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As Notas de Julius 2023/24 (19)

Julius Coelho, em 01.12.23

Nesta rubrica, o leitor tem a oportunidade de apreciar - e se entender, criticar as notas (0-6) que eu atribuí aos jogadores do Sporting CP e a outros intervenientes do jogo com o Atalanta da 5ª jornada da Liga Europa (fase de grupos), que resultou num empate 1-1. Golo de Marcus Edwards 56'.

 A VITÓRIA BATEU NOS POSTES 

O Sporting garantiu o apuramento para o play-off na Liga Europa, mas perdeu uma grande oportunidade de trazer para Lisboa a sua primeira vitória em terras italianas, depois de empatar em Bérgamo contra a Atalanta, partida em que desperdiçou várias oportunidades cantadas (numa delas a bola acertou nos 2 postes) numa segunda parte dominadora, mas só conseguiu marcar um único golo, o do empate e com isso ficou fora da luta pelo primeiro lugar no grupo.

Um jogo algo semelhante ao de Alvalade, com uma primeira parte com domínio absoluto dos italianos que caíram em cima dos leões desde o inicio, praticamente sem os deixar sair do seu meio campo, com a excepção do costume, Viktor Gyokeres, que arrancou sozinho por ali fora e quase que fez o primeiro da noite.

A estratégia inicial voltou a falhar, com vários jogadores (Esgaio, Reis, Trincão, Morita), completamente fora da frequência do ritmo e da intensidade elevada dos italianos. Jogar com Ricardo Esgaio e Matheus Reis nas alas, é jogar com cinco defesas posicionais. Só com as entradas de Geny Catamo e Marcus Edwards juntando a subida de rendimento de Morita, deram a volta ao jogo, para uma segunda parte de superioridade  clara, mas atraiçoada por um  Pote desinspirado que se fartou de falhar golos cantados.

Screenshot (828).png

DESTAQUE -VIKTOR GYOKERES- 4.5 - Não sabe jogar mal, é o "DURÃO" da equipa, quase sempre muito isolado na frente, vai-se a eles sem medo com todas as ganas e consegue quase sempre destruí-los, o treinador italiano teve que substituir quase toda a defesa na segunda parte, estavam de rastos de tanto correr e lutar com o Viking. Merecia ter marcado naquela fantástica arrancada na primeira parte. Fez a assistência para o golo do Edwards. 

ANTONIO ADÁN - 2.5 - Noite fria, noite desinspirada do guarda redes espanhol, mal batido no golo italiano e vários erros na reposição da bola. Ontem pareciam aqueles dias, em que cada remate sai golo, valeu os colegas da defesa não terem deixado rematar. Inseguro.

RICARDO ESGAIO - 2 - Não é jogador para estas andanças, para tão alta frequência de intensidade e de luta corpo a corpo, andou aos papeis a maior parte das vezes, perdeu a esmagadora maioria dos duelos e nunca conseguiu acertar um passe a rasgar as linhas do meio campo italiano. Com culpas do sufoco inicial.

JEREMIAH ST. JUSTE - 4 - Boa exibição e com uma árdua tarefa, a de não deixar jogar o melhor jogador da Atalanta e que caía quase sempre no seu lado, travou luta de titãs e levou a melhor.

OUSMANE DIOMANDE - 3.5 - Das melhores exibições da equipa, tarefa também complicada, nunca é fácil substituir "El Comandante, el patrón". Sentiu dificuldades na primeira parte com as movimentações velozes dos italianos, mas depois de acertar as marcações ganhou confiança e assumiu o comando da defesa  acabando em excelente plano.

GONÇALO INÁCIO - 3 - Prestação muito irregular em todo o jogo, pouco confiante no passe quando viu os primeiros a serem interceptados, mostrou também desconforto na leitura do espaço, estava a dormir no golo italiano.

MATHEUS REIS - 2.5 - Muitas dificuldades em ler o jogo do adversário, inibiu-se e deixou-se ficar mais posicional, teve medo de arriscar no apoio às linhas da frente. No golo italiano parou a espera do fora de jogo, inaceitável. 

MORTEN HJULMAND - 3 - Bem tentou quebrar aquele sufoco italiano na primeira parte, mas com toda a gente da equipa muito recuada, só havia linhas de passe para os lados e para trás. Junto com o Morita foi dos mais pressionados e vigiados pelos adversários, que lhes caiam logo em cima, não os deixando ver o jogo de frente.Subiu de rendimento na segunda parte com as entradas do Geny Catamo e do Marcus Edwards.

HIDEMASA MORITA - 3 - Foi eclipsado em toda a primeira parte, os adversários não o deixaram rodar e ver o jogo de frente caindo-lhe em cima. Subiu muito de rendimento na segunda parte, agora com mais espaços e essencialmente pela entrada dos colegas que na frente provocavam desequilíbrios no adversário, obrigando-o a recuar. Isolou o Pote mas...não era a noite do Pote.

PEDRO GONÇALVES - 3 - "que noche" .Será difícil equacionar o que mais poderia correr-lhe mal, correu, lutou, suou e não saiu um único drible à Pote, teve sim a arte de isolar-se e logo por por 3 vezes e.......inacreditável, o grande Pote perdeu-as todas, hipotecou a vitória da equipa nesse tremendo desperdício. Um Pote e 2 Postes não combinam para nada... "y asi se fuy la vitoria por el cano". 

