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A forma como Bruno de Carvalho assumiu o mandato de presidente do Sporting teve o condão de afastar muitos adeptos que não se reviram no seu modelo presidencial e na forma como definiu os atributos que regulam e exprimem a concretização da sua função.

 

Muitos não suportam que um presidente se procure substituir aos símbolos desportivos na função de representação da identidade leonina. Nem o seu subliminar providencialismo, a pretensa iluminação que irá resgatar o clube de todos os seus males e insucessos desportivos.

 

Por outro lado, aquela história pateta dos croquetes e dos lambuças, dos verdadeiros e dos falsos sportinguistas, dos ressabiados e dos barões marginalizou mais gente do que alguns suporiam. E quando proclamou que “o Sporting é nosso” percebeu-se que muitos ficaram excluídos do “novo Sporting”. Agora, proclamou que o “Sporting é do povo”. Mesmo sabendo que “povo” é uma palavra um tanto ambígua, considerou-se no direito de ostracizar ainda mais sportinguistas.

 

Agora é tarde e os que nunca apoiaram Bruno de Carvalho não mudarão de opinião, limitando-se a exigir que corresponda como presidente ao que a sua garganta apregoa aos quatro ventos. Daí não vem mal ao mundo, em todas as circunstâncias há quem não descortine méritos em alguém mesmo que muitos fiquem extasiados perante a obra e o criador.

 

Penso que não é este grupo recalcitrante de sportinguistas que preocupa Bruno de Carvalho. Os que não se aproximaram ou não foram comer à mão no início, dificilmente o farão noutro momento. Os que, entretanto, lhe caíram no regaço foram pescados à linha.

 

José Mª Ricciardi e Álvaro Sobrinho constituem um caso à parte nesta história de pesca à linha. São peixes de águas profundas e possuem outro habitat. Mesmo quando parece que estão imóveis, na realidade estão em permanente movimento. São eles que escolhem e/ou integram quem chega.

 

Pelo menos, desde Soares Franco que é assim. Imediatamente antes, foram Roquette e Dias da Cunha que com os seus nomes e fortuna que avalizaram o crédito para o Sporting. Depois, iniciou-se a dinastia Ricciardi & Sobrinho.

 

O que realmente incomoda Bruno de Carvalho é a possibilidade de ver encurtar a sua base de apoio, o que ele receia que aconteça quando tremem os resultados desportivos e/ou financeiros. Por essa razão tem em actividade uma legião de seguidores nas redes sociais e contratou um elevado número de “colaboradores” que actuam em diversos níveis e plataformas, mantendo uma constante e programada intervenção “política” de acordo com as circunstâncias. Para além do recurso a agências de comunicação, obviamente.

 

Não é por acaso que os que apoiaram a candidatura de Bruno de Carvalho e que em determinado momento se desiludiram e se afastaram são visados com particular violência nas redes sociais. Muitos deles têm um historial de oposição ao chamado “roquettismo” quando, apesar de minoritários, revelaram invulgar integridade. Mas isso não impede que agora sejam apodados de “lambuças” ou outros mimos do género. Neste grupo há quem tenha sido convocado pelo Ministério Público para eventual procedimento judicial.

 

Quando em Alenquer Bruno de Carvalho criticou um grupo de pessoas que têm no Sporting percursos e posicionamentos diferentes, colocou-os propositadamente no mesmo saco para serem identificados como responsáveis de males passados e de males futuros. A sua intenção é continuar a marcar o próprio território e manter a sua hoste agrupada e mobilizada contra os “inimigos internos” que serão, segundo ele, “eternos perdedores e submissos”.

 

Mas, em Alenquer, como é habitual ao longo do seu regime de presidente, Bruno de Carvalho dirigiu-se também a um grupo de sportinguistas ainda maior do que os anteriores, aqueles que observam em relativo silêncio o desenrolar dos acontecimentos. Estes recordam, comparam, avaliam e concluem. Sendo numerosos, serão decisivos num próximo acto eleitoral.

