Camarote Leonino

Uma notícia que me desagrada profundamente.
Quer do ponto de vista estritamente desportivo, quer como adepto do Sporting.

Mas o futebol feminino do Sporting parece ser um terreno fértil para estas "surpresas".

Uma notícia esperada, mas triste para mim como Sportinguista. Carreira longa no SCP, ela também Sportinguista, difícil de perceber o rumo da equipa feminina, tal como da equipa feminina de voleibol.

Depois de se ter conhecimento da profunda reorganização do plantel, certamente, com redefinição do projeto e objetivos vindouros, já não constitui surpresa o anúncio de tal notícia.
Estando de fora, não conheço os meandros, razões e motivos para tal desfecho.
Mesmo considerando que Ana Borges, caminha para os 36 anos, creio que ainda poderia dar o seu contributo e experiência, que seriam úteis mesmo para uma pretendida fase de transformação para diferente paradigma.
Julgo que entre prós e contras, a situação terá merecido a devida análise e ponderação por parte dos responsáveis.
A vida continua e aguardam-se novidades, que ajudem a perceber o que se pretende para o presente e futuro.
Deste modo, há que agradecer toda a lealdade, raça e profissionalismo demonstrado pela «nossa» Ana Borges, que sempre pertencerá à Família Leonina e continuará nos nossos corações.
Para ela e todas as que nos representaram e defenderam as nossas cores e símbolos, desejam-se futuras felicidades e muita saúde.
Quanto ao nosso Sporting CP, nas últimas épocas não foram alcançados alguns tangíveis objetivos, pelo que algo de estruturante e transversal teria que ser feito.

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PARTE 1:
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Relativamente a este assunto (e outros "vizinhos") devo começar por dizer que conheço pessoalmente a ANA BORGES (e 90% do plantel, bem como várias atletas em outras equipas), não diria que somos amigos, e diria que isso se deve a ela não apreciar (e está no seu soberano direito) a frontalidade com que me expressei sobre a equipa (e a Ana) ao longo dos anos, o que admito, por vezes, envolveu algum humor epigramático que tenha ferido alguma susceptibilidade dela.
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Tenciono voltar a cruzar-me com a Ana e desejar-lhe felicidades, da minha parte, não há qualquer animosidade ou inimizade, mas fico com a ideia que ela mesmo aos 35 é uma "moça" algo... complicada.
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Das que saíram até agora, diria que os maiores "rombos", foram a MAIARA NIEHUES e a HANNAH SEABERT. E não sei até que ponto, a saída da Maiara era evitável, pois obviamente, no contexto do universo do Futebol Feminino, o Sporting não tem tesouraria para competir com outros nomes mais estabelecidos, mais bem geridos e já relativamente auto-sustentáveis.
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Com as pessoas que o Sporting lá tem, duvido que o FutFemSCP seja sustentável em 20 anos, a qualidade do futebol irá melhorar, mas a "apresentação" (o que faz TODA a diferença na sua popularização) do mesmo parece estar nas mãos de incompetentes, "enfatuados" e introvertidas.