FRANCISCO TRINCÃO - 1 - Aiiii! Francisco, estavas a ir tão bem e de novo "fregaste" tudo, mas que raio de jogo foi esse? Com esses dribles da treta querias passar esses italianos? Isso é para os amadores do Dumiense, que tremenda fragilidade, jogaste à Francisco que ninguem conhece,  queremos é o Trincão.

MARCUS EDWARDS - 4.5 - Nem o acidente lhe quitou a forma, excelente e muito decisiva a sua entrada no jogo, com impacto directo na destruição do esquema da equipa italiana e que permitiu ao Sporting assumir as rédeas do jogo. Marcou um grande golo e quase que marca o segundo a passe do Geny Catamo, já dentro da pequena área devia ter feito melhor. Assistiu para um golo certo e cantado no "toma-lá e faz-te famoso" para o Pote com a bola a bater nos 2 postes da baliza do Juan Musso e que quase provocava vários ataques cardíacos nas bancadas nos adeptos italianos.

GENY CATAMO - 3.5 - Não teve o mesmo impacto do colega inglês, tinha que ultrapassar um opositor duro e  difícil e quando o conseguiu, levou o pânico na defesa italiana, num desses raids, ofereceu um golo cantado ao colega Edwards que desperdiçou.

NUNO SANTOS - 2.5 - Entrou já na fase de domínio absoluto do leão, com mais espaços para explorar, conseguiu alguns bons lances mas falhou sempre o acerto do ultimo passe.

SEBASTIÁN COATES - 2 - Foi a grande surpresa do jogo não ter sido titular. Foi lançado para o ataque final à vitória no último quarto de hora, importante nas bolas paradas que acabaram por não acontecer, os italianos já numa estratégia de muita contenção, não deixaram o jogo correr. 

RÚBEN AMORIM - 3.5 - Viu uma cópia do jogo de Alvalade, a sua equipa foi sufocada em toda a primeira parte e depois sufocou os italianos na segunda e no final com as contas feitas merecia a vitória com justiça. Mas não conseguiu o antídoto para conter a já esperada entrada forte dos italianos, verdade que tiveram menos oportunidades que em Lisboa, mas houve equívocos na estratégia inicial, alguns elementos voltaram a não mostrar estaleca para aquele nível intenso e rápido. Mexeu bem depois, sabia que os italianos não iriam aguentar fisicamente toda aquela pressão e saltou-lhes em cima, quase que consegue o triunfo, não fosse tanto desperdício de oportunidades claras. A melhor notícia da noite chegou da Áustria com a vitória do Raków que garantiu a passagem do Sporting, mas no ingrato 2º lugar que tentou evitar.

GIAN PIERO GASPERINI - 3.5 - Não teve trabalho para preparar o jogo, foi só pegar no que já estava feito do jogo de Lisboa e repetiu a mesma dose, a mesma estratégia suicida, actuação dos seus jogadores no limite da intensidade e pressão no início (sabe da dificuldade de alguns jogadores do Sporting lidarem com a reacção) e depois "veremos o que passa na segunda parte". Confiou acima de tudo nos postes da sua baliza e fez bem, eles não falharam. 

MICHAEL OLIVER (Árbitro - inglês) - 2 - Arbitragem com tiques de vedetismo, vários erros de análise em alguns (muitos) lances, com um critério algo estranho, apitando com decisão diferente em situações idênticas, calha sempre bem ser amigo da casa, fica tudo mais fácil. 

STUART ATTWEEL (VAR - inglês)  - 3 - O golo italiano deixou dúvidas, mais uma vez não foram mostradas as diferentes imagens do lance e que se exigia serem exibidas, em nome da transparência. Não houve mais lances que pedissem a sua intervenção.

publicado às 02:34

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81 comentários

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De Implacável a 02.12.2023 às 16:01

Caro Julius,

A minha resposta foi em relação ao comentário do José Silva.
Sim, há um exacerbado endeusamento de Pote. Isso é frequente na nação leonina!
Por mais asneiras que faça..."deu-nos um campeonato", "marcou de meio do campo", "fez um golaço de calcanhar",etc.. Estes 40 anos de pecúlio miserável e frustrações em doses industriais deixaram a família sportinguista a contentar-se com muito pouco e a elevar ao Olimpo quem consiga acertar dois passes seguidos num jogo - passe o exagero.
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De Julius Coelho a 02.12.2023 às 19:13

Implacável,

Eu imagino que todos nós queremos bem mais, mas e a realidade? O que de verdade podemos ter? É que entre o que queremos e podemos vai uma grande distância.
Olhamos para o horizonte e vemos ainda muito cinzento, temos que ser realistas com essa realidade, é fácil exigir, podemos sempre alertar as fronteiras dos exageros, nos falhanços, na incompetência e no comodismo mas pouco mais, é difícil construir uma equipa sempre ganhadora, com espírito de sucesso se não existirem reais bases para tal. Essas bases estão a tentar que sejam construídas, hoje vemos que já existe alguma capacidade de resposta financeira, faz pouco tempo era quase zero, tudo isso leva o seu tempo.

Não faz muitos anos havia um fosso real com os outros 2 rivais e aí sim estávamos obrigados a contentar-nos com pouco, com o que nos deixavam, hoje já não é tanto assim, todavia continuamos com o fosso no investimento, onde ainda só conseguimos chegar a pouco mais de metade por exemplo do que o Benfica gasta.

Fazer muito com menos desde quando é fácil? Desde quando nos dá o direito de exigir? Temos que errar sempre menos que os outros e acertar bem mais que eles, temos que ser quase perfeitos, ainda assim acreditamos que é possível sê-lo.

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