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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Nesta rubrica, o leitor tem a oportunidade de apreciar - e se entender, criticar as notas (0-6) que eu atribuí aos jogadores do Sporting CP e a outros intervenientes do jogo com o Marselha, da 3.ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões e que resultou numa derrota leonina por 4-1. Golo de Francisco Trincão 1'.
SPORTING EM MODOS HARAKIRI EM MARSELHA
Três erros grosseiros do guarda redes espanhol de rajada (em 9') e que resultaram fatais, destruíram por completo toda a organização de jogo da equipa leonina, após conseguirem chegar à vantagem com um dos golos mais rápidos da história da Champion League (53s) e dominarem por completo um adversário que mostrou limitações quando em igualdade numérica. A história do jogo para o Sporting em Marselha acabou logo aos 23' quando ficou reduzido a dez elementos e já com os franceses na frente do marcador. O treinador decidiu proteger os jogadores para a segunda metade da partida, fazendo 4 substituições logo após o intervalo, optando por uma estratégia de maior contenção para evitar um resultado mais volumoso que pudesse vir a causar mais danos no grupo.
DESTAQUE - FRANCISCO TRINCÃO - 3 - O momento mais alto da equipa resumiu-se aos 53 segundos de jogo, quando o Francisco Trincão numa excelente jogada individual surpreendeu todos, finalizando com um remate em arco que só acabou no fundo da baliza. Pouco depois esteve perto de fazer o segundo, mas a bola bateu numa muralha de pernas.
ANTONIO ADÁN (Cap) - 0 - Seguramente os 23' mais "horribilis" de toda a sua carreira, destruiu com os seus erros o sonho da equipa poder conquistar três vitórias seguidas na Liga dos Campeões, o que seria um feito inédito na história do Clube. Entrou em campo, mas deixou a concentração no autocarro que se perdeu no trânsito. Depois de dois erros que resultaram em golos do adversário, provocou uma saída sem timing e meteu a mão à bola fora da área, inacreditável. Ficámos incrédulos e sem palavras.
RICARDO ESGAIO - 1.5 - Como tem sido habitual, voltou a realizar um jogo muito fraco. Entende-se que um jogador tem direito a cometer erros, mas primeiro, tem que conquistar créditos e aí, poucos tem conquistado desde que voltou ao Clube. Muito preocupado com a sua posição na linha do fora de jogo mas depois falta-lhe tudo o resto.
JEREMIAH ST. JUSTE - 2 - Além dos erros do Adán, a defesa também não esteve bem, nunca deu garantias na saída da bola, cometendo vários erros sem serem provocados e o holandês ressentiu-se com a falta de uma voz de comando que o tranquilizasse e colocasse a todos na ordem. Já não voltou para a segunda parte.
GONÇALO INÁCIO - 2 - Ainda não é a sua praia assumir a posição de quarto homem, não basta ter reacção ou velocidade e controle na linha do fora de jogo, é preciso também voz de comando que não tem. Os erros do guarda-redes também foram consequência dessa falta de liderança no sentido de lhe serem oferecidas linhas de passe com melhor critério. Viu-se também com dois erros graves, quando ofereceu a bola ao adversário perto da sua área.
MATHEUS REIS - 2 - Andou aos papéis a maior parte do tempo, perdendo-se com dobras e mais dobras numa espécie de função de bombeiro, quando se pedia mais cabeça e melhor organização defensiva. Melhorou na segunda parte fechando melhor o seu lado com o Nazinho.
NUNO SANTOS - 2.5 - Curiosamente, estava a dar nas vistas na posição mais recuada a fechar muito bem o seu corredor, rápido na antecipação e no timing do corte. Foi o melhor elemento da defesa durante o período do descalabro provocado pelo Adán. No ataque ou na construção da saída de bola nunca se viu. Na segunda parte não voltou.
MANUEL UGARTE - 2 - Um erro clamoroso quando fez um passe para trás que quase isola um adversário, depois foi melhorando o seu jogo, nos movimentos de reacção e no passe com melhor critério. Também foi substituído após o intervalo.
