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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
(Amigos leitores do Camarote Leonino, cá estamos de novo com as Notas de Julius, preparados para esta nova e longa temporada de jogos da Supertaça, Taça da Liga, Taça de Portugal, Campeonato e Liga dos Campeões.)
Nesta rubrica, o leitor tem a oportunidade de apreciar - e se entender, criticar as notas (0-6) que eu atribuí aos jogadores do Sporting e a outros intervenientes do jogo Sporting / Braga a contar para a Supertaça Cândido de Oliveira - que terminou com a vitória do Sporting por 2-1, golos marcados por Jovane Cabral 29' e Pedro Gonçalves 43'.
Grande jogo da equipa, depois de uma entrada frouxa. Quase meia hora a ver jogar o Braga, que com melhor dinâmica e com as linhas mais juntas chegou naturalmente ao primeiro golo do jogo. Foi o clique... porque a partir daí só deu Sporting. O resultado acaba por ser bastante escasso, face às oportunidades desperdiçadas. O Braga foi caindo físicamente e nunca mais incomodou a defesa dos leões até ao apito final do árbitro. A equipa do Sporting deu já bons indícios, parecendo bem preparada para o arranque do campeonato.
DESTAQUE - NUNO MENDES - 5 - O futebol tem destas coisas, há uma semana no jogo treino contra o Olympique de Lyon, o Nuno Mendes pareceu ser o elemento da equipa mais atrasado na preparação, denotando ainda alguns problemas fisícos. Ontem, mostrou exactamente o contrário, sendo de longe o jogador que mais apresentou "andamento com altíssima rotação". Sempre impecável a defender, sem perder um único duelo individual, e ainda arrancou para cima do adversário várias vezes com excelentes combinações com o Jovane. Foi ele, a inspiração para todos os colegas da equipa.
ANTONIO ADÁN - 4 - Foi chamado a intervir mais vezes pelos colegas no jogo de pés nas saídas da equipa em que esteve sempre bem. No golo do Braga a defesa foi traída pelo bom lançamento para as suas costas e o Fransérgio apareceu na área bem colocado, a bola ainda bateu no poste mas acabou dentro da baliza. O Braga não mais incomodou até final, salvo alguns esporádicos cruzamentos que o espanhol resolveu sempre com facilidade e muita segurança.
RICARDO ESGAIO - 4 - Mostrou que é alternativa fortíssima ao espanhol Pedro Porro, está de facto com um futebol muito mais adulto, mais responsável. Ontem até que seria uma escolha possível do treinador por conhecer bem a sua ex-equipa principalmente o Galeno, um dos venenos mais motíferos dos bracarenses e na verdade anulou-o. Lê muito bem o jogo, sabe quando pode e deve subir, esteve sempre bem até final, apontando ao Pedro Porro, que ele está ali e que não vai facilitar.
GONÇALO INÁCIO - 4 - Exibição bastante segura e muito atenta sempre em crescendo, especialmente nas dobras ao Esgaio na ajuda a travar o Galeno. Tem responsabilidades no golo sofrido, o lançamento convidou o Fransérgio a desmarcar-se e o Gonçalo devia ter percebido de imediato. Quando deu conta "ya fuiste" era tarde, foi o seu único deslize em toda a partida.
SEBASTIÁN COATES (CAP) - 3.5 - Foi dos últimos a chegar das férias e não podia estar já no mesmo ritmo dos restantes colegas, aparte que sempre lhe foi difícil o arranque das épocas. Precisa sempre de tempo para trabalhar conveniente o físico, mas ainda assim surpreendeu pela positiva. Teve alguns passes mal medidos, mas neste dia foi a vez dele ser ajudado pelos colegas do lado e à sua frente.
ZOUHAIR FEDDAL - 3.5 - Não está ainda na sua melhor condição física, mas mesmo assim o seu rendimento foi bastante positivo; facilitou em alguns lances que conseguiu depois resolver in extremis. Foi aos seus limites e acabou esgotado a implorar que o sacassem dali, o treinador percebeu e fez entrar o Matheus Reis.
JOÃO PALHINHA - 4 - Uma exibição também em crescendo, hesitante no início ainda à procura do seu ritmo e do timing nas entradas à bola nos cortes, mas o golo do Braga despertou-o e voltou a ser o polvo que abraçou todo o meio campo e a defesa da equipa, protegendo-a até ao final. O esvaziar do meio campo do Braga coincidiu precisamente com o seu crescimento no jogo.
