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As Notas de Julius (13)

Rui Gomes, em 28.02.21

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Na 13.ª edição desta rubrica, o leitor tem assim a oportunidade de apreciar - e se entender, criticar as notas (0-6) que o nosso colaborador Julius atribuiu aos jogadores do Sporting e a outros intervenientes do jogo de ontem com o FC Porto - a contar para a 21.ª jornada da Liga NOS - que terminou com um empate a zero.

"Muita coragem, muito coração e o querer escrever os seus nomes para a eternidade. Onde vai um vão todos e agarraram-se uns aos outros ontem no Dragão, porque o querer é poder e estes rapazes demonstram que querem mesmo serem campeões. E já ninguém duvida, no País inteiro e todos os portugueses espalhados pelo mundo inteiro que desde o início do campeonato têm acompanhado a esta heróica caminhada de Rúben Amorim e os seus muchachos. Alguém disse que era fácil desmontar esta equipa do Sporting. Pois....!!! Mas tantos têm tentado, inclusive quem já teve três oportunidades para o provar, e o melhor que conseguiu é estar com 10 pontos de atraso. Melhor que se dedique a desmontar legos... poderá vir a ter melhor sorte".

DESTAQUE - JOÃO MÁRIO - 5 -  Chegou o momento das decisões e chegou também o melhor da forma do João Mário, quem o Sporting mais precisava, fez um jogo de grande sacrifício mas muito focado nas suas enormes capacidades, percebeu o alarme e assumiu a responsabilidade e a despesa de carregar a equipa, sempre rodeado de adversários sentiu-se como peixe na água a desgastá-los, como Palhinha correu quilómetros, os dois valeram por quatro, naquele meio campo quase sempre mais azulado.

ANTONIO ADÁN - 4 - O melhor sector da equipa foi sem dúvida a defesa, que em geral estiveram todos muito bem sem erros de maior gravidade. O ex-madrileno mostrou-se sempre muito seguro com nervos de aço; o trio Adán, Coates e Feddal tem sido o melhor desta Liga e os principais causadores de ser de facto difícil marcar um golo ao Sporting.

PEDRO PORRO - 3 - Teve vida difícil, é moda agora os treinadores adversários taparem os corredores ao Sporting na tentativa de anularem as saídas de Porro e Nuno Mendes o que passa a ser um grande desafio para o treinador encontrar soluções. Estava encostado ás cordas quando chegou o Matheus Nunes para o salvar e foi um grande alívio, voltou a respirar a partir daí.

GONÇALO INÁCIO - 3 - Acusou a responsabilidade e tremeu algumas vezes falhando alguns passes na saída, melhor a defender mas teve algumas hesitações; serão certamente as dores do crescimento. A barra hoje tinha mais peso, nomeadamente emocional.

SEBASTIÁN COATES - 5 - Foi um pronto socorro em todo o jogo, aparecia em todo o lado sempre com cortes e mais cortes da bola ao adversário, tem sempre o cabo de aço bem seguro na mão para que os colegas do lado se segurem sempre nas horas de aflição. Que grande temporada Sebastián!

ZOUHAIR FEDDAL - 4 - Muito activo e manteve-se sempre seguro no seu posto; teve dificuldades na saída, mas hoje todos tiveram. Ficou mais difícil na segunda parte depois do Nuno Mendes estoirar e perder reacção, teve o golo nos pés mas não foi tão rápido. O Conceição quis explorar o amarelo que levou metendo o Conceição júnior em "cima" dele mas " no pasó nada".

NUNO MENDES - 3 - Como Porro viu hoje o seu corredor com as portas trancadas e não ousou aventurar-se; e nas poucas vezes que o fez, não esteve tão bem nos cruzamentos; travou uma luta tremenda do seu lado e terminou de rastos, já não dava para mais. Ainda por cima, carregado muito cedo com um amarelo.

JOÃO PALHINHA - 5 - Foi muito difícil escolher o homem do jogo entre ele e o João Mário; agora, além de ser o "polvo" da equipa, é também mágico, aparece do nada fazendo desaparecer o adversário e fica ele com a bola; a TV tem de repetir a jogada em modo mais lento para todos percebermos melhor como o faz. Está em grande forma e é seguramente dos que mais merece ser campeão nacional, porque um campeão já ele o é.

