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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Nesta rubrica, o leitor tem a oportunidade de apreciar - e se entender, criticar as notas (0-6) que eu atribuí aos jogadores do Sporting CP e a outros intervenientes do jogo com o Borussia Dortmund em Alvalade da 5.ª jornada da fase de grupos da Champions League, que resultou numa vitória por 3-1. Golos de Pedro Gonçalves (30 e 39') e Pedro Porro 81'.
A grande noite em que mais de quarenta mil adeptos assistiram ao afundanço do porta aviões alemão de Dortmund com 3 tiros certeiros. A regra da história foi contrariada, no final ganhou....o Sporting e não os alemães, numa vitória histórica, na raça, no querer, no acreditar. O leão rugiu forte em Alvalade e deu o tremendo salto para os oitavos de final da Liga dos Campeões. Jogadores, técnicos e adeptos uniram-se numa só voz, numa só força e tornaram o leão indomável num jogo que será para recordar. Tudo saiu e acabou perfeito.
DESTAQUE - PEDRO GONÇALVES - 5.5 - O falhanço do penálti roubou-lhe a nota máxima. Aqueles dois tiros quase de rajada no porta aviões alemão indiciaram que a noite seria a do leão, a do campeão. Não começou bem o jogo falhando vários passes e timing de chegada mas quando as oportunidades lhe surgiram não falhou, nasceu para não falhar e aquele segundo tirazo que fez levantar o estádio vai correr mundo. Mais um pote cheio de milhões com a passagem à fase seguinte.
ANTONIO ADÁN - 5 - Nunca se deixa intimidar seja quem for o adversário. Seguro, ágil, concentrado. É através da enorme maturidade que demonstra que tudo começa na equipa, todos se ajudam, todos acreditam mais ainda que podem ser felizes. O espanhol ganhou com muito mérito o enorme carinho dos adeptos. É um vencedor.
PEDRO PORRO - 5.5 - Mas que grande jogo fez o espanhol... mostrou toda a sua enorme qualidade na maioria dos lances que disputou. Continua a crescer e já é dos melhores laterais que passaram pelo Sporting CP. Sabe gerir bem o que o jogo pede. Muito oportuno para a recarga ao penálti defendido pelo Gregor Kobel ao remate de Pote, fazendo o terceiro golo, que acabou com as esperanças dos alemães.
GONÇALO INÁCIO - 5 - Aos 40' roubou um golo aos alemães cortando uma bola em cima da linha de golo. Está a tornar-se um grande central e em breve estará na selecção ao lado do Rúben Dias. Rápido, seguro no passe, forte nos cruzamentos, cresceu muito com este jogo.
SEBASTIÁN COATES (CAP) - 5.5 - O golo dos alemães perto do final do jogo roubou-lhe a nota máxima e o destaque do jogo. Não teve culpa mas o cruzamento caiu na sua zona. Fez um jogo irrepreensível; se o argentino Otamendi foi uma águia gigante em Barcelona, o Uruguaio Seba foi o rei leão em Alvalade. Parece que tem todos os colegas à sua volta, ligados a ele por cordas e elásticos tal é a precisão com que os comanda. Secou os alemães que praticamente não tiveram oportunidades para marcar. E ainda teve tempo para aquele genial lançamento que isolou o Pote para o primeiro golo.
ZOUHAIR FEDDAL - 4.5 - Teve que fazer pela vida perante uma linha avançada alemã rápida e deveras perigosa nas triangulações. Esteve sempre à altura do que se esperava e exigia. Não era noite do colega do lado - o Matheus Reis - arriscar demasiado nas saídas, ficaram mais juntos para proteger as suas costas. Viu-se em vários cortes importantes por antecipação, mas teve maiores dificuldades no passe, na entrega.
MATHEUS REIS - 4.5 - Não irá esquecer nunca, quando no momento da sua substituição foi ovacionado de pé pelos adeptos em todo o estádio. A defender esteve sempre muito seguro e competente, rápido a fechar e a dobrar. Percebeu que não era jogo para sair dali, da sua área mais posicional; o adversário mostrou que merecia respeito. Mostrou também algumas dificuldades na entrega da bola e na ligação aos colegas à sua frente.
JOÃO PALHINHA - 4.5 - Jogo de exigência máxima e de enorme desgaste. Sentiu algumas dificuldades no início, quando os alemães impuseram o ritmo e posse de bola. Com os golos tranquilizou-se e passou a ler melhor o jogo do adversário. A partir daí conseguiu interceptar mais vezes a bola entre as linhas do meio campo alemão. Coates pediu-lhe para não se afastar muito da zona central, por onde o Borussia tentava quase sempre entrar.
