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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Nesta rubrica, o leitor tem a oportunidade de apreciar - e se entender, criticar as notas (0-6) que eu atribuí aos jogadores do Sporting CP e a outros intervenientes do jogo com o Santa Clara da 17ª. jornada da Liga BWIN, que resultou na primeira derrota da época do Sporting por 3-2. Golos de João Palhinha (10') e Pablo Sarabia (50').
Inesperado fiasco da equipa no jogo nos Açores. A maioria dos jogadores apresentou-se após as férias natalícias com um rendimento muito apático contra um Santa Clara mais concentrado e organizado, que com um raro índice de aproveitamento dos nove remates que fez - cinco enquadrados - marcou três golos à melhor defesa da Liga. Uma primeira parte excessivamente lenta, sem a dinâmica que é a sua principal imagem de marca, deu claros indícios de uma noite que se revelaria desastrosa. Rúben Amorim terá que fazer uma reflexão para tentar perceber porque motivo a equipa sofreu 5 golos em dois jogos consecutivos e vê quatro jogadores expulsos em quatro partidas.
DESTAQUE - PABLO SARABIA - 3.5 - Voltou a ser o mais esclarecido da equipa, viu-se que se cuidou durante as férias. Igual a si próprio, foi o que mais incomodou a defesa do adversário rompendo por diversas vezes as suas linhas.Marcou um golo de belo efeito após assistência de Pote e teve nos pés o 3-2 obrigando o Marco Rocha a defesa de recurso.
ANTONIO ADÁN - 2 - Noite muito ingrata para o guarda redes-espanhol que não teve lances para brilhar e ainda sofreu três golos muito consentidos pela defesa. Faltaram os usuais gritos de guerra para cerrrar as fileiras e deixou-se envolver pela ineficácia geral dos colegas à sua frente.
RICARDO ESGAIO - 1 - Noite para esquecer, entre o corpo e a cabeça um deles não esteve nos Açores. Bloqueou no primeiro golo dos açorianos e ainda juntou junto uma mão cheia de más decisões e desacertos; pedia-se a sua substituição ao intervalo.
LUÍS NETO - 1 - Voltou à equipa após os dois jogos de castigo e deu para perceber que não recuperou a sua forma. Mentalmente apagado, sem dinâmica, foi sempre menos um na equipa.
SEBASTIÁN COATES - 1 - Fez o pior jogo destas duas épocas; irreconhecível, voltou a ser o Coates pesadão do passado. Lento a pensar e a executar, desiludiu quando a equipa mais o necessitava dele, dada a ausência do general Rúben Amorim. Nunca deu o murro que se exigia e participou no descalabro dos três golos sofridos. As férias fizeram-lhe muito mal!
MATHEUS REIS - 3 - O melhor na defesa, viu os colegas em apertos e tentou lá ir ao outro lado por várias vezes ajudar mas não deu para mais. Foi uma pequena ilha naquele enorme deserto à frente do guarda-redes. Na tentativa de ajudar os colegas da frente, nunca conseguiu acrescentar qualidade.
NUNO SANTOS - 2 - Pareceu adormecido durante a maior parte da partida e pouco ou nada acrescentou. Passou ao lado do jogo, cruzamentos sempre inconsequentes e várias decisões desajustadas e precipitadas.
JOÃO PALHINHA - 2.5 - Dos que melhor começou o jogo na dinâmica e intensidade. Marcou um grande golo, o primeiro do jogo, mas depois foi "desaparecendo". Está ligado ao segundo golo do Santa Clara; precipitou-se num carrinho que falhou e com isso ficou fora da jogada, abrindo a via verde ao 'açoriano'.
MATHEUS NUNES - 3 - Foi dos melhores elementos da equipa numa noite em que a maioria dos colegas não fez a parte que lhes pertencia. Tentou empurrar a equipa para a frente e ligar o jogo, mas faltou-lhe sempre mais e melhores apoios.
PEDRO GONÇALVES - 2.5 - Uma sombra do jogador que todos tanto admiram, nada lhe saiu bem, displicente nas vezes que teve oportunidade de rematar à baliza do Marco. Nunca acertou a força e direcção a dar à bola, tem responsabilidades no mau resultado da equipa. Verdade que fez duas excelentes assistências, para o remate vitorioso do Sarabia e para a perdida escandalosa do Paulinho, no que seria o terceiro golo.
PAULINHO - 1 - A noite de Sevilha e o fumo da chicha ainda não se dissiparam à frente dos seus olhos. Falhar aquele golo que daria o empate vai ficar para a história e que irá juntar ao já vasto números de grandes falhanços que já teve neste campeonato. A verdade é que desta vez a equipa perdeu os preciosos três pontos, que podem vir a ser decisivos no final.
TABATA - 1 - Substituição falhada, não sabemos até que ponto teria sido preferível tê-lo enviado para Espanha em vez do Gonzalo Plata. Não nos recordamos de um único lance em que tenha feito a diferença. A equipa necessita de muito mais do que ele normalmemte oferece.
DANIEL BRAGANÇA - 1 - Entrou demasiado tarde no jogo mas ainda a tempo de ser expulso e já é a quarta expulsão nos últimos jogos. É altura de reflexão para dar um travão nestas incidências que tanto prejudicam a equipa e os resultados que se querem positivos.
RÚBEN AMORIM - 2 - Não tem culpa de ser vítima da Covid-19 e por essa razão não ter estado a comandar os rapazes na viagem aos Açores, mas a equipa perdeu e pouco fez para ganhar. Não mostrou dinâmica nem agressividade, mentalmente os jogadores não foram bem preparados após as férias e depois aquele par de jarras que tem como assistentes também não ajudaram em nada. Uma primeira parte a jogarem devagar, devagarinho e parados e o Carlos Fernandes, impávido e sereno de braços cruzados a olhar para, sabe-se-lá para onde, bom, é adjunto, estará explicado.
TIAGO SOUSA - 4 - Teve a sorte de ter apanhado o pior Sporting das últimas duas épocas e aproveitou a oferta atrasada do Natal da melhor forma. Explorou ao máximo a falta de agressividade defensiva do Sporting e com um índice elevado de aproveitamentos facturou os três golos da vitória histórica do Santa Clara ao campeão Sporting.
RUI COSTA (Árbitro) - 3 - Tudo estava destinado a dar azar na noite e não seria com o árbitro Rui Costa que as coisas poderiam mudar, verdade seja dita. Não foi pelo árbitro que o Sporting perdeu o jogo e seria de todo injusto analisar os seus erros, que os teve, como desculpa.
LUÍS FERREIRA (VAR) - 3 - O único lance de grande dúvida é o da expulsão, verdade que o Daniel se colocou a jeito mas fica a ideia de uma decisão muito exagerada quando o cartão amarelo seria mais adequado.
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