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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Por estes dias ainda se desconhece se André Martins na próxima época continuará a vestir a camisola verde e branca. O atleta foi descoberto no Feirense, quando tinha apenas 13 anos, pelo coronel José Santos, na altura observador técnico leonino. Depois, os técnicos da Academia de Alcochete burilaram o novo formando, transmitindo-lhe tudo o que um médio deve saber do seu ofício.
André Martins é um caso interessante de estudo como produto genuíno da Academia onde foi iniciado no que deve fazer em diferentes zonas do terreno e contextos do jogo. Com ele a Academia cumpriu o que se espera de uma Escola de Formação. André Martins não será uma estrela, mas é competente no que faz. Tem “escola”, como se costuma dizer.
É um médio interior inteligente na ocupação dos espaços porque desde sempre jogou com referências zonais, possui boa técnica e grande dinâmica, e necessita de alguma liberdade na movimentação de modo a conseguir criar situações de apoio e de construção, pois tem um passe longo com muita qualidade e distribui o jogo com eficácia. Joga com agressividade q. b. e como tem cultura táctica desempenha, igualmente, as tarefas defensivas e de transição de jogo, sendo essencial na defesa do espaço interior. De um ponto de vista emocional cumpre habitualmente.
O blogue Lateral Esquerdo considerou que “André Martins é o melhor médio do Sporting a cumprir com os comportamentos defensivos. Melhor a posicionar-se, melhor a adaptar o posicionamento, mais rápido a atacar o posicionamento certo ou a sair na bola.”
André Carreira Figueiredo, que acompanhou grande parte da fase de formação do atleta, destaca a sua “inteligência emocional e consistência exibicional”, considera-o “tacticamente culto (posicionamento e antecipação)” e valoriza a sua polivalência como “médio defensivo (´regista`) e médio box-to-box nº 10 (´fantasista`)”.
É frequente serem-lhe apontadas determinadas limitações. Logo, em primeiro lugar, o poder físico e de choque pois mede 1,69m, que André Martins procura compensar com o posicionamento no campo, o timing da intervenção e a agressividade adequada. Não será por aí que o nosso Iniesta se perde. No entanto, considero mais grave a falta de repentismo, a ausência de genialidade e o remate fraco.
O atleta do Sporting, um médio com grande maturidade competitiva e capaz de desempenhar várias funções no meio campo com um futebol simples e eficaz, ainda tem uma carreira brilhante à sua frente. Independentemente do que vier a acontecer, permanecerão sempre válidas as palavras proferidas pelo jogador: “Vou estar grato ao Sporting para o resto da minha vida, por ter sido um clube que apostou em mim”.
P.S.: Nos escalões de formação, André Martins conquistou quatro campeonatos nacionais e dois campeonatos regionais e vestiu a camisola da Selecção Nacional por 21 vezes. Estreou-se na Selecção A num jogo particular frente à Croácia, em 10.06.2013. Foi-lhe atribuído o Prémio Stromp na categoria Revelação, em 2012.
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