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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Na Assembleia Geral extraordinária da Liga que se realiza esta quarta-feira, é esperado que Sporting e Benfica votem contra a extinção da Comissão de Instrução e Inquéritos (CII), questão há muito tempo colocada na agenda pelo FC Porto, assim como contra o afastamento da actual presidente da CII, Cláudia Santos.
A CII - um dos poucos órgãos considerados verdadeiramente independentes da vontade dos clubes - só poderá ser extinta no decorrer da época se reunir a unanimidade dos votos dos sócios, o que não será permitido, espera-se, pelos dois rivais de Lisboa.
Qual é o objectivo do FC Porto ?... Tão simples como transparente: com a extinção do CII, os seus poderes passam para o novo Conselho Jurisdicional da Liga, liderado por Américo Esteves, próximo do FC Porto, ou para o Conselho de Disciplina da FPF, presidido por Herculano Lima, que também é próximo do clube do Norte, tal como Santos Guerra, líder do Conselho de Justiça.
A motivação do FC Porto é assente no número de decisões da CII em que o clube foi condenado com penas que depois foram atenuadas pelo Conselho de Disciplina ou pelo Conselho de Justiça. Um desses casos foi o atraso na Taça da Liga, em 2013/14 (jogo contra o Marítimo). A CII determinou que os portistas agiram "dolosamente e com intenção de causar prejuízos a terceiros" - Sporting, que jogava à mesma hora - e aplicou a pena de derrota, pelo que o Sporting continuaria na competição. O FC Porto recorreu para o CD, que alterou a pena de derrota para multa de 383 euros. O Sporting recorreu para o CJ, que manteve a sanção do CD frisou que tinha havido "dolo" no atraso da partida, mas sem intencionalidade.
Dois outros exemplos:
- Na época de 2012/13, a CII condenou o FC Porto com derrota e subtracção de pontos por ter utilizado três jogadores numa partida da Taça da Liga menos de 72 horas depois de terem jogado na equipa B. O CD da Federação absolveu o clube.
- Em 2013/14, o FC Porto foi condenado pela CII com a interdição do Dragão (1 a 3 jogos) por desrespeito a uma ordem da PSP. O Conselho de Disciplina da FPF revogou a pena e apenas multou um director portista em 170 euros.
Assim funcionam os corredores do poder do futebol português e não é a gritar às quatro paredes nem a dar entrevistas 24/7 que esta situação maligna vai ser rectificada. Neste caso concreto da Assembleia Geral de hoje, a união de votos do Sporting e Benfica é decisiva.
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