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Apipipita

Rui Gomes, em 09.03.22

21105016_F4Vcq.pngMuita tinta vai/deve correr sobre o tema de hoje, que é a recente divulgação de a nossa Liga ser a terceira do mundo (!) com menor tempo útil de jogo e a segunda com mais faltas.

Não faltarão entendidos a argumentar que se trata de uma questão cultural, que carece de pedagogia, que os nossos jogadores são uns fiteiros. Há mesmo quem já tivesse dito que, quando um português joga no estrangeiro, muda logo de atitude.

Será um pouco de tudo isso, mas, em meu modesto entender, nesta pouco ou mesmo nada prestigiosa estatística, ressalta uma causa maior: a arbitragem.

Vamos ser claros: se há pouco tempo útil de jogo, é porque os nossos árbitros não dão os descontos de compensação adequados às paragens e incidências que o jogo tem.

Se há muitas faltas, é porque os árbitros as marcam.

E, claramente, em Portugal, apita-se demais, apita-se de ouvido e apita-se a pedido.

Isto tem uma explicação: é que, na generalidade dos casos, os nossos árbitros entram em campo mais para se defender, do que para gerir, como é suposto, o desafio.

Um árbitro defensivo e timorato, tem tendência a intervir em todos os lances, pecando sempre por excesso e o resultado são aquelas sinfonias de apito tão nacionais.

Um árbitro defensivo é mais permeável ao caseirismo, ao teatro, ao constrangimento, aos bancos ululantes, ao ambiente, ao protesto. Todos nós conhecemos aquelas equipas que apuraram sofisticadas coreografias de intimidação.

Em Portugal, marcam-se as faltas mais ridículas, mais microscópicas, mais virtuais de toda a Europa, porque, desta forma, o árbitro não pode ser criticado por omitir.

Ainda bem que veio alguém dizer que o rei vai nu, mas isso não basta, há que tirar ilacções. Se preendemos fazer um upgrade da nossa Liga, vender caros os direitos centralizados (condição sine qua non para o seu sucesso), necessitamos de uma arbitragem à altura.

É altura de a APAF estar menos preocupada com a honra dos seus filiados e mais com a sua personalidade e aptidões técnicas.

Artigo da autoria de Carlos Barbosa da Cruz, em Record

publicado às 13:15

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10 comentários

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De José António a 09.03.2022 às 14:04

Infelizmente esta é uma das poucas vozes a tocar na ferida, para quando a comunicação social desportiva, tem a coragem de com uma campanha em massa, levantarem o problema? Ainda não perceberam que a degradação do negócio futebol, vai ter efeitos no seu também negócio.
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De Luísa de Sousa a 09.03.2022 às 14:32



Perfeito, Dr. Carlos Barbosa.

Beijinhos, Rui
Feliz Dia
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De Mike Portugal a 09.03.2022 às 15:22

Contra factos não há argumentos.
Somos uma das piores ligas em termos de tempo jogado e das ligas em que mais faltas são marcadas.

A arbitragem, tal como vários setores na nossa sociedade, protege a sua "quinta". Porque uma grande parte dos árbitros não são realmente qualificados para o serem. Esse sim é o grande problema. Muitos sobem pelas influências e não pela qualidade, portanto logo aí "matam" à partida muitos que poderiam ser bons.

Isto leva tudo a um outro indicador estatístico em que Portugal é mau: o nível de corrupção.
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De Luis Carvalho a 09.03.2022 às 15:26

Um artigo muito oportuno, sobretudo pondo o dedo nas feridas. É certo que em Portugal existe uma cultura de simulação, de teatro por parte de jogadores, equipas, o expoente máximo facilmente observado é o “ Antas” onde a coisa roça o ridículo, tem actores excepcionais, tem coro bem afinado, o banco, a CS, mas tem fans nos apitadores. E é aqui que o artigo toca na ferida, na péssima arbitragem que temos, é uma arbitragem que se defende. Defende sobretudo a sua posição, o seu salário e sabe quem deve beneficiar para se beneficiar. A corrupção do tempo do “ Apito Dourado” evoluiu, nesses tempos o que os árbitros recebiam eram trocos, hoje por hoje, são profissionais( no papel) bem pagos, como dependem de outros para manter a sua posição de C1, é óbvio, claro, que irão sempre beneficiar quem tem poder na FPF, a Liga é só uma fantochada, paga pelas multas. Há muitos anos que escrevo que a porcaria que é o futebol português ao nível da arbitragem, tem um enorme problema, as Associações, as fábricas de árbitros e a FPF, gerida por um habilidoso.
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De Paulo SCP a 09.03.2022 às 17:19

A APAF depois da novela Ruben Amorim perdeu toda a (pouca) credibilidade, transparecendo para todo o Portugal que é formada por um bando de individuos incompetentes, sem visão do negócio Futebol. Tal como os árbitros, são uma instituição retrógrada e defensiva, que ataca associados e defende interesses.

O que lhes interessa termos um futebol mediocre, sem ritmo de jogo e com cartões às dezenas? Não querem saber, nem tão pouco lhes interessa formar muitos novos árbitros, sob pena do status quo se alterar e perderem o poleiro!

E se parte da solução fosse compensar o tempo de jogo perdido, tal como refere o artigo, passariamos então para 2 partes de 90 minutos cada?! Rídiculo...
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De RCL a 09.03.2022 às 17:35

Os árbitros(a maioria não mererce o nome) deviam ser obrigados a fazer um estágio na Liga Inglesa.
Mas há os que sabem mas lfavorecem sempre os mesmos. ASD
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De Anónimo a 09.03.2022 às 18:35

Os árbitros sobem a custa da padronagem da ditadura do sistema viciado, no qual o Sporting tem sido muito prejudicado, o varandas tocou na ferida dos mandantes, vieram os redolfos desta vida como virgens ofendidas, não se pode dizer as verdades, onde os avançados do porto são bons atores dos pênaltis, as equipas quando jogam contra o porto abrem se todas ex Paços de Ferreira
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De Rui Gomes a 09.03.2022 às 20:02

Identificação?
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De José Lima Curral a 10.03.2022 às 09:55

Ontem no Porto ninguém viu as “sofisticadas coreografias de intimidação”, nem mesmo quando João Mário sofreu uma falta não assinalada frente ao banco portista. Porque será que não saltaram todos que nem molas, como é costume? É preciso mais para afirmar que aquela consecutiva atitude nos jogos internos é deliberada? A diferença está na complacência e na falta dela.
Também se viram muito menos simulações, seja de faltas, seja de ais, ais! Porque será? Falta de vergonha e de brio profissional, digo eu.

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