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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O Benfica fica à espera de um milagre na Champions; o Sporting ainda respira pelos próprios meios.
Há boas e más notícias para retirar dos dois jogos de terça-feira. Ora, manda o senso comum guardar o melhor para o fim, pelo que o mais sensato será arrumar já com a parte desagradável. O Benfica voltou a perder e a não conseguir marcar, tornando o apuramento num exercício de fé e matemática.
Para o conseguirem, os encarnados terão de vencer os dois jogos que restam, esperar que o Manchester faça o mesmo e ainda anular a desvantagem que carregam nos factores de desempate em relação a CSKA e Basileia.
Não é impossível, mas nunca foi feito e a verdade é que, até a julgar pelo alinhamento de terça-feira, com Jonas - autor de cinco dos últimos oito golos do clube da Luz - a começar no banco, parece-me evidente que o foco de Rui Vitória já está no campeonato. Aliás, considerando não apenas o tormento em que se tornou a carreira europeia, mas também o impacto que tem tido no campeonato (cinco pontos perdidos nos jogos realizados após jornadas europeias), uma saída prematura da Europa pode ser exactamente o que o doutor receitou.
O que nos traz até ao Sporting e à evidência de que faltam 10-15 minutos aos leões para discutirem até ao fim um dos grupos mais complicados da Champions. Faltou isso em Itália e voltou a faltar anteontem, apesar da excelente resposta que a equipa deu às ausências de Mathieu, Coentrão, Piccini e William, sobretudo graças à energia inesgotável de Gelson.
E se é verdade que o empate deixa a equipa na luta, mesmo que a lógica aponte o foco para a Liga Europa, não é menos certo que a recém-sucessão de lesões musculares e a fadiga acumulada ainda se podem reflectir no campeonato, desde logo em jogos mais exigentes, como o próximo, com o SC Braga. Ainda assim, ao contrário do Benfica, o Sporting ainda respira pelos seus próprios meios na Champions. E essa é uma boa notícia.
Jorge Maia, jornal O Jogo
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