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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
De súbito, depois de um longo e estranho silêncio, Luís Filipe Vieira achou por bem falar aos benfiquistas (e ao público desportivo em geral, obviamente). Para isso, fez o que é habitual nestas ocasiões, disponibilizando-se para uma entrevista num jornal e para um discurso numa homenagem no Estádio da Luz. Ao mesmo tempo, sinal da grande aceleração dos acontecimentos, Pinto da Costa escreveu um artigo intitulado 'Os Intocáveis', na revista Dragões, dizendo ao que vem. Depois de Bruno de Carvalho, o presidente do FC Porto também se pôs a caminho.
Compreende-se a necessidade de Luís Filipe Vieira passar à ofensiva. É verdade que tem saudades do Bruno de Carvalho compreensivo que não lhe criou problemas depois de placas de alumínio terem voado num dérbi no Estádio da Luz e do Pinto da Costa que era um bom aliado e o convidava para o camarote no Dragão. Mas, de repente, tudo mudou, um dos seus vice-presidentes aperta-lhe os calos, leões e dragões juntaram os trapinhos, o Benfica pena na classificação da Liga e a “estrutura” sacode a água do capote. Chegou a altura do presidente fazer prova de vida.
O Camarote Leonino deu relevo às declarações do presidente do Benfica por ser evidente que ele teve a intenção de reagir a Bruno de Carvalho e à ofensiva que este leva a cabo desde o célebre Prolongamento na TVI. Penso que deve ser levado a sério, pois é pouco inteligente menosprezar um dos principais adversários e desvalorizar a sua estratégia de contra-ataque. Todos conhecemos a longa história da rivalidade entre o Sporting e o Benfica, pelo menos desde o primeiro dérbi realizado em Dezembro de 1907, no Campo da Quinta Nova.
Luís Filipe Vieira procura, agora, trazer Pedro Proença para o centro da querela, quando o presidente da Liga tem procurado passar despercebido sentadinho numa cadeira na periferia de todas as peripécias. O que se passa é também com ele, pois claro.
Agora, nesta nova fase da contenda, ver-se-á se Bruno de Carvalho é capaz de controlar a ocasião e as circunstâncias, de pôr a cassete de lado e, explorando diversas possibilidades, alcançar os objectivos que interessam ao Sporting e ao futebol português. É mais do que certo que não consegue isso com a habitual conversa para a plateia, mas apenas se for capaz de estabelecer uma estratégia que considere a imprevisibilidade dos acontecimentos e interesses muito mais amplos do que os dele próprio. Assim, evitará a armadilha que ele próprio colocou no caminho.
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