Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Não sou uma pessoa religiosa, e até aprendi muito recentemente que me qualifico como uma analfabeta emocional, mas creio que a transcendência de acreditar em algo que não vemos e que não sabemos bem explicar é das experiências mais fascinantes da vida humana, e essa é uma fé que perpassa toda a nossa existência, caso a saibamos cuidar, nos vários parâmetros da nossa vida.
Como, por exemplo, o desportivo. Invariavelmente, no final de cada época, as cores até podem mudar, mas a frase é sempre a mesma: "Para o ano é que é!"
A crença infindável do amor clubístico, ano após ano, não deixa de ser chocante, porque mesmo perante as maiores desgraças e tristezas infligidas, permanece mais ou menos intacta, também por nossa escolha. E é devido a esse amor invisível que os clubes são o que são, mesmo quando ficam, como é o caso atual do Sporting, 19 anos sem conquistar um campeonato nacional.
A última vez que o Sporting foi campeão eu tinha 14 anos, vivia na ilha e mal sabia ainda o que era o futebol, quanto mais o mundo. Rúben Amorim tinha 19 anos e estava a iniciar a carreira de jogador e Nuno Mendes e Tiago Tomás ainda nem tinham nascido, ou seja, nunca viram o seu clube ser campeão. O FC Porto (e o Benfica) que me perdoe, mas esta é uma história muito bonita e até merecida, depois daquele 5 de março de 2020 de muita fé de Rúben Amorim (e do baque que foi a eliminação da Liga Europa...):
"Eu pergunto: e se corre bem?"
E não é que correu mesmo?
Excerto do artigo de Mariana Cabral em Tribuna Expresso (disponível aqui)
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.