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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Nesta rubrica, o leitor tem a oportunidade de apreciar - e se entender, criticar as notas (0-6) que eu atribuí aos jogadores do Sporting CP e a outros intervenientes do jogo com o RIO AVE da 18.ª jornada da Liga Portugal Betclic, que resultou numa vitória por 3 - 0. Golos de Aderllan Santos (Auto Golo) 3', Morten Hjulmand (Penálti) 23' e Viktor Gyokeres 88'.
DOMÍNIO ABSURDO DO LÍDER EM VILA DO CONDE
O Sporting com Gyokeres poupado no banco e com várias surpresas no onze, construiu em Vila do Conde a exibição quiçá melhor conseguida até ao momento no campeonato. Os leões podiam ter alcançado, sem exagero, uma das maiores goleadas da história do futebol português, (teve lances para fazer 9/10 golos) mas o desperdício foi igualmente absurdo como o domínio do jogo durante os 90'. O resultado de 3-0, num dos campos mais difíceis da Liga Portugal (o Rio Ave não perdia há 20 jogos na sua casa) soube manifestamente a muito pouco, Conrad Harder (titular) foi o maior rosto desse desperdício (5 chances claras perdidas), mas Trincão, Geny e Quenda também falharam vários lances na finalização. Um jogo de sentido único, com a equipa de Rui Borges a ter um caudal ofensivo impressionante, sempre com o pé no acelerador, numa velocidade deveras estonteante e num carrossel constante que os jogadores vilacondenses nunca conseguiram acompanhar, roubando-lhes qualquer ideia de iniciativa para poder contrariar, acabando resignados na maior parte do tempo a uma posição passiva e muito defensiva no jogo.
DESTAQUE - GEOVANY QUENDA - 5 - Exibição fantástica em tudo o que não envolveu a finalização, mas que terá forçosamente que a melhorar, se quiser alcançar e ter lugar no comboio mágico que o levará às estrelas.
RUI SILVA - 4 - É verdade que teve uma estreia muito tranquila, não fez uma única defesa, mas já mostrou ao que vem, tomou sempre as decisões certas, na antecipação nas costas da defesa e na facilidade de jogar com os pés, com os passes sempre bem calibrados e com critério numa bela leitura dos lances.
IVÁN FRESNEDA - 5 - Foi quase o Fresneda e mais dez, dando uma excelente resposta a quem o queria despachar. Incansável e sempre com intensidade alta na disputa dos lances em que levou na maioria das vezes a melhor, mostrou muita fome de bola e sede de mostrar o seu valor.
OUSMANE DIOMANDE - 5 - Ainda tem aqueles ataques da tentação de exagerar no contacto físico na fronteira da falta desnecessária. Foi avisado, acalmou e percebeu que só precisa de concentrar-se e acreditar mais em si próprio, mostrou que dessa forma torna-se muito difícil de ser ultrapassado, exibição imperial.
GONÇALO INÁCIO - 4.5 - A chegar ao onze depois de lesão prolongada, viu-se logo o impacto, a sua visão na leitura do jogo, dos lances e a precisão do passe provocaram claras melhorias na construção, junto com Debast e Araujo criaram um trio de enorme sucesso em toda a partida.
MAXIMILIANO ARAÚJO - 5 - Está a querer ameaçar chegar à etapa que lhe falta, a consistência, o patamar das boas exibições regulares, esteve muito participativo nos movimentos criativos que rasgaram as linhas defensivas do adversário em variados lances. Percebe-se que acredita muito nas ideias do treinador que lhe dá um papel de destaque.
MORTEN HJULMAND - 5 - Foi igual a si próprio, não sabe jogar mal, sente a liberdade e confiança na forma como lê o jogo, o que lhe permite antecipar-se ao que a equipa necessita e ao que o adversário vai fazer. Cada vez mais o vemos subir no terreno para participar no apoio à linha da frente, mas quando a equipa perde a bola e o adversário contra ataca, lá aparece ele a limpar o lance. Marcou de forma irrepreensível o penálti no 2-0.
