perfil! Daí que nunca teve o meu voto.
No entanto, sou incapaz de não lhe reconhecer mérito no trabalho desenvolvido no seu primeiro mandato, até à chegada de Jesus ao clube.
Recordo com tristeza e muita vergonha alheia aquele dia da apresentação do treinador ao clube, desde logo antevendo em jeito premonitório que estava ali atingido o princípio de Peter do nosso presidente.
Foi um instante até os egos excessivos se sobreporem ao trabalho firme e humilde que nos poderia conduzir ao sucesso. Este, ainda assim, quase foi atingido muito por força do excelente desenvolvimento produzido pelos treinadores antecessores, tal como pela excelência do plantel que Bruno de Carvalho tão bem sob conservar.
Passado este tempo todo sinto nostalgia pelos momentos vividos que nos conduziriam à ilusão que talvez lá tivéssemos conseguido chegar... tivesse havido mais juízo!
A partir daí foi o descalabro e a queda constante e vertiginosa levou-o a demonstrar de forma bem visível o seu lado mais obscuro que, de resto, sempre esteve lá bem presente.
Acontece que tenho para mim que infelizmente em Portugal, o sucesso desportivo só é antingivel se liderados por gente “out of box” que muitas vezes se pode traduzir em indivíduos de pouca índole e de métodos menos legais.
Eu sei! É pena só se poder ganhar assim... mas é o que temos.
Até lá, até haver uma nova ordem que produza regras e legalidade desportiva em Portugal,nunca seremos coisa alguma com este tipo de anjinhos que arranjamos para liderar o clube.
Diga-se que Bruno de Carvalho, entre outras coisas, até foi dos que até hoje mais colocou o dedo na ferida sobre as ilegalidades que constantemente se passam no dirigismo nacional. Também por isso foi esmagado...
Acabou, por isso, a se tornar também ele mais um anjinho...!

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