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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Quando se avalia o desempenho de Jorge Jesus no Sporting é inevitável que se recorde o seu salário. É um dos dez ou quinze treinadores melhor pagos no Mundo. Foi contratado com um vencimento assim porque consideraram-no (e ele considera-se) um técnico muito especial com elevadíssimo grau de sucesso competitivo. E porque com ele os jogadores rendem muito mais. Afinal, Jesus é o Mestre da Táctica.
Esta é uma ideia que pode corresponder à realidade, mas não se está a verificar no Sporting nesta época. As saídas de João Mário e de Slimani e a lesão de Adrien revelam um treinador com dificuldades para acertar as agulhas no campo. Entretanto, o tempo vai passando e os jogadores que entraram neste defeso parecem corpos estranhos na equipa. Quando se observa Campbel, Markovic, André, Alan Ruiz e Elias fica-se com a ideia de que não percebem o que Jesus pretende deles. O problema de Petrovic é de outra dimensão, Castaignos e Meli continuam desaparecidos e apenas Douglas terá entrada certa nos próximos tempos. Dos restantes, Bas Dost parece integrado, Spalvis está lesionado e Beto constitui um caso à parte.
Sempre que o nome de Jorge Jesus surge associado a jogadores da Academia há muitos sportinguistas que receiam pela visão e opções do técnico. Com ele apenas Gelson Martins e Rúben Semedo, por razões naturalmente diferentes, conseguiram furar a malha. Carlos Mané foi para a Alemanha e Matheus Pereira continua na equipa B. Palhinha, Francisco e André Geraldes, Iuri, Podence e Wallyson continuam a ganhar tempo de jogo emprestados a outros clubes porque nunca teriam em Alvalade. Por um lado, isso é bom pois voltarão mais fortes. Mas, por outro lado, como alguns deles são jogadores de grande cultura táctica e de conhecimento dos processos de jogo, questiona-se se não seriam muito úteis no Sporting, nomeadamente quando as estrelas que foram contratadas não se integram nas ideias e nos propósitos do treinador.
Começa a tornar-se cansativo ouvir Jorge Jesus a justificar os maus resultados. No caso do Sporting-Borussia Dortmund foi deprimente. Creio que nem ele acredita quando se justificou com a fraca experiência europeia dos jogadores do Sporting, em comparação com os alemães. Foi um sinal de desnorte, pois há muito tempo que não tínhamos uma equipa com um percurso competitivo como o desta. As expulsões do banco que ele tem sofrido também são um mau indicador.
A capacidade de trabalho e a exigência profissional de Jorge Jesus são sobejamente conhecidas. É urgente que ele as aplique com proveito ao futebol do Sporting.
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