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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
As mulheres têm todo o direito de dizer não e de ver essa vontade respeitada, independentemente da hora a que o digam, do local, da roupa que vistam ou da profissão que tenham. E Cristiano Ronaldo tem o direito de ser julgado sozinho e não em nome do saco de gatos em que se transformou o #MeToo, movimento global nascido para combater o assédio e assalto sexual.
Li muito sobre o caso nestes últimos dias e poucas opiniões conseguiram navegá-lo sem maltratar, pelo menos, um destes dois princípios sagrados, até as que tentaram ser delicadas. Escrevo apenas para não fugir a um tema que tomou conta da actualidade mundial e que é grave sob qualquer ponto de vista. Tomar partido com leviandade implica ferir uma causa que compreendemos e defendemos ou presumir culpas, de Ronaldo, que só duas pessoas no planeta podem, eventualmente, avaliar. Por isso, mais do que este parágrafo não, obrigado.
José Manuel Ribeiro, jornal O Jogo
Entretanto, há quem tenha princípios e uma linha de pensamento radicalmente diferentes de José Manuel Ribeiro, como é o caso de Paulo Dentinho, director de informação da RTP, que se deu a publicar o que só pode ser considerado um vergonhoso post, alegando que "estava a preparar um programa sobre o aniversário do movimento 'Me Too' e isso, aliado ao facto de ter três filhas, fez-me ter um momento emocional. Não me estava a referir ao caso concreto de Cristiano Ronaldo":
"Há violadas de primeira, violadas de segunda categoria, violadas de terceira categoria, etc. Depende muito do estatuto delas mas, sobretudo, do estatuto deles. Questão de perspectiva... Um "não" de uma puta - e tem também ela direito a dizer não - vale nada. É mercadoria. E se o violador tiver a auréola de herói nacional, é puta de certeza, no mínimo dos mínimos uma aproveitora sem escrúpulo algum. Logo, puta! Os factos, que se fodam os factos. Estava a pedi-las, foi o que foi. Felizmente não é a mamã, a filhota ou o filhote de ninguém. Porque nesta justiça será sempre uma filha ou um filho da puta".
E é este indivíduo director de informação da estação pública ?... Por mim, deixava de exercer o cargo imediatamente.
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