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As Notas de Julius 2022/23 (10)

Julius Coelho, em 05.10.22

Nesta rubrica, o leitor tem a oportunidade de apreciar - e se entender, criticar as notas (0-6) que eu atribuí aos jogadores do Sporting CP e a outros intervenientes do jogo com o Marselha, da 3.ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões e que resultou numa derrota leonina por 4-1. Golo de Francisco Trincão 1'.

SPORTING EM MODOS HARAKIRI EM MARSELHA

Três erros grosseiros do guarda redes espanhol de rajada (em 9') e que resultaram fatais, destruíram por completo toda a organização de jogo da equipa leonina, após conseguirem chegar à vantagem com um dos golos mais rápidos da história da Champion League (53s) e dominarem por completo um adversário que mostrou limitações quando em igualdade numérica. A história do jogo para o Sporting em Marselha acabou logo aos 23' quando ficou reduzido a dez elementos e já com os franceses na frente do marcador. O treinador decidiu proteger os jogadores para a segunda metade da partida, fazendo 4 substituições logo após o intervalo, optando por uma estratégia de maior contenção para evitar um resultado mais volumoso que pudesse vir a causar mais danos no grupo.

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DESTAQUE - FRANCISCO TRINCÃO - 3 - O momento mais alto da equipa resumiu-se aos 53 segundos de jogo, quando o Francisco Trincão numa excelente jogada individual surpreendeu todos, finalizando com um remate em arco que só acabou no fundo da baliza. Pouco depois esteve perto de fazer o segundo, mas a bola bateu numa muralha de pernas.

ANTONIO ADÁN (Cap) - 0 - Seguramente os 23' mais "horribilis" de toda a sua carreira, destruiu com os seus erros o sonho da equipa poder conquistar três vitórias seguidas na Liga dos Campeões, o que seria um feito inédito na história do Clube. Entrou em campo, mas deixou a concentração no autocarro que se perdeu no trânsito. Depois de dois erros que resultaram em golos do adversário, provocou uma saída sem timing e meteu a mão à bola fora da área, inacreditável. Ficámos incrédulos e sem palavras.

RICARDO ESGAIO - 1.5 - Como tem sido habitual, voltou a realizar um jogo muito fraco. Entende-se que um jogador tem direito a cometer erros, mas primeiro, tem que conquistar créditos e aí, poucos tem conquistado desde que voltou ao Clube. Muito preocupado com a sua posição na linha do fora de jogo mas depois falta-lhe tudo o resto.

JEREMIAH ST. JUSTE - 2 - Além dos erros do Adán, a defesa também não esteve bem, nunca deu garantias na saída da bola, cometendo vários erros sem serem provocados e o holandês ressentiu-se com a falta de uma voz de comando que o tranquilizasse e colocasse a todos na ordem. Já não voltou para a segunda parte.

GONÇALO INÁCIO - 2 - Ainda não é a sua praia assumir a posição de quarto homem, não basta ter reacção ou velocidade e controle na linha do fora de jogo, é preciso também voz de comando que não tem. Os erros do guarda-redes também foram consequência dessa falta de liderança no sentido de lhe serem oferecidas linhas de passe com melhor critério. Viu-se também com dois erros graves, quando ofereceu a bola ao adversário perto da sua área.

MATHEUS REIS - 2 - Andou aos papéis a maior parte do tempo, perdendo-se com dobras e mais dobras numa espécie de função de bombeiro, quando se pedia mais cabeça e melhor organização defensiva. Melhorou na segunda parte fechando melhor o seu lado com o Nazinho.

NUNO SANTOS - 2.5 - Curiosamente, estava a dar nas vistas na posição mais recuada a fechar muito bem o seu corredor, rápido na antecipação e no timing do corte. Foi o melhor elemento da defesa durante o período do descalabro provocado pelo Adán. No ataque ou na construção da saída de bola nunca se viu. Na segunda parte não voltou.

MANUEL UGARTE - 2 - Um erro clamoroso quando fez um passe para trás que quase isola um adversário, depois foi melhorando o seu jogo, nos movimentos de reacção e no passe com melhor critério. Também foi substituído após o intervalo.

HIDEMASA MORITA - 2.5 - Viu-se numa tarefa muito ingrata o japonês, mal se viu na primeira metade da primeira parte, depois e já com o resultado a desfavor e com a equipa com menos um elemento, assumiu a responsabilidade e atirou-se àquela luta tão desigual do meio campo, nunca se vergou. Foi o elemento que mais e melhor produziu na segunda parte mas sem resultados práticos.

PEDRO GONÇALVES - 1.5 - Isolado, teve nos pés o segundo golo que poderia ter dado uma história muito diferente ao jogo, mas não teve potência no remate nem a arte de colocar a bola fora do alcance do guarda redes francês. Sempre muito mal na recepção, perdendo inúmeras bolas para o adversário. Ficou também no balneário ao intervalo.