ZENO DEBAST - 5 - Foi a grande surpresa, uma aposta clara do treinador ao confiar-lhe a missão no meio campo, saiu-se muitîssimo bem, concentração elevadíssima e forte na reacção dos lances em que teve que pensar rápido, brilhou na qualidade de passe, dando maior dimensão ao jogo construtivo da equipa. A equipa pode ter perdido um central e ganho um valoroso elemento para o meio campo.
GENY CATAMO - 3.5 - Ainda não conseguiu chegar ao seu momento de melhor forma, continua a pecar na decisão do timing em vários lances de finalização ou no ultimo passe e que causariam maior perigo ao adversário.
FRANCISCO TRINCÃO - 4 - O leão que nunca descansa, muito participativo e sempre disponível na reacção à perda mantendo a pressão alta ou depois, na missão de criar e levar a equipa para a frente. Esteve menos inspirado na finalização.
CONRAD HARDER - 4.5 - O grande combatente do jogo, um tanque que foi a todas sem dar tréguas e por isso foi também o que mais falhou, teve inúmeras oportunidades para marcar, contámos cinco, faltou sorte, um guarda redes adversário menos inspirado, mas acima de tudo, faltou-lhe a experiência e a maturidade de saber lidar e gerir melhor a ansiedade. Sozinho desgastou toda a defesa do Rio Ave que só se sentiram aliviados e contentes com a saída do jovem viking dinamarquês aos 81', mas logo de seguida levaram com outro peso bem mais pesado em cima, o viking sueco.
JOÃO SIMÕES - 4 - Num claro crescendo continuado, mais confiante a mostrar coragem no risco e a sair-se bem na maioria dos lances. Vai ganhando a pulso o seu espaço.
DANIEL BRAGANÇA - 3.5 - Uma excelente noticia ter participado no jogo, depois de algumas semanas ausente por lesão. Entrou bem, a todo o gás, com uma condução de bola bem conseguida e que resultou no 3º golo que fechou o resultado final.
VIKTOR GYOKERES - 4.5 - O professou entrou a 10' do final para mostrar ao aluno (Harder) como se faz, pouco tempo em campo, mas ainda a tempo para participar em 3 lances de golo iminente, um remate forte que saiu ao lado do poste, um excelente remate bem colocado a fazer o 3-0 e ainda um terceiro remate que levou a bola a bater no poste, desviada in extremis pelo guarda redes Miszta.
RICARDO ESGAIO - SEM NOTA - Entrou aos 89'.
RUI BORGES - 6 - Exibição de se lhe tirar o chapéu contra um adversário que não perdia no seu castelo à 20 jogos. Mostrou muita coragem no onze inicial com várias novidades, uma equipa que jogou pela 1ªvez junta, a experiência bem conseguida de Debast no meio campo, a aposta clara em Fresneda na direita, Inácio vindo de uma paragem de várias semanas e a maior de todas, sem Gyokeres que poupado começou no banco, entrando só nos instantes finais do jogo. Ficou claro para todos, a imensa margem que a equipa ainda tem para poder crescer nas suas ideias de jogo, principalmente quando tiver o Pote e o Morita de volta à equipa. O campeão está de volta, com o seu futebol que encanta para muita tristeza dos rivais.
ARMANDO TEIXEIRA - 1 - Vinham de uma sequência de 20 jogos sem perder naquele terreno, mas foi dolorosamente atropelado e nem teve tempo para perceber como aconteceu. Bem pode agradecer ao seu guarda-redes (fez uma dúzia de boas defesas, algumas por instinto) por ter escapado a uma derrota humilhante.
LUÍS GODINHO (Árbitro) - 5.5 - Uma grande arbitragem, corajosa, quando assim acontece também merece nota quase máxima. Não foi isenta de erros, mas isso seria impossível de acontecer como na grande penalidade, mas viu as imagens e não teve dúvidas em assinalar.
VASCO SANTOS (VAR) - 5 - Excelente decisão de chamar o árbitro no lance da grande penalidade clara e óbvia, repondo a justiça.
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