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As Notas de Julius 2021/22 (32)

Julius Coelho, em 23.01.22

Nesta rubrica, o leitor tem a oportunidade de apreciar - e se entender, criticar as notas (0-6) que eu atribuí aos jogadores do Sporting CP e a outros intervenientes do jogo com S.C. Braga da 19ª. jornada da Liga BWIN, que resultou numa derrota do Sporting por 2-1. Golo de Pedro Gonçalves 24'.

Um chorrilho de erros individuais (os centrais estiveram irreconhecíveis) na segunda parte e com isso ofereceram uma vitória inesperada, caída do céu, ao adversário. Após um domínio absoluto durante os primeiros 45 minutos de jogo, a equipa descontrolou-se emocionalmente com o golo do empate do Braga, perdeu o controle dos timings do passe e das movimentações, muito pela precipitação em querer jogar depressa, faltou depois serenidade e maior concentração nas várias oportunidades flagrantes que tiveram e que dariam certamente a vitória. Um início do ano de todo imprevisto e que já somam duas derrotas com os consequentes 6 pontos perdidos na Liga. É hora de reunir toda a gente.

tabata2.jpg

DESTAQUE - BRUNO TABATA - 3.5 - Com a queda emocional a pique da equipa após o golo do Braga, a entrada do Bruno Tabata trouxe alguma esperança de chegarem de novo à vantagem. Entre tanto desacerto e precipitação foi o que melhor definiu, empurrando e carregando a equipa para a frente, ganhou sempre o espaço para cruzar ou para o passe a rasgar entre as linhas do Braga.

ANTONIO ADÁN - 3 - A noite desastrada dos centrais afectou a sua usual tranquilidade. Não esteve tão seguro nem assertivo no jogo de pés e no segundo golo do SC Braga pareceu demasiado descaído para a direita e por isso chegou tarde; também não acreditou que o avançado iria rematar dali.

RICARDO ESGAIO - 3 - Fez uma boa primeira parte, principalmente no plano táctico, mas contra uma equipa como o SC Braga não pode existir tanto espaço entre ele e o Gonçalo Inácio no corredor. Na segunda parte enervou-se e precipitou muito as suas decisões.

GONÇALO INÁCIO - 1 - Temos escrito que está fora de forma. Quando o Braga subiu as linhas logo a abrir a segunda parte, entrou numa espiral de erros que não se compreende, lento a recuperar bolas que já estavam na sua zona de domínio, desastrado a construir e no passe, muito desconcentrado na leitura dos lances. Está a passar uma péssima fase.

SEBASTIÁN COATES - 1 - Já indicámos várias vezes que o capitão entrou neste novo ano muito desalinhado das exibições que têm sido a sua grande marca. A maior parte do jogo de construção passa pelos seus pés, raramente acertou com os lançamentos largos e baixou excessivamente o ritmo. Depois, aquele erro inacreditável que levou ao lance do penálti e que acabou por afundar equipa. No momento que ela tanto necessitava de comando para voltar a assentar o seu jogo, não esteve lá.

ZOUHAIR FEDDAL - 2 - O menos culpado do desastre da defesa, mas também mostrou demasiada lentidão com a bola nos pés a construir, acabou por ser o primeiro sacrificado substituído por Bruno Tabata. 

MATHEUS REIS - 2 - O jogo menos conseguido das últimas semanas, esteve ligado ao momento do penálti, devia ter tido outra abordagem na leitura do lance. Depois deixou-se contagiar pela lentidão dos colegas da defesa na fase de construção. Logo a seguir ao golo do empate do Braga, ofereceu de bandeja uma bola para golo que o Paulinho esbanjou.

JOÃO PALHINHA - 3 - Fez uma boa primeira parte, cortando todas as investidas do adversário, mas surpreendeu bastante o nervosismo que apresentou e transmitiu à equipa logo após o golo do empate do Braga. Precipitado e fora do timing nos cortes e no passe, querendo fazer tudo muito depressa. Caiu a pique na segunda período, até ser substituído pelo Ugarte.

MATHEUS NUNES - 3.5 - Uma primeira parte em que encheu o campo, previa-se que seria mais uma daquelas noites para recordar, executou passes mágicos teleguiados com um deles a colocar a bola redondinha na frente do Pote para o primeiro golo do jogo. Depois, deixou-se também afundar na segunda parte, perdendo o tino da leitura do jogo. Meteu-se nas confusões com investidas com bola mas sempre muito atabalhoadas, caiu no engodo do jogo físico que o adversário queria. 

