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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
É caso dar o mínimo de espaço às virgens ofendidas mesmo aturando vários queixumes. É vital abertura de espírito para entender que este é um momento delicado e que as autoridades tudo estarão a fazer para que os portugueses enfrentem o Covid-19 da melhor forma. Vai haver futebol com bancadas vazias? É triste, é verdade. Não é assim que se faz a festa do desporto-rei ou de qualquer outro. Mas não vem daí nenhum mal muito grave ao Mundo. E todos teremos tempo para perceber se não serão necessárias medidas ainda mais severas. A saúde primeiro.
Os adeptos têm direitos. E querem assistir aos jogos. Não podendo, será melhor não haver futebol? É possível. Provavelmente caminharemos para aí. Mas para grandes males, grandes remédios. E se nós aceitamos a economia de mercado quando vivemos tempos normais, parece chegada a hora de quem detém os direitos partilhar um pouco. Não seria de oferecer a jornada na TV a todos os portugueses como acto solidário? Ou as operadoras vão mesmo tentar aproveitar o vírus para fazer mais dinheiro à conta das medidas de prevenção? Não quero acreditar.
Adoro futebol. Assim como muitos outros desportos. Mas pensemos na nossa saúde. Com o fanatismo vigente pode não parecer, mas há coisas mais importantes do que uma bola.
Bernardo Ribeiro, Director de Record
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