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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
As coinciências da vida são, por vezes, muito estranhas e curiosas. Acontece que ontem à noite um amigo telefonou-me - também ele sportinguista - e como é nosso hábito trocámos impressões sobre vários dos assuntos mais recentes da vida do Sporting, sendo o "derby" do domingo passado a dominar a conversa. Tentei explicar-lhe os meus sentimentos hoje em dia ao assistir a um jogo do nosso Clube, mesmo até um "derby", e faltou-me a eloquência do nosso leitor Nação Valente, no seu comentário ao post do meu colega Leão Zargo:
«Caro Zargo,
Admiro o seu tom conciliatório e integro-o na famosa frase do padre Américo, "não há rapazes maus". Desculpe discordar mas há, no mundo em que vivemos, bons, maus e vilãos. Mas também reconheço que em qualquer pessoa coincidem aspectos positivos e negativos e que cada homem é fruto das suas circunstâncias. Em tempos, aqui defendi muitas vezes Bruno de Carvalho, pela forma pragmática como estava a gerir o Sporting, condicionando as despesas ao valor das receitas. Mas há algum tempo comecei a divergir do seu comportamento e das suas atitudes. Não me revejo no seu estilo caceteiro batendo em todas as direcções, incluindo naqueles que estão no seu próprio exército. E vejo, em sportinguista que conheço, a mesma repugnância pelo estilo. Não comungo do seu humor grosseiro que provoca riso mordaz nos seus adversários. Não compreendo que alguém coloque o seu ego acima do clube, numa espécie de "o estado sou eu". Não sou adepto do chico espertismo, utilizado como método, para não cumprir contratos.
Sou sportinguista há mais de sessenta anos. Conheci várias direcções. Umas melhores, outras piores, se é correcto fazer este tipo de avaliação. Todas estiveram ao serviço do clube com espírito de missão. Independentemente da sua competência, nunca vi nenhuma que dividisse tanto os sportinguistas, nem que pusesse em causa parte do passado da colectividade, como se fosse possível apagar a história. Sou e continuo a ser sportinguista, mas tenho de confessar, com toda a sinceridade: este presidente conseguiu tirar-me o gosto de ver futebol. É uma estranha sensação que não consigo explicar. E pode ganhar todos os títulos do mundo, mas nunca será o meu presidente. Aliás se o meu sportinguismo existisse na razão directa de troféus conquistados, não seria, certamente, sportinguista.»
Leitor: Nação Valente
Não irei tão longe como o nosso caro leitor acusando este presidente de tirar-me o gosto de ver futebol, mas reconheço em mim que não acompanho os jogos do Sporting com a mesma paixão, a mesma intensidade de outrora, ao ponto de por vezes prejudicar a minha saúde. Nem por isto deixo de ser menos sportinguista e de desejar o melhor possível para o meu Clube, mas não é bem a mesma coisa.
Não pretendo convencer ninguém seja do que for, nem espero compreensão e muito menos ainda concordância. Já tive ocasião de afirmar diversas vezes aqui no Camarote Leonino, que este presidente também nunca será o meu presidente e que nenhum título conquistado me fará mudar de opinião sobre o homem e o líder Bruno de Carvalho.
A frase da imagem acima publicada reflectirá os meus sentimentos por lhe ter concedido o benefício da dúvida, quando ele não era mais do que um mero estranho, pelo acto eleitoral de 2011. O seu comportamento e patente falta de carácter conduziu-me ao meu estado de espírito actual. Daí, que eu não possa esperar aquilo que ele é incapaz de fazer: a união entre sportinguistas. Conquistou o poder através de divisão, preserva-o agora pelos mesmos meios e assim continuará até ao dia que sair do Sporting. "Impossível é nada", diz o slogan da Adidas, mas neste caso até é.
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