HIDEMASA MORITA - 2.5 - Viu-se numa tarefa muito ingrata o japonês, mal se viu na primeira metade da primeira parte, depois e já com o resultado a desfavor e com a equipa com menos um elemento, assumiu a responsabilidade e atirou-se àquela luta tão desigual do meio campo, nunca se vergou. Foi o elemento que mais e melhor produziu na segunda parte mas sem resultados práticos.
PEDRO GONÇALVES - 1.5 - Isolado, teve nos pés o segundo golo que poderia ter dado uma história muito diferente ao jogo, mas não teve potência no remate nem a arte de colocar a bola fora do alcance do guarda redes francês. Sempre muito mal na recepção, perdendo inúmeras bolas para o adversário. Ficou também no balneário ao intervalo.
MARCUS EDWARDS - 3 - Deu a ideia de poder vir a fazer uma grande noite. Até aos descalabros foi o jogador mais cerebral na construção, com mais tino, um passe magistral isolou o Pote e teve outras iniciativas que fizeram a cabeça em água aos franceses. Na expulsão do Adán, foi o sacrificado e mostrou claro desagrado na hora de sair.
FRANCO ISRAEL - 2.5 - O pior momento para um guarda redes, é entrar gelado no jogo no momento de um canto contra, dessa forma sofreu o terceiro golo, não se fez ao lance no timing correcto e sem a convicção que o lance pedia. Não se perturbou por isso e defendeu depois duas bolas bem difíceis e no quarto golo ainda defendeu o primeiro remate. Não conseguimos ainda ver e perceber as suas reais qualidades de grande ou médio guarda-redes.
JOSÉ MARSÁ - 2.5 - Foi atirado às feras na segunda parte num momento muito delicado, menos um elemento e com 2 golos a desfavor. O jovem espanhol não tremeu e aproveitou a lição para crescer em tempos de guerra, no geral safou-se menos mal.
FLÁVIO NAZINHO - 2.5 - Entrou bem no jogo quando foi chamado logo a abrir a segunda parte, parecia poder desiquilibrar pelo seu corredor, mas o adversário depressa se adaptou e obrigou-o a recuar e a posicionar-se mais perto da sua área.
PAULINHO - 1 - Missão ingrata que nada produziu segunda parte. Muito sozinho lá na frente viu-se muitas vezes a ter que recuar até às primeiras linhas da defesa para conseguir ter alguma bola. Conseguiu uma ou outra falta mas sem acrescentar nada no contra ataque que a equipa tanto necessitava.
ALEXANDROPOULOS - 2 - O miúdo luta que se farta, mas sem o critério que marque a diferença. Terá que reduzir perdas de bola e pensar melhor o jogo para não cair em acções constantemente precipitadas.
RÚBEN AMORIM - 3.5 - Não merece de todo a nota negativa. Viu-se no início do jogo que preparou bem a estratégia; enquanto em igualdade numérica o Sporting CP foi superior ao Marselha. Não pôde evitar os disparates do seu guarda-redes, teve que se aguentar com a tremenda realidade em que caíram após aqueles nove minutos fatais e ter que decidir; esquecer o jogo e as consequências do resultado e partir para a defesa dos seus jogadores e da equipa. Arriscou e fez as cinco substituições permitidas na primeira parte. Mostrou inteligência e coragem quando a borrada já estava feita.
IGOR TUDOR - 3.5 - Ganhou com números expressivos, mas o jogo teve uma história muito estranha, defrontou um adversário que decidiu suicidar-se e oferecer-lhe a vitória. Tudo lhe correu à feição e sem nada fazer por isso. Na verdade, até se livrou de um grande aperto quando perdia e estava a ser dominado. Depois lá pôde respirar de alívio. O mérito? Aproveitou bem os erros infantis do Sporting.
DAVIDE MASSA (Árbitro) - 3 - De forma inteligente apitou com caseirismo, na dúvida a bola ficava em casa, e nos cartões sempre teve melhor visibilidade para um dos lados.
PAOLO VALERI (VAR) - 3 - No geral não foi uma boa transmissão, foram dadas poucas repetições de alguns lances que suscitaram dúvidas. Vamos acreditar que decidiu sempre bem.
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