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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
A formação secundária do Sporting provou a sua utilidade a promover talentos e a dar rodagem a jogadores da equipa principal, além, obviamente, de ter contribuído para receitas extraordinárias em vendas.
O Sporting prepara-se para fechar mais um ciclo da equipa B (de 2012 a 2018), com um balanço extremamente positivo, sobretudo do ponto de vista financeiro. Contabilizando as principais vendas de jogadores que saíram dos plantéis dos últimos seis anos (sem considerar os futebolistas da equipa principal que por lá passaram esporadicamente, como por exemplo Slimani ou Cédric Soares), a receita prevista em termos de vendas de atletas promovidos pela formação secundária poderá ascender a 108,8 milhões de euros: 81,5 milhões de vendas já efectuadas (João Mário, Rúben Semedo, Bruma, Ilori, Dier e Sacko) e 27,3 milhões de opções de compra que podem ser ativadas (Carlos Mané, Iuri Medeiros e Tobias Figueiredo).
Embora a equipa B seja apenas parte de uma engrenagem que começa na formação e acaba na equipa principal, o seu papel na afirmação de jogadores é relevante, sendo que, do lote assinalado que deixou bom encaixe nas arcas leoninas, somente Sacko não é formado no clube. Além desta função, que relega até para segundo plano a classificação na II Liga (por sinal praticamente sempre a piorar), a possibilidade de servir de cenário para a recuperação e obtenção de ritmo de jogo de atletas do elenco principal dota o Sporting B de uma importância que muitas vezes é menosprezada.
Nestes seis anos, o Sporting B contou com seis treinadores que utilizaram um total de 132 jogadores, a maioria vindos da formação, mas também contratados e "despromovidos" da principal. Há internacionais lusos que passaram pelo Sporting B, onde foi igualmente forjado um actual titular da selecção de Inglaterra: Eric Dier.
Recorde-se que a inscrição da equipa B custava apenas 50 mil euros, um valor que a partir da próxima temporada poderá passar para os 500 mil. Não é esse o motivo decisivo para o clube verde e branco abdicar de um segundo plantel a competir em provas profissionais, mas pesou na opção, tal como a "dureza" da II Liga.
Certo é que a partir de 2018/19 os leões passarão a ter os seus atletas mais jovens a competirem numa nova prova, o campeonato de sub-23.
Rafael Toucedo, jornal O Jogo
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