MARCUS EDWARDS - 3 - Deu a ideia de poder vir a fazer uma grande noite. Até aos descalabros foi o jogador mais cerebral na construção, com mais tino, um passe magistral isolou o Pote e teve outras iniciativas que fizeram a cabeça em água aos  franceses. Na expulsão do Adán, foi o sacrificado e mostrou claro desagrado na hora de sair.

FRANCO ISRAEL - 2.5 - O pior momento para um guarda redes, é entrar gelado no jogo no momento de um canto contra, dessa forma sofreu o terceiro golo, não se fez ao lance no timing correcto e sem a convicção que o lance pedia. Não se perturbou por isso e defendeu depois duas bolas bem difíceis e no quarto golo ainda defendeu o primeiro remate. Não conseguimos ainda ver e perceber as suas reais qualidades de grande ou médio guarda-redes.

JOSÉ MARSÁ - 2.5 - Foi atirado às feras na segunda parte num momento muito delicado, menos um elemento e  com 2 golos a desfavor. O jovem espanhol não tremeu e aproveitou a lição para crescer em tempos de guerra, no geral safou-se menos mal.

FLÁVIO NAZINHO - 2.5 - Entrou bem no jogo quando foi chamado logo a abrir a segunda parte, parecia poder desiquilibrar pelo seu corredor, mas o adversário depressa se adaptou e obrigou-o a recuar e a  posicionar-se mais perto da sua área.

PAULINHO - 1 - Missão ingrata que nada produziu segunda parte. Muito sozinho lá na frente viu-se muitas vezes a ter que recuar até às primeiras linhas da defesa para conseguir ter alguma bola. Conseguiu uma ou outra falta mas sem acrescentar nada no contra ataque que a equipa tanto necessitava.

ALEXANDROPOULOS - 2 - O miúdo luta que se farta, mas sem o critério que marque a diferença. Terá que reduzir perdas de bola e pensar melhor o jogo para não cair em acções constantemente precipitadas.

RÚBEN AMORIM - 3.5 - Não merece de todo a nota negativa. Viu-se no início do jogo que preparou bem a estratégia; enquanto em igualdade numérica o Sporting CP foi superior ao Marselha. Não pôde evitar os disparates do seu guarda-redes, teve que se aguentar com a tremenda realidade em que caíram após aqueles nove minutos fatais e ter que decidir; esquecer o jogo e as consequências do resultado e partir para a defesa dos seus jogadores e da equipa. Arriscou e fez as cinco substituições permitidas na primeira parte. Mostrou inteligência e coragem quando a borrada já estava feita.

IGOR TUDOR - 3.5 - Ganhou com números expressivos, mas o jogo teve uma história muito estranha, defrontou um adversário que decidiu suicidar-se e oferecer-lhe a vitória. Tudo lhe correu à feição e sem nada fazer por isso. Na verdade, até se livrou de um grande aperto quando perdia e estava a ser dominado. Depois lá pôde respirar de alívio. O mérito? Aproveitou bem os erros infantis do Sporting.

DAVIDE MASSA (Árbitro) - 3 - De forma inteligente apitou com caseirismo, na dúvida a bola ficava em casa, e nos cartões sempre teve melhor visibilidade para um dos lados.

PAOLO VALERI (VAR) - 3 - No geral não foi uma boa transmissão, foram dadas poucas repetições de alguns lances que suscitaram dúvidas. Vamos acreditar que decidiu sempre bem.

publicado às 03:34

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2 comentários

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De AHR a 05.10.2022 às 11:00

As saída de bola do Sporting são as jogadas mais perigosas das equipas adversárias. É o raio de uma moda geradora de precipitações nos passes que causa calafrios perfeitamente escusados.
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De Luis Carvalho a 05.10.2022 às 11:52

Ontem discutiu-se muito esse tema no pós-jogo, o Rui Gomes considerou que é por vezes muito enervante, eu sendo só um observador do jogo, acho-a muitas vezes despropositada, criadora de riscos desnecessários, sobretudo se os intérpretes, mesmo muito rotinados, treinados, não são os melhores para tal complexidade. Há quem lhe veja muitas virtudes, que se sobrepõem às falhas que acontecem. Eu concluo desta forma, contra equipas que não pressionam alto ou até nem pressionam a saída de bola, a esmagadora maioria das equipas em Portugal, a coisa funciona, contra equipas mais fortes na pressão, o risco é enorme, como aliás se tem visto. Um outro pormenor, nesta saída de bola é preciso que um dos médios do meio baixe e venha buscar a bola quando se sai pelo meio, Matheus Nunes estava rotinado e era um jogador exímio em voltar-se para o ataque com a bola controlada e a passada larga colocava a equipa em situação de vantagem no ataque rápido, os atuais médios não têm essas características, ainda ontem se viram perdas de bola de Morita e Ugarte que colocam a equipa em muitas dificuldades.

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