PABLO SARABIA - 2 - Seguramente o jogo menos conseguido do extremo espanhol desde que chegou a Alvalade. Esteve invariavelmente eclipsado no meio das linhas defensivas do adversário, errando frequentemente nas decisões que tomou. Pedia-se a sua substituição mais cedo. Desinspiradíssimo.

PEDRO GONÇALVES - 3.5 - Excelente primeira parte, sempre muito disponível nas linhas de passe e construiu espaços de desequilibro nas linhas da defesa do Braga. Pensou-se que iria disputar o destaque do jogo com o Matheus Nunes, marcou o primeiro golo do jogo, podia e devia ter resolvido os problemas da equipa no momento quando esta perdeu a confiança, teve duas oportunidades soberanas na cara do guarda-redes do Braga para dar a vitória ao Sporting, em ambas permitiu a defesa do Matheus.

PAULINHO - 2.5 - O perdulário, um cruzamento de régua e esquadro de Matheus Reis que cabeceou a tirar a tinta ao poste, o guarda-redes nem se mexeu. Um lance praticamente a seguir ao golo do empate do Braga e que traria de novo a confiança à equipa. Depois voltou a falhar o golo que seria o do empate num remate ao lado do poste. 

MANUEL UGARTE - 1.5 - Desta vez não entrou muito bem no jogo, não acertou um passe, também contaminado pela precipitação, não meteu a água na fervura que se lhe pedia. Foi opção falhada, nem defendeu bem e ajudou pior os colegas no ataque.

JOVANE CABRAL - 1.5 - De todos o menos culpado por a equipa não ter conseguido o golo que impediria a derrota. Saúda-se o seu regresso mas no jogo nada fez que acrescentasse, muito fora de órbita. Era o Daniel Bragança que o jogo pedia.

RÚBEN AMORIM - 3 - Viu chegar ao fim uma bonita e longa série de vitórias em casa, um jogo muito inglório porque tiveram oportunidades suficientes para assegurarem os três pontos. Têm que voltar a treinar com muito mais afinco a definição frente à baliza, nas zonas de remate. Não foi muito feliz com as substituições, salvo o Bruno Tabata. Quando o SC Braga empatou e viu a equipa perder confiança e precipitar-se, devia ter feito entrar o Daniel Bragança, ele sabe manter a frieza dos seus bons passes e está a passar por um bom momento de forma, foi o maior pecado que cometeu.

CARLOS CARVALHAL - 4 - Finalmente ganhou o seu dia de festa, têm carradas de razões para festejar, ganharam ao campeão, ganharam a uma grande equipa. O Sporting pôs-se a jeito e aproveitaram da melhor forma a noite desastrada da defesa leonina, depois a sorte e a ineficácia dos avançados do Sporting ajudaram para a festa. Um triunfo bem caídinho do céu.

HUGO MIGUEL (Árbitro) - 3 - Tecnicamente muito implicativo, a apitar a tudo o que mexia, prejudicou com isso bastante a dinâmica que o Sporting tentava colocar no jogo na procura do golo da vitória, beneficiando muito mais os bracarenses. No lance do penálti foi chamado pelo VAR. Disciplinarmente teve decisões mais justas e acertadas.

Screenshot (603).png

JOÃO PINHEIRO - 3 - O lance do penálti deixa muitas dúvidas na intensidade, mas em outra zona do campo seria falta, por isso...

publicado às 03:19

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2 comentários

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De Pedro Santos a 23.01.2022 às 08:09

Gosto de comentar na sua rubrica. É um dos poucos redatores com quem se pode discutir e expressar uma opinião.

O Sporting fez duas partes bem distintas. Mas a segunda foi desastrosa, embora não apenas por culpa própria.
Já se percebeu que Inácio e Esgaio não combinam. Digo-o com muita pena porque são dois jogadores que eu aprecio muito, tanto pelo seu esforço, como pela inteligência táctica que oferecem. Um deles tem que sair.
Palhinha e Nunes perderam o élan, tal e qual como o ano passado por esta altura quando o motor da equipa perdeu gás e as exibições ressentiram-se.
Dessa vez foi João Mário que acusou o desgaste e seria Nunes a demonstrar serviço.Só que na altura tínhamos 10 pontos de avanço, agora não…!
Na frente, no entanto, residem os maiores problemas.
O melhor é Sarabia e se tiver em dia não torna-se uma perda imensa para a equipa.
Paulinho oferece muito apoio táctico à equipa mas não é ponta de lança, nem goleador. E ninguém pode aspirar a um título, em condições normais, sem um goleador.
O ano passado fomos campeões e tínhamos um goleador. Pote foi o coelho saído da cartola por quem ninguém esperava… nem ele, sequer!
Mas não é um goleador. Longe disso…
E perdemos uma oportunidade única de o termos vendido por um valor de mercado que nunca voltará a atingir.
O conjunto desta equipa é excelente e superiormente liderada, mas falta-lhe maior qualidade individual em determinados sectores.
Amorim tem feito, por isso, das tripas coração por este clube mas continua a ser humano e por isso também falha por vezes.
Longe de concordar com a relevância dada a Tabata, é incompreensível como o melhor jogador da jornada anterior nem sequer entrou neste jogo, mesmo no momento que a equipa mais pedia cérebro e capacidade técnica que só Bragança poderia proporcionar àquele meio campo.

