Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Antigo árbitro internacional, o sueco Jonas Eriksson deixou esta terça-feira nas redes sociais uma publicação que promete fazer correr muita tinta. Tudo porque, numa longa mensagem, o agora especialista de arbitragem da emissora sueca SVT fala num... "mundo sujo, político e falso", com fortes alegações de que a "amizade, corrupção, lealdade ou nacionalidade" têm um papel determinante nas escolhas dos árbitros nas fases finais.
Na sua publicação, Eriksson recorda o último encontro num Europeu, o Portugal-País de Gales de 2016, e diz ter-lhe sido negada a possibilidade de arbitrar a decisão desse torneio por razões que nada tiveram a ver com a sua qualidade enquanto árbitro.
"Passaram cinco anos desde que arbitrei o meu último jogo num Europeu, as meias-finais entre Portugal e Gales. E mesmo tendo ficado feliz e orgulhoso como me correu o jogo, houve uma enorme decepção em mim e na minha equipa. Por que razão não nos deixaram arbitrar a final?", questiona o sueco, que em seguida avança a todo o gás nas acusações à UEFA.
"As pessoas costumam perguntar-se da forma como são escolhidos os árbitros dos jogos decisivios, se é pelo que realizaram, ou da forma que os classificam... O escolhido é aquele que comete menos erros? Quem é que faz essa escolha? A verdade é que se trata de um mundo obscuro. Um mundo sujo, político e falso, onde a amizade, a corrupção, lealdade e nacionalidade têm o seu papel.
No futebol fala-se sempre de fair play e respeito, de que as regras devem ser as mesmas para todos, onde as melhores equipas, aquelas que ganharam mais jogos, estarão nas meias-finais de Wembley... Mas quando a questão é a arbitragem, isso acontece à porta fechada, com agendas políticas e onde o que menos importa é o futebol", considera o ex-juiz.
Relativamente aos árbitros que estão nesta ronda decisiva do Euro'2020 - Felix Brych (Alemanha) e Danny Makkelie (Holanda) -, Eriksson considera que o melhor... não estará na decisão.
"Os que são escolhidos, os que estarão na final, não são os melhores do torneio. Neste caso, o melhor árbitro do torneio, aquele que não cometeu um erro sequer, foi mandado para casa. A decisão foi feita por quem manda na UEFA e não teve nada a ver com o que fizeram no Europeu. Os outros árbitros, mesmo sem o saberem, têm os contactos certos, o meu suporte político ou são provenientes de países importantes, e isso permite-lhes arbitrar até mais longe.
Mesmo assim, dou os meus parabéns aos árbitros que arbitram jogos. Nada lhes pode cair em cima. O que vocês têm de saber é que este mundo está pobre e tem uma cultura longe de ser boa. Eu, olhando agora para trás, posso dizer que estou muito feliz por ter deixado de arbitrar há três anos".
O antigo juiz, na SVT, apontou o turco Cuneyt Cakir como o melhor deste Europeu.
P.S.: Até parece que está a falar do sistema de arbitragem em Portugal. Se não é idêntico, é muito parecido.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.