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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Já muito foi comentado sobre o jogo de ontem, mas, nas circunstâncias, é de prever que ainda há mais para dizer.
Em distinto contraste com a exibição de quinta-feira, frente ao PSV Eindhoven, o Sporting esteve muito mal em Barcelos, frente ao Gil Vicente.
O sistema de jogo implementado por Jorge Silas é bom e resulta, mas não sem dinâmica e intensidade. Posse de bola numa área recuada e muito limitada não leva a equipa aos golos que necessita para vencer jogos.
Não deixa de ser interessante que quarta-feira vamos ter a repetição do mesmo cenário, ou seja, a equipa leonina de visita a Barcelos. Teremos de esperar para ver se o jogo de ontem serviu de lição, tanto para os jogadores como para o treinador.
Os comentários de alguns leitores obrigam-me a alterar este post, porque, pelos vistos, na sua óptica, Bruno Fernandes terá cometido um crime capital com a sua apreciação aberta e honesta sobre a performance da equipa.
Eis o que o «capitão» teve para dizer no final da partida em Barcelos:
"Faltou personalidade e faltou atitude. Não estivemos no jogo. Deixámos que o Gil Vicente fosse sempre mais agressivo do que nós e conseguiram chegar primeiro às segundas bolas, às primeiras, criando mesmo mais oportunidades do que nós, o que é impensável.
O problema da equipa foi começar a segunda parte como começou a primeira, sem agressividade, sem intensidade, deixando que o Gil chegasse primeiro à bola, fazendo com que o nosso jogo se tornasse mais difícil.
Não há explicação 'para ir do céu ao inferno'. Agora é fazer a análise do jogo, que foi mau e pensar já no próximo".
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E, depois, ainda temos Vítor Oliveira, que nas suas declarações pós-jogo, indiferente se tem razão ou não com determinadas questões, demonstrou uma muito maior preocupação com o Sporting do que com a sua própria equipa:
"Sendo frontal, como sou, o plantel do Sporting fica muito longe do plantel do FC Porto e do Benfica. Tem alguns bons jogadores mas não tem muitos bons jogadores. Depois do que aconteceu na Academia vai demorar dois, três anos a recompor-se. Com poucos resultados a situação agrava-se. Mas o plantel do Sporting não é tão bom como os de Benfica e FC Porto. Daí a diferença pontual.
Se analisarem os jogadores de top, o Sporting tem muito poucos. Não é simpático dizer isto mas é a opinião de um homem do futebol. O Sporting precisa de melhores jogadores para ter melhores resultados. Pode mudar de treinador ou presidente mas o que precisa é de um plantel mais com mais reforços, como Benfica e FC Porto".
Eis o que Silas teve para dizer no final do jogo:
"Uma derrota é sempre penalizadora e até ao segundo golo tínhamos o jogo controlado. O primeiro golo é uma oferta nossa, que não pode acontecer a este nível. Levantámo-nos desse erro crasso, mas cometemos novo erro e sentiu-se muito a instabilidade emocional que reina nesta equipa desde o início da temporada.
Custa-nos muito reagir à adversidade, mas não podemos ser equipa só quando estamos a ganhar. Depois fica mais difícil dar a volta aos jogos. O nosso desafio é conseguir fazer com que um golo não nos mande abaixo da maneira como nos mandou.
Tem muito a ver com o cansaço físico e psicológico, que dá pouco tempo para recuperar e preparar os jogos. Tivemos muito controlo do jogo, mas podíamos e devíamos ter sido mais efectivos nas oportunidades. A partir do minuto oito da segunda parte deixámos de fazer aquilo que tínhamos combinado. Cada um passou a jogar à sua maneira e não há equipa que resista.
Gostava de dizer que íamos ganhar os jogos todos até ao final da época, mas eu próprio não espero jogos como o de hoje. Cometemos erros em lances aparentemente inofensivos e sofrer golos criados por nós fica mais difícil de explicar.
Como se trabalha a capacidade de reacção? Não é fácil, mas acho que se trabalha com vídeos e com muita bola. A bola dá-nos muito equilíbrio, mas quando começamos a ficar desequilibrados deixamos de ter bola e perdemos imensos espaços. Isso cria ainda mais apupos, desconcentração e instabilidade emocional. Depois tem a ver com a experiência dos jogadores e se calhar precisamos de pensar nisso".
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