 

Quando Bruno de Carvalho parece lamentar ou criticar a divisão que se verifica entre sportinguistas na realidade está a fazê-lo por razões meramente instrumentais. De facto, ele nunca desejou nem procurou a unidade dos adeptos porque o seu carácter é o de quem provoca rupturas e procura impor novos modelos organizacionais e funcionais.

 

Mais do que assumir uma função agregadora e privilegiar plataformas negociadas e consensuais, é próprio em Bruno de Carvalho pretender impor caminhos de acordo com os seus dogmas de cada momento. A sua natureza é um pouco como a do escorpião e a sua personalidade possui um ego que tem dificuldade em caber em Alvalade.

 

 

P.S.: As últimas declarações do PMAG Marta Soares intimando determinados sportinguistas a “retractarem-se publicamente” revela que há uma intenção deliberada de intimidar e excluir sportinguistas. A lista elaborada pelo Fórum SCP de pessoas que não terão contribuído para a “Missão Pavilhão” denuncia que entrámos na fase do “índex”.

 

publicado às 12:53

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11 comentários

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De Tywin Lannister a 11.06.2015 às 15:15

«A forma como Bruno de Carvalho assumiu o mandato de presidente do Sporting teve o condão de afastar muitos adeptos que não se reviram no seu modelo presidencial e na forma como definiu os atributos que regulam e exprimem a concretização da sua função.»


Muitos adeptos afastaram-se... porque entretanto se tornaram sócios... ;)

A recuperação feita nesse particular é uma clara inversão do que vinha acontecendo nos últimos quatro ou cinco antes de Bruno de Carvalho, para não ir mais longe no tempo...
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De Leão Zargo a 11.06.2015 às 15:22

Tywin Lannister

Escrevi sobre o que é a minha convicção profunda em resultado da observação e do estudo. O assunto é a (des)união dos sportinguistas e como cada um de nós a encara.

Parece-me que o Tywin Lannister não identifica grandes problemas a este nível e que considera que há uma situação optimista. Oxalá tenha razão, mesmo que essa não seja a minha percepção do que se passa no Sporting!
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De jose a 11.06.2015 às 15:38

Caro Leao,
Permita-me que lhe pergunte qual foi o estudo que fez em relação a esta temática?
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De Leão Zargo a 11.06.2015 às 16:45

José

Há muito tempo que me habituei a fazer investigação dos “media” com a finalidade de desenvolver o estudo numa perspectiva analítica e comparativa. E quem estuda, analisa e avalia chega a determinadas ilações.

Não me circunscrevo a um passado remoto, gosto de incorporar a atualidade. É o que acontece no que se refere ao meu interesse pelo Sporting.

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De Comediants a 11.06.2015 às 18:45

Zargo , o JJ disse uma vez que mais vale dizer coisas certas com palavras erradas do que palavras certas coisas erradas...
Neste caso você, escreve muito bem mas não diz nada de essencial. As suas frases são esbeltas mas ocas de significado, nem lhe posso dizer se está certo ou errado porque essa sua justificação não diz rigorosamente nada em relação à pergunta do leitor acima.

Diga-me outra vez qual é o processo e factos no qual se baseou para chegar a essa conclusão?

Eu não preciso de dizer muito para saber que o Sporting está mais "vivo" agora do que nos tempos anteriores, basta olhar para a variação do numero de sócios deste ano em relação à época anterior ou da época anterior em relação ao tempo de GL . Este ano tivemos das melhores medias dos últimos anos. Pronto acho que disse muito mais que o senhor em menos palavras, e com factos!
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De Leão Zargo a 11.06.2015 às 19:02

Comediants

Tive muito prazer em conhecê-lo, mas o seu comentário não constitui base para conversarmos.
Se eu não digo nada de essencial não vale a pena perdermos tempo.

Eu sei que cada um é senhor das suas convicções e que as deve defender até ao fim. Mas, nas faz sentido vir a este blogue só para vilipendiar quem expõe publicamente a sua opinião.
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De Leão Zargo a 11.06.2015 às 19:22

(...) "não faz sentido" (...)
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De Comediants a 11.06.2015 às 19:53

Continuo sem resposta e o