Por exemplo, já conversei N vezes com dirigentes do SLB, enquanto no SCP, noto uma altivez, esquisita, vinda de quem nada ganhou. Não sei se são inseguros, arrogantes ou se sofrem de ansiedade social na presença do género masculino, mas parece que se "escondem", a maioria das jogadoras são encantadoras (Borges incluída) e temos lá algumas de excelente carácter. Que eu saiba, nunca ninguém ouvi falar deles antes de se "colarem" à "brand" Sporting. O futebol está cheio de gente assim, "ah, eu sou o psicólogo do sporting, sou o advogado do benfica, sou o contabilista do FC Porto" etc.
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Quanto à Hannah, é como tudo no desporto, depende da qualidade (e capacidade de adaptação) de quem vier a seguir.
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Relativamente a alguns dos reforços propalados, sinceramente, acho que não são superiores a algumas que por ainda cá estão e nem sequer deviam ser titulares. Podem ser excelentes (e inteligentes) moças, mas há anos que mostram ser limitadas ao mais alto nível.
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A meu ver, a Maiara e a Hannah entram no melhor XI do campeonato, e é em redor de "peças" assim que é preciso ano após ano ir adicionando outras "peças" de qualidade e tentar criar ciclos de 5 anos antes de os começar a remodelar.
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A Ana Borges é uma boa jogadora, mas não é realista esperar que ela aos 35 (ou a NETO aos 37) consiga fazer 40 jogos em alta-rotação ao longo da época.
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(para mim, a NETO também entra no melhor XI do campeonato, e ela sabe o quanto a respeito)
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A adaptação a central da ANA foi interessante (eu sugeri-a - e outras - durante anos à direcção técnica da FPF), eu, pessoalmente, há muito que a teria avançado para extrema direita.
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Penso que ainda nos podia ter dado 2 anos de boa qualidade, e apesar de em 2025, não a considerar uma SUPER jogadora, não será fácil (ou impossível) de substituir, depende da arte e engenho do 'scouting'. Na minha opinião, na qualidade de Capitã, acho que não será muito difícil arranjar alguém que desempenhe melhor as funções, é a minha sincera opinião, e sem qualquer maldade, não acho que a Ana emocionalmente tenha perfil para capitanear.
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PARTE 2:
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A saída da JACYNTA GALA é pacífica. Tem talento, mas isso por vezes não chega.
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A dispensar da ALÍCIA apenas peca por tardia. Talvez se tivesse outra empresária, tivesse saído mais cedo. É um exemplo paradigmático de como a nossa formação está metodologicaente atrasada em relação a como se trabalha nos rivais. Mas no Sporting, aparentemente, criticas vindas de fora, deixam as pessoas "amuadas". Temos que aplaudir, sorrir ou ficar calados, apesar de 7 anos de fracassos e más experiências.
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A da Diana Silva é normal, pois nenhum dos (2) treinadores que tivemos parece entender como tirar rendimento de uma jogadora de selecção...
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Quanto à Norheim, não acho que seja uma SUPER central, mas as características dele complementavam bem as de GEORGIA EATON-COLLINS. Há boas centrais em Portugal (há muito que sugiro a Carolina e Bárbara do Torrreense, e a FPF finalmente acordou...), mas mais do que qualidade, creio que a questão aqui, é uma de complementaridade.
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(durante anos e anos também sugeri a Beatriz Cameirão e a Beatriz Fonseca à FPF, mas a "Mónica Vaidosa" preferia andar a fazer discursos hiperactivos e a auto-promover-se, aparentemente. Felizmente, desapareceu, para sempre, ninguém no Futebol a leva a sério... pelo que me apercebo)
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A persistência da Fátima Pinto como central de marcação zonal é suficiente contra equipas fracas, contra outras, é calamitosa, nenhum dos treinadores parece perceber isso. Portugal não irá a lado nenhum (excepto em grandes discursos populistas para excitar os "Bernardos" e os "Creatinas") enquanto a Dolores Silva, Joana Marchão e Fátima Pinto forem jogadoras da selecção.
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De resto, tenho pouca confiança na capacidade e intenções de Directora e das pessoas com que ela se rodeou. Não conheço nenhuma delas pessoalmente, mas parecem viver "isoladas" num Mundo à parte, uma "quinta das amigas" dentro do Sporting, sem qualquer respeito pelos adeptos, ironicamente, numa secção que peca pela impopularidade. Talvez sofram de ansiedade social ou se julguem melhores do que aquilo que têm demonstrado ser.
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Há situações que à distância poderiam ser confundidas com nepotismo, a secção parece-me demasiado autónoma de supervisão presidencial, talvez, por este último não ter qualquer interesse. Ninguémm entender por que razão a directora vai renovando a uma suplente como Rita Fontemanha e deixa cair metade da equipa titular. Duvido que o Presidente saiba ou queira saber, ele apenas parece fazer discursos (em eventos da UEFA) que demonstram que está à leste do que tem sido a política de integração vertical no Fut Fem SCP.
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Esclareço que nunca votei em Varandas ou contra ele, e desejo-lhe o melhor, pois o melhor para ele, será (em princípio) o melhor para os adeptos. E o mesmo se aplica à directora. Mas dizer que confio neles para resolver o que está mal, seria um exercício em optimismo a roçar a desonestidade intelectual.
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O "segredo" do benfica? Nada de extraordinário, simplesmente acumulam um maior número de individualidades acima da média, e talvez, por serem liderados por um homem, que já não tem idade ou saúde para ter interesse em mulheres, e isso lhe permita decisões mais desapaixonadas. Mas, isto sou eu a especular.
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A.C.F.
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o que está acontecer no futebol feminino é incrível, estão a assassinar a secção, valia mais acabarem com o futebol feminino. Se tinhamos uma referência no futebol feminino era Ana Borges, mesmo ela, tiraram-nos

Escrevi há algum tempo atrás, mas creio que já nesta época, que o futebol feminino do Sporting( equipa sénior/principal) era um mistério. Estava errado, não é um mistério, é uma comédia de mau gosto, dirigida( não sei por quem) que é um péssimo realizador. A teoria de que queremos fazer no feminino o que fazemos no masculino, formação, é esperar por um futuro próspero muito longínquo e pouco provável em termos de qualidade da jogadora portuguesa. Se a ideia é deixar andar, os resultados não interessam, tudo bem, que se poupe dinheiro com a equipa, se queremos discutir títulos, pois, tudo isto é estranho.

O ACF levanta “ao de leve” as diferenças entre o futebol masculino e feminino sem aprofundar a questão mais problemática que é o das jogadoras lésbicas e bissexuais terem historicamente mais abertura para se assumir e para terem os seus relacionamentos reconhecidos.
Muitas equipes nacionais e estrangeiras contam com jogadoras abertamente LGBTQIA+, (por ex. o Campeonato do Mundo Feminino de 2023 teve um número recorde de atletas abertamente LGBTQIA+.) e a comunidade em torno do futebol feminino, com o reconhecimento de que as mulheres lésbicas tiveram um papel fundamental na manutenção e desenvolvimento do futebol feminino, tende a ser mais inclusiva do que no futebol masculino, onde a homossexualidade ainda é um grande “tabu”, havendo muito poucos jogadores profissionais que se assumem abertamente “gays” durante suas carreiras, e apenas o fazem após o término das mesmas.
Não sei quem dirige o futebol feminino do Sporting, mas penso que tal não pode ser dirigido como no futebol masculino.
O que quero dizer com isso?
Não me interpretem mal (não sou homofóbico, nem tenho qualquer preconceito contra pessoas LGBTQIA+), mas questiono-me se certas saídas do futebol feminino do SPORTING (algumas a duo para um outro clube …) não têm a ver com a incompreensão/ignorância de quem dirige o futebol feminino do Sporting para esta realidade.
De certo modo, tal transparece igualmente da entrevista, “lida entrelinhas” da ex-treinadora Mariana Cabral ao jornal “A Bola” de 13/06/2025.