MATHEUS NUNES - 4.5 - Exibição a espaços; demorou muito a entrar no jogo. Aqueles primeiros trinta minutos que antecederam os golos do Pote foram-lhe muito complicados, perdendo várias vezes a bola. Com os golos também ficou mais tranquilo, mais confiante pôde finalmente mostrar o seu futebol com algumas arrancadas de bom registo com bola que desequilibraram as linhas alemães. Foi subindo de produção e acabou em bom plano.
PABLO SARABIA - 4 - Logo no início da segunda parte podia ter matado o jogo, num lance em que apareceu com o Pote na área do Borussia com espaço; já na cara do guarda-redes falhou o que seria o terceiro golo. A sua qualidade foi importante em vários momentos do jogo segurando a bola, mas só foi feliz no passe no lance do segundo golo. Acabou muito massacrado pelos alemães e saiu exausto aos 68', dando lugar a Nuno Santos.
PAULINHO - 4.5 - Deu tudo o que tinha, muitas vezes sozinho como D. Quixote. Sempre esforçado nas tentativas de impedir a saída de bola dos alemães. Teve qualidade nas recepções, muitas vezes com bolas difíceis, mas só em contra golpe com poucos elementos do Sporting a conseguir colocar em pânico a defesa alemã. Teve o seu momento mais alto no lance da grande penalidade cometida sobre si.
RICARDO ESGAIO - 4 - O jogo pedia a sua entrada, dado que Matheus Reis já dava sinais de fadiga e já não correspondia com a agilidade necessária. A sua entrada foi importante para ajudar a fechar o lado esquerdo. Cumpriu com competência.
NUNO SANTOS - 3.5 - O Pablo Sarabia estava esgotado e o Nuno em pulgas para entrar. Foi o período em que o Sporting decidiu o jogo, veio a expulsão e logo a seguir o penálti. Depois foi hora de gerir o resultado até ao final. O Nuno ajudou e cumpriu batendo-se bem nos despiques.
TIAGO TOMÁS - 3 - Com a vantagem de três golos era tempo de gerir o resultado. O treinador aproveitou para refrescar a equipa, foi a vez de um esgotado Paulinho dar o lugar ao Tiago. Entrou bem, com velocidade desequilibradora. Ganhou duas faltas já no meio campo adversário. Mas a equipa estava mais recuada sem necessidade de arriscar.
FLÁVIO NAZINHO - 2 - Entrou e o Borussia fez logo a seguir o seu golo que provocou ainda alguma preocupação. Não teve lances para se mostrar, era definitivamente hora de defender o resultado e a passagem épica aos oitavos finais da Liga dos campeões. Ficou o registo da sua estreia numa noite que jamais irá esquecer.
MANUEL UGARTE - 2 - Entrou e os alemães aproveitaram algum relaxe da equipa instantes após as substituições para marcar. Ainda teve que se esforçar, cortando algumas bolas que poderiam gerar perigo na defesa da equipa.
RÚBEN AMORIM - 6 - Destaque e nota máxima para o jovem treinador do Sporting CP que mudou tudo em Alvalade. Hoje os adeptos do Sporting já não conseguem imaginar a equipa sem o Rúben Amorim. Numa noite muito especial em tantas coisas, confessou no final que começa a sentir-se contagiado e com isso sportinguista. Protagonizou mais um momento histórico e dos mais altos das últimas décadas ao levar a equipa a apurar-se para os oitavos de final da Champions League, depois de um primeiro jogo, em que levou 5 golos do Ajax. Preparou de forma excelente a equipa para esta final com os alemães. Um único deslize, a enxurrada de substituições na parte final do jogo em que podia ter deitado tudo a perder. A equipa perdeu concentração e relaxou.
MARCO ROSE - 3 - Apesar de se terem que apresentar sem a sua grande estrela Haaland, são sempre uma grande equipa e um poderoso adversário. Tentaram agarrar o jogo logo no início, período em que tiveram muita bola e pressionaram empurrando a equipa do Sporting para trás. Mas não contaram com o Pedro Gonçalves, dois tiros certeiros em dez minutos causou-lhes um grande rombo que acabou por os afundar definitivamente. Foram muito poucas as vezes que incomodaram o Adán.
CARLOS DEL CERRO GRANDE (Árbitro) - 4.5 - Também não teve um bom início de jogo, tomando algumas decisões erradas. Foi-se adaptando ao jogo e aos jogadores e saiu-se melhor com o passar dos minutos. Decisivo na amostragem do cartão vermelho ao Emre Can e na grande penalidade, um lance difícil de análise mas que o VAR não teve dúvidas.
JUAN MARTÍNES MANUERA - 5 - Não interferiu na decisão da expulsão, confirmando-a, e foi corajoso a alertar o árbitro no lance da grande penalidade.
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