POTE - 2.5 - O ataque não funcionou bem, teve poucas bolas e quando as teve falhou no critério; ontem o Pote até foi dos que mais falhou e foi mais culpado por ofensivamente o Sporting não ter causado danos à defesa do FC Porto; exigia-se mais rapidez a pensar e a executar; devia pelo menos ter segurado melhor a bola.

NUNO SANTOS - 2.5 - O Nuno é sempre uma incógnita e ontem quase sempre tudo lhe correu mal; até nas faltas não teve sorte; desastrado nos cruzamentos. Sabe fazer muito melhor. Que felicidade estar numa equipa com uma defesa de betão que até dá para passar umas férias lá na frente. Devia ter saído mais cedo.

TIAGO TOMÁS - 2.5 - O jovem nunca desiste de um único lance; levou uma 'paralítica' do Mbemba e terá aprendido com isso mais uma lição; foi presa fácil para os Pepes do Conceição.

MATHEUS NUNES - 4 - Depressa percebemos que devia ter sido lançado mais cedo no jogo; entrou com a corda toda e quase que desmantelava o FC Porto do seu arrogante treinador; com mais frieza fazia um golo monumental depois de uma fuga pela direita que matou o Otávio em que teve que meter o resto que tinha do turbo para correr atrás dele com a língua de fora e teve que sair logo a seguir.

BRUNO TABATA - 2 - Pouco se viu e pouco acrescentou quando o FC Porto já fazia as últimas tentativas do tal desmantelamento, através de bombardeamento aéreo e oferecia espaços que o Bruno não conseguiu aproveitar.

JOVANE CLABRAL - 2 - No mesmo nível de actuação do Bruno Tabata, pouco se deu por ele, mas também já era mais hora de defender o tesouro dos dez pontos.

MATHEUS REIS - 2 - O Rúben Amorim arriscou levando o jovem Nuno Mendes ao último fragmento da sua energia, podia ter corrido mal, o Matheus já o devia ter substituído mais cedo, fresco e sem amarelo daria a segurança que se exigia com a entrada do Conceição júnior, até porque o Feddal já dava sinais de começar a ceder.

RÚBEN AMORIM - 4 - Teste ultrapassado ao mais alto nível no Dragão contra o rival mais forte e que mais ameaçava a vantagem do líder Sporting. Estamos de facto rendidos à excelente coordenação da sua equipa e da forma como construiu as defesas do castelo. Muito longe de ter sido um bom jogo, mas foi quase sempre bem amarrado, bem seguro, não se deixando desmontar com a facilidade que alguém falou. O jogo pedia o Matheus Nunes mais cedo e depois o outro Matheus para o lugar do Nuno, mas correu bem e é isso que conta. Com os corredores fechados tem que pensar em meter mais um médio no meio, para o adversário ser obrigado a defender na largura e deixar mais espaços no centro.

SÉRGIO CONCEIÇÃO - 3.5 - Falhou o objectivo e, já pela terceira vez, contra esta equipa do Sporting, que afinal nunca consegiu desmontar nem com facilidade nem com dificuldade; falhou as três vezes e hoje em casa foi ainda mais grave. Tem de facto uma equipa forte, poderosa, mas ontem percebeu finalmente que é mesmo dificil ganhar a este Sporting. Compre um lego e treine melhor as desmontagens.

JOÃO PINHEIRO (Árbitro) - 4.5 - Os sportinguistas têm razões para não gostarem deste árbitro, mas ontem até fez uma arbitragem segura e isenta; muitas paragens mais por culpa sua. Teve momentos que parecia que iria perder o controlo do jogo, mas lá o foi agarrando e merece nota positiva.

ARTUR SOARES DIAS (VAR) - 4 - Mantenho dúvidas na forma como o Uribe disputa o lance com o João Mario dentro da área portista. Já vi este árbitro ASD marcar penáltis por menos, mas ele nunca marcaria aquele penálti contra o FC Porto. No resto não houve mais casos e nada mais para poder estragar.

publicado às 04:49

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46 comentários

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De Leão Zargo a 28.02.2021 às 19:53

Compreendo e aceito o seu critério, amigo julius, de facto é mais difícil construir do que destruir. Mas, também revela que o futebol é um jogo colectivo, ninguém joga bem sem estar bem acompanhado.

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