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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Nesta rubrica, o leitor tem a oportunidade de apreciar - e se entender, criticar as notas (0-6) que eu atribuí aos jogadores do Sporting CP e a outros intervenientes do jogo com o SC Farense da 3ª jornada da Liga Portugal Betclic, que resultou numa vitória por 5 - 0. Golos de Viktor Gyokeres 27', 41' (Penálti), 66', Lucas Africo 69' (Auto Golo) e Marcus Edwards 81'.
ONZE VIOLINOS DERAM RECITAL NO ESTÁDIO DO ALGARVE
Os violinos do século XXI deram na noite de ontem grande recital no Sul do País, o seu futebol soou numa melodia empolgante, com sincronização perfeita, de alto nível, que embalaram o público no estádio e o próprio adversário numa dança única, cheia de golos coloridos a verde. Tudo saiu demasiado perfeito aos leões, que dominaram de princípio a fim a seu belo prazer em todo o campo e que com um maior acerto na finalização, teria sido uma goleada que ficaria inesquecível na história. Gyokeres fez hat-trick, Edwards marcou um grande golo no recital em que; Morita, Bragança e Trincão foram Maestros.
DESTAQUE - VIKTOR GYOKERES - 5.5 - Mais um hat-trick para o seu álbum, que confirma o arranque de época sensacional em que já ameaça disparar na dianteira dos melhores marcadores com 6 golos. Com um melhor índice físico teria marcado ontem 5 ou 6 golos. É uma tremenda máquina trituradora para os adversários.
VLADAN KOVACEVIC - 4 - Começa aos poucos a ganhar a confiança nos colegas à sua frente e já mostrou movimentos com acções de bom nível, numa perfeita sincronização com a leitura que os lances em que interviu pediram.
GEOVANY KENDA - 4 - Ainda tem ataques da dor do seu crescimento acelerado, o não saber ainda gerir na perfeição a ansiedade que um seu grande lance provoca. Trás grande acrescento ao jogo artístico da equipa e está ainda em fase média de lapidação.
EDUARDO QUARESMA - 4.5 - Concentrado torna-se inultrapassável, tem inteligência acima da média na leitura dos lances, o que lhe permite ganha-los por antecipação. Já deu indícios da confiança que lhe conhecemos, que o empurra para as saídas com a bola no pé a rasgar as linhas do adversário.
OUSMANE DIOMANDE - 5 - Exibição suprema nas suas funções de líder defensivo, intratável nos duelos e gazela na chegada ás dobras, falta-lhe agora saber morder também nas bolas paradas na área adversária, como mordia o São Coates.
GONÇALO INÁCIO - 4 - Muito concentrado na sua principal tarefa que executou sem falhas, está melhor fisicamente e procura a forma dos seus passes teleguiados que ainda não chegou.
GENY CATAMO - 4 - Foi mais extremo que ala defensivo e ter por perto o Pedro Gonçalves é uma dádiva que não desperdiçou, uma dupla que levou o jogo todo a trocar os olhos aos pobres dos defesas do Farense, que nunca conseguiram parar e contrariar tanta criatividade.
DANIEL BRAGANÇA (Cap) - 5 - Uiiiiiiii! Que recital do Maestro Bragança, um perito a rasgar linhas interiores, mostrou aos colegas da equipa o caminho que os levou ao domínio absoluto sobre o adversário que só recuava, recuava e recuava.
HIDEMASA MORITA - 5 - O segundo Maestro da orquestra de violinos. Está em grande forma (até que lá do Japão o voltem a chamar para a seleção) e foram os de Faro que ficaram com os olhos em bico, com tanta magia de um mágico que aparecia sempre do nada em todo o lado, encheu o campo esvaziando o adversário. Cortou inúmeras bolas à equipa do José Mota, lançou contra ataques, combinou lances de magia e ainda sobrou para as dobras aos colegas.
FRANCISCO TRINCÃO - 4.5 - O terceiro Maestro que apareceu quando o Farense tentou na 2ª parte ser mais ousado e atrevido, aí caiu na ratoeira do Francisco Trincão, exímio na arte do contra ataque demoliu o que ainda restava de pé das ideias positivas dos de Faro para correrem atrás da desvantagem do 2-0 da 1ª parte. Ficou a dever a si próprio um golito após um excelente remate cruzado.
PEDRO GONÇALVES - 4.5 - É sem dúvida o melhor jogador da Liga a jogar entre linhas, fá-lo com tremenda facilidade como se aquilo tudo que faz fosse mesmo fácil. Assumiu várias vezes o comando das iniciativas criadas pelo ataque da equipa em toda a 1ª parte. Muito massacrado pelos adversários, acabou por acusar a dureza das faltas que lhe retiraram fulgor na 2ª parte.
NUNO SANTOS - 3 - Entrou a "matar", logo com um cruzamento de alto calibre, que disparou para o centro da área, com a bola a bater com estrondo na cabeça de um defesa (ficou atordoado) e a entrar como um bólide dentro da baliza, perante o olhar do incrédulo Ricardo Velho.
MARCUS EDWARDS - 4 - Quis mostrar que o seu talento pode vir a ser útil nas contas do treinador, bem focado nas suas acções com bola e sem a deixar escapar acabou por marcar um golo de antologia, enganando todos os adversários que lhe pareceram no caminho.
ZENO DEBAST - 2 - Sem registos nos 15' que jogou.
MATHEUS REIS - SEM NOTA (entrou 86')
DÁRIO ESSUGO - SEM NOTA (entrou 86')
RÚBEN AMORIM - 6 - O grande Maestro da preparação dos jogos e da cabeça dos jogadores. Percebeu-se que não descurou nenhum detalhe na preparação do embate com o Farense e o jogo aconteceu fácil. Virão as vozes a acusar as fragilidades da equipa do José Mota, como acusaram essas mesmas fragilidades do Nacional e do Rio Ave. A questão é como podem estas equipas de menores recursos, fazer frente a uma equipa de enorme qualidade na reacção à perda, velocidade de circulação, passe muito assertivo e tremenda dinâmica com bola. Passados 75 anos, volta a ouvir-se o som dos violinos pelas bandas de Alvalade.
JOSÉ MOTA - 1 - Compreende-se a sua enorme irritação no final do jogo, nenhum treinador gosta de levar com tamanho amasso como este que levou, assumiu as culpas e fica-lhe bem, mas contra esta equipa do Sporting, em 10 jogos o seu Farense sujeita-se a ganhar...bola. Faltou-lhe muito pano para poder esticar e tapar, encolheu-o na 1ª parte e foram buracos por todos os lados, esticou-o na 2ª parte e acabou com o pano rasgado.
TIAGO MARTINS (Árbitro) - 3 - Safa-se na decisão de manter a sua já decisão da grande penalidade, quiçá para mostrar ao VAR Veríssimo quem é que manda. No resto do jogo deixou um travo bem envinagrado, azedo, permitindo jogo duro de alguns elementos do Farense que abusaram dessa sua permissividade.
FÁBIO VERÍSSIMO (VAR) - 2 - Ficou claro que na sua opinião não foi grande penalidade, estranho.
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