MATHEUS NUNES - 4 - Aí está a nova versão do João Mário na equipa e saiu-se muito bem com a missão, sabendo que tinha em cima de si todos os olhares, não só dos adeptos do Sporting mas também dos adversários em geral. É óbvio que ainda cometeu vários erros, principalmente na primeira meia hora em que pareceu algumas vezes perdido no meio campo. Tal como o resto da equipa, sentiu o clique do golo do Braga e arregaçou as mangas concentrando-se melhor no que tinha que fazer. Necessita agora de aprender a ler melhor jogo e os timings quando é hora de segurar e largar a bola.
JOVANE CABRAL - 4 - Estreou oficialmente a sua nova camisola 10 e com um bom golo num momento importantíssimo do jogo. O Braga estava na mão de cima e já na frente do marcador e por isso sentiu que tinha que fazer algo e fez. Arrancou no momento certo em que o Nuno Mendes o lançou isolando-o e na cara do guarda redes do Braga fez o golo do empate. Mais participativo do que era normal vê-lo, terá nesta época a sua grande chance de mostrar que tem capacidade para ser titular.
PEDRO GONÇALVES - 5 - Marcou um golo extraordinário, à Quaresma. Com o passar de cada jogo deixa cada vez mais marca do grande jogador e goleador que é, sendo verdade que também surpreendeu ao falhar dois golos de forma escandalosa, mas era ele que estava lá. A época está agora a começar e o melhor acerto chegará em breve. Fisicamente está ainda longe do seu melhor, perdendo várias bolas que normalmente não perde.
PAULINHO - 3.5 - Também não entrou muito bem no jogo, esteve desligado algum tempo, demasiado sozinho numa luta deveras inglória contra os centrais do Braga. Com o golo do adversário veio o arregaçar das mangas dos colegas, juntaram-se todos mais e aí já se viu em bom plano participando sempre bem na construção. Lutou bastante até à exaustão e foi substituído pelo Tiago Tomás.
TIAGO TOMÁS - 3 - Entrou para os derradeiros vinte minutos a substituir o esgotado Paulinho, tentou trazer mais energia e velocidade ao ataque do Sporting, mas a equipa já atacava menos e entrava no período de conservar a bola em zonas mais recuadas.
NUNO SANTOS - 2.5 - Entrou nos dez minutos finais para o lugar do Jovane, ajudou a equipa a gerir o tempo, segurando a vantagem que tinha no marcador, não se aventurou porque já não era hora para isso.
MATHEUS REIS - 2 - Entrou para o lugar do esgotadíssimo Feddal, cometeu alguns erros provocando faltas em zonas próximas da área do Sporting, continua a não convencer, ainda não mostrou ser claramente superior ao Borja.
TABATA - 2 -Entrou a substituir o Pedro Gonçalves, fresco veio trazer mais equilíbrio no espaço entre o meio campo e o ataque, mas a ideia era gerir o resultado mantendo as linhas mais recuadas.
RÚBEN AMORIM - 5.5- Raramente comete falhas, prepara tudo ao detalhe, continua a crescer como treinador, estudando cada vez melhor o adversário e as características dos jogadores que tem no plantel. A equipa é praticamente a mesma que se tornou campeã. Todos eles já sabem de cor e salteado o que ele pretende deles e do jogo. Há sempre coisas a melhorar, é um facto, mas a equipa fez uma excelente pré-época e apresentou-se nesta final preparadíssima para a ganhar e ganhou-a justamente. De todos os jogos contra o Braga, este foi de longe o mais conseguido em termos exibicionais, sem espinhas.
CARLOS CARVALHAL - 3 - Ficou finalmente convencido e que raro!!! Ouvimo-lo dizer várias vezes no final do jogo, que o Sporting é uma grande equipa e que foi um vencedor justo. Foi preciso perder quatro vezes seguidas para o reconhecer. Desta vez, nem quando viu a sua equipa marcar primeiro ficou confiante e tinha razões para isso, afinal salvou-se de uma goleada histórica.
JOÃO PINHEIRO (Árbitro) - 3 - Um aglomerado de errozinhos pequenos mancharam a sua arbitragem. Assinalou várias vezes o que não era falta e deixou passar outros lances que eram faltosos. Depois, foram 8 minutos de descontos? Só acabava quando o Braga empatasse? Disciplinarmente esteve menos mal.
ANDRÉ NARCISO (VAR) - 3 - Sem casos para intervir, assistiu ao jogo tranquilo.
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