Raramente comento arbitragens, sobretudo nestes blogs. Admito mesmo que se comentam erros inadvertidamente, fazendo isso parte de um contexto realista que difere largamente das teorias conspirativas com que os fanáticos se alimentam constantemente para esconder os erros próprios.
No entanto, não posso deixar passar determinado padrão.
É, para mim, inacreditável que o lance do penálti do Braga seja motivo de paragem e revisão de imagens pelo VAR. Não é este minimamente o critério que o protocolo sugere. Mais ainda quando na mesma situação num lance em tudo idêntico passado na área do Braga não houve o mesmo critério de avaliação.
Ao árbitro não cabe acatar sempre as “dúvidas” do VAR e Hugo Miguel foi absolutamente cobarde em não ter decidido manter o seu próprio critério de avaliação em campo, mesmo depois de rever imagens onde ninguém, nem ele sequer, consegue visionar com certeza alguma uma falta naquela jogada.

Uma última palavra que incomodará certamente muitas consciências por aqui…
Toda a vida fui Sporting desde que me conheço e por isso sócio há 45 anos.
Vi muita gente passar por este clube e a única coisa que me conforta e me orgulha é o símbolo do Sporting. Imutável.
As pessoas estão la para o servir, umas melhor que outras, mas nenhuma tem a mínima importância face à grandiosidade da colectividade desportiva.
Varandas não é um líder, não tem mínimas características para o ser, sobretudo por manifesta falta de carisma.
Pode ser eventualmente um bom gestor de competências, espero que sim, mas todo o seu mandato foi e é apenas segurado por uma escolha e nada mais.
Não houvesse Amorim e provavelmente não continuaria a ser o presidente do clube.
A entrevista que deu, a meio da época, foi desprovida de sentido e num momento completamente errado.
Apenas e só um alimentar de ego… patético.
E nem precisava daquilo para nada porque a sua vitória de março está mais que garantida. O clube agradeceria-lhe.
Portanto, a sua existência depende da permanência de Amorim, sendo que a saída deste ditará o fim do ciclo de Varandas.
Amorim abandonará o clube um dia, seja por mérito próprio ou por demérito.
É inevitável porque ninguém é nem eterno nem isento de erros.
Pela minha parte, o meu desejo é vê-lo no clube por muitas mais épocas, pois acredito que é mesmo a pessoa ideal para comandar esta equipa.
E desejo-o pelo Sporting apenas. Varandas apenas beneficiará desse factor.
Que o saiba aproveitar em prol do clube e do seu também.
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De Julius Coelho a 23.01.2022 às 11:32

Ainda continuo a acreditar nesta equipa para o objectivo principal que é o título mas já o escrevi aqui antes, se todavia não o conseguirem "no pasa" nada, mantêm todos toda a confiança dos adeptos. Ontem brindaram-nos como uma muito boa primeira parte, agradável de se ver.
O lance dos golos do Braga tínhamos a bola controlada em nosso poder, facilitaram e pagaram por isso.
Claro que a ausência do Porro faz-se sentir muito na equipa, dá muitas outras coisas que o Esgaio não consegue dar.

O VAR existe para reverter decisões em lances claros e o lance do pênalti não é de todo claro e o árbitro mandou seguir. Podemo admitir que houve infração do Reis mas não é clara nas imagens que nos foram dadas, de todas as formas tiveram mais de meia hora para voltar a marcar um golo e foi aí que mais falharam.
Com a precipitação, o querem jogar depressa excessiva enervaram-se e pedia-se a entrada do Daniel que traría por certo mais cérebro e frieza no passe.
Por último esperemos que o Rúben continue por muitos e largos anos, o seu trabalho é muito bom.

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