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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Nesta rubrica, o leitor tem a oportunidade de apreciar - e se entender, criticar as notas (0-6) que eu atribuí aos jogadores do Sporting CP e a outros intervenientes do jogo com o Atalanta da 2ª jornada da Liga Europa (fase de grupos), que resultou numa derrota por 2-1. Golo de Viktor Gyokeres 76' (Pénalti)
OS LEÕES OFERECERAM A PRIMEIRA PARTE E 2 GOLOS, TIVERAM REACÇÃO E... QUASE QUE EMPATAM
Jogar toda uma primeira parte numa frequência de competitividade errada, contra uma equipa muito atlética e com elevada intensidade, teve consequências bem decisivas no resultado. Os italianos entraram fortes e abafaram por completo o meio campo leonino, empurrando-o para trás, sem surpresa marcaram por duas vezes e não permitiram que o ataque do Sporting chegasse sequer perto da sua área. Os leões mantiveram-se sempre muito recuados e sem espaço para impor o seu jogo, sem conseguirem adaptar-se às marcações cerradas dos jogadores italianos.
Ao intervalo Rúben Amorim rectificou o equívoco da estratégia inicial, fez entrar três elementos, entre eles Coates, para a 2ª parte, e viu-se um outro Sporting, totalmente transfigurado. Sob a batuta do capitão, a equipa ganhou confiança, passou finalmente a ganhar os duelos aos italianos e a provocar espaços na sua defesa, invertendo os papeis, passou a ser a equipa de Bergamo a ter que recuar, para defender de qualquer forma a vantagem do resultado. Marcou o golo que já se adivinhava, reduzindo a diferença no marcador e que voltou a empolgar o público de Alvalade e ainda teve ocasiões claras para empatar, com uma bola no poste com o guarda redes italiano batido, o que daria melhores perspectivas na luta pelo 1º lugar do grupo.
DESTAQUE - VIKTOR GYOKERES - 3.5 - Não fez um bom jogo, sempre com marcação em cima por 2/3 adversários e sem apoios perto em toda a primeira parte. Com a melhoria da equipa no segundo tempo, conseguiu fugir por várias vezes à marcação e aparecer em lances com perigo na área italiana. Foi agarrado pelo Toloi que devia ter sido expulso com segundo amarelo. Marcou bem o penálti, fazendo o golo que voltou a dar esperança à equipa.
ANTONIO ADÁN (Cap) - 3 -Sofreu 2 golos sem possibilidades de defesa, no primeiro foi fuzilado, no segundo ainda faz defesa incompleta, mas a bola sobrou de novo para o avançado italiano que de baliza aberta colou-a nas suas redes. Impôs-se sempre nas alturas, nas bolas cruzadas para a sua área.
IVÁN FRESNEDA - 1 - Muito inadaptado nos movimentos quando na posse da bola. Excedeu-se várias vezes nos espaços largos que deu nas suas costas e que foram sempre explorados e aproveitados pelo veloz Ademola Lookman. Inexplicavelmente desistiu de acompanhar o seu opositor que entrou na área isolado e fez o 2º golo italiano. Teve dificuldades em ler o jogo, perceber que teria que ser mais posicional a fechar o espaço entre ele e o colega costamarfiense.
OUSMANE DIOMANDE - 2.5 - A inadaptação do Fresneda que abriu sempre demasiado espaço no corredor, pô-lo em toda a primeira parte à beira de um ataque de nervos, perdeu confiança e andou à deriva sempre atrás do avançado nigeriano do Atalanta que fez o que quis. Recompôs-se na segunda parte com as rectificações feitas pelo seu treinador e acabou em bom plano, fazendo o remate defendido com o braço e que resultou na grande penalidade.
GONÇALO INÁCIO - 3.5 - Não sabe ser comandante, ninguém ainda lhe passa cartão, quando assume o centro da defesa terá que assumir a autoridade e aprender a orientar os colegas nos movimentos, tudo isso lhe faltou em toda a primeira parte. Na outra missão, cortou tudo pelo chão e pelo ar, levou sempre a melhor numa luta dura e sem tréguas com os avançados italianos. Quase que faz golo em 2 golpes de cabeça, o primeiro em excelente posição, a um metro da baliza cabeceou ao lado.
MATHEUS REIS - 2.5 - Voltou a dar muita disponibilidade física, mas faltou-lhe mais futebol, mais tino nas decisões, sempre muito precipitadas e esforçadas. Onde andava no primeiro golo da Atalanta? Lance que foi construído e desenhado na sua zona.
NUNO SANTOS - 2 - Exibição aquém do esperado na estreia do seu novo look do cabelo, nunca se adaptou ás marcações apertadas dos italianos, foi sempre presa fácil e foi engolido em toda a primeira parte. Sem surpresa já não voltou na 2ª parte.
MORTEN HJULMAND - 1 - No espaço de 4 dias completou 2 noites desesperantes, mostrando uma insegurança inédita numa posição no terreno que é decisiva na estratégia do seu treinador. Nunca entrou no jogo e foi atropelado pelo meio campo do Atalanta, nem a sua melhor arma, a exuberância física fez qualquer diferença, perdendo sempre nos duelos, foi elemento a menos na equipa e por tudo isso também ficou no balneário após intervalo.
