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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Considerando a estrutura global do futebol indústria da actualidade, é inevitável, como em qualquer outro sector de alto nível da sociedade, que exista um vasto leque de interesses no seu enquadramento. Será ingenuidade nossa menosprezar a preponderância de empresários sobre determinadas actividades de equipas e atletas, porventura, até, abrangente dos organismos que superintendem o jogo, tanto a nível nacional como internacional.
Por esta ordem de ideias, é apenas lógico que o acima referido seja aplicável aos clubes portugueses e seus activos, assim como a jogadores lusos que actuam no estrangeiro. Segundo consta, o empresário Jorge Mendes, da Gestifute, é um dos intermediários mais influentes no Mundo, representando uma longa lista de distintos talentos - alguns nem por isso - que actuam em vários cantos do globo. Muito por isto, há longo que corre o mito que ele exerce tão enorme influência, quase ao ponto de controlar clubes e federações, nomeadamente a portuguesa.
Não sou ingénuo ao ponto de não reconhecer o potencial impacte da sua influência em determinadas movimentações, mas recuso acreditar que domine clubes e federações. Precisamente por isto, não alinho no argumento muito em voga de que as recém-escolhas de Paulo Bento obedecem a critérios mais ligados aos interesses do empresário e seus clientes, do que ao mérito desportivo dos atletas, por muito incompreensiveis que algumas dessas escolhas sejam. É inevitável, pela elevada estatura da sua intermediação, que Jorge Mendes represente um número razoável dos melhores talentos no activo, alguns dos quais ao serviço da Selecção Nacional. Entre os 30 nomes da lista de pré-convocatória de Paulo Bento, 12 são representados por este empresário, inclusive dos três jogadores do Sporting integrados no grupo e, ainda, Adrien Slva que foi excluído. Vejamos:
Rui Patrício
Bruno Alves
Fábio Coentrão
Pepe
William Carvalho
André Gomes
João Moutinho
Miguel Veloso
João Mário
Ricardo Quaresma
Ivan Cavaleiro
Cristiano Ronaldo
Mesmo admitindo algo obscuro nas escolhas - à parte da competência do seleccionador - quantos destes não são escolhas automáticas de qualquer seleccionador ?... Diria, pelo menos, nove ou dez.
Temos ainda um outro lote de jogadores não convocados que já representaram a equipa das quinas, entre estes, alguns ainda selecionáveis, como são os casos de Danny - Custódio - Nelson Oliveira - Ricardo Carvalho - Tiago, Pizzi e Rúben Micael.
É por de mais evidente, que se eu - ou qualquer um de nós - optar por uma análise um tanto ou quanto cínica, será possivel alegar que alguns jogadores garantiram lugares na Selecção por influência do empresário, a exemplo de Rúben Micael e Nelson Oliveira no passado, actualmente André Gomes, Ivan Cavaleiro e até João Mário. A exclusão de Adrien Silva aparenta contrariar esta tese, salvo uma outra mais complexa explicação.
Deliberadamente deixei para o fim o já bem conhecido facto que o próprio Seleccionador Nacional é também representado por Jorge Mendes. O que isto implica, ninguém sabe ao certo, no entanto, para o bem do futebol português, quero crer, até provas em contrário, que não influencia as decisões de Paulo Bento.
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