HIDEMASA MORITA - 3 - O melhor elemento do meio campo durante o pesadelo da primeira parte, uma ilha pequenina no centro do vendaval italiano e que pouco ou nada se notou, mas nunca se afundou. Vingou-se na segunda parte, ajudando a carregar a equipa para a frente a que obrigou os italianos a provarem do seu próprio veneno.
PEDRO GONÇALVES - 2.5 - Uma primeira parte em que fez o que pôde mas não o que sabe. Sentiu o orgulho ferido, não é normal vê-lo durante tanto tempo a cheirar a bola. No segundo tempo e já com as posições de toda a equipa rectificadas no terreno fez jus aos galões assumindo a guerra, ganhou a maioria dos duelos e ajudou a empurrar os colegas para a tomada do castelo de Bergamo.
PAULINHO - 1 - Foi desactivado na estratégia apresentada pelo treinador do Atalanta, muito isolado nas suas acções em toda a primeira parte, perdeu a maioria dos duelos sempre por antecipação, deixou-se empurrar para caminhos que não conhece, como ter que fechar perto da sua área. Não voltou para a segunda parte.
SEBASTIÁN COATES - 3.5 - Que diferença! Foi "El Comandante" que a equipa necessitava quando o barco parecia que estava irremediavelmente perdido, prestes a afundar-se. A importância que tem na orientação da defesa e nas saídas de bola, supera a sua já excelente qualidade técnica e física em que faz a diferença. Estancou de vez a hemorragia dos lances perigosos do adversário.
GENY CATAMO - 3 - Mexeu claramente com o jogo, foi a chave que ajudou a abrir as portas de ferro do castelo italiano, teve o empate nos pés, o guarda redes italiano já batido e com a bola a decidir bater no poste e voltar para trás, seria explosivo nas bancadas de Alvalade. Foi duramente alvejado com faltas bem duras pelos italianos que nunca encontraram a fórmula de o parar.
MARCUS EDWARDS - 3 - A par do colega moçambicano entrou bem no jogo, confundiu o adversário provocando-lhe inesperados desequilíbrios e que geraram surpresa no treinador italiano, que se viu obrigado a reagir, fazendo várias substituições, metendo mais médios e defesas para conseguir parar a dupla endiabrada.
RICARDO ESGAIO - 2.5 - Trouxe melhor equilíbrio nas acções defensivas pelo seu corredor, aliviando o colega Diamonde que pôde respirar finalmente do sufoco que o Fresneda lhe provocou na primeira parte. Obrigou o avançado nigeriano a emigrar para outras zonas mais recuadas do terreno. Leu bem o jogo e sabe de cor os movimentos básicos da equipa, soubesse ele também decidir melhor os lances e seria jogador para outro patamar.
DANIEL BRAGANÇA - 1 - Uma substituição que ninguém entendeu, aos 90'? Ía mudar o quê? Entrou, deu uma sarrafada num italiano (pisão), levou amarelo e consequente livre perto da sua área.
RÚBEN AMORIM - 2 - A versão estratégica da primeira parte foi um autêntico fiasco, com uma frequência competitiva muito errada comparada com a dos italianos, que foram sempre mais rápidos e intensos a ocupar os espaços em todas as zonas do terreno. Viu a sua equipa engolida e sem nunca conseguir adaptar-se ao jogo do adversário, que fez 2 golos sem surpresa perante a supremacia que apresentou. Com o Suicido à vista e em modos acelerado esperou impacientemente o intervalo para refazer tudo de novo, Leu o que falhou e rectificou posições no terreno, fez revolução com a entrada de 3 elementos e finalmente se viu a equipa que é líder do campeonato nacional a jogar futebol, a desenvolver o seu jogo e a obrigar os italianos a recuarem e a provarem do seu próprio veneno, pena que já não foi a tempo e o poste da baliza do Juan Musso também não deixou.
GIAN PIERO GASPERINI - 4 - Viu a sua equipa fazer uma primeira parte irrepreensível, surpreendendo o leão no seu covil. O Gasperini é um treinador ardiloso, montou bem a estratégia numa base muito atlética e exigente na velocidade e intensidade dos seus jogadores, com o bloco muito subido e marcando bem em cima as saídas de bola do Sporting, asfixiando-o. Os 2 golos apareceram com naturalidade numa primeira parte bem conseguida e tornaram-se decisivos no resultado final. Viu-se surpreendido na forte reacção do Sporting na segunda parte e que quase chega ao empate, assustou-se e viu-se obrigado a reagir, a meter mais defesas e médios defensivos para salvar a vantagem e a vitória.
ALEJANDRO HERNÁNDEZ (Árbitro) - 3 - Uma arbitragem muito autoritária, com pulso forte e determinado nas decisões, manchada por um erro grave, quando não teve a coragem de expulsar o Toloi, num lance que agarrou ostensivamente o Gyokeres, depois deste ganhar-lhe a frente para sair no contra ataque, seria o 2º amarelo e expulsão aos 83'.
GUILLERMO QUADRA (VAR) - 5 - A coragem que faltou ao árbitro, teve-a o VAR, quando não teve dúvidas em assinalar a grande penalidade por mão clara na bola do Scalvini dentro da sua área a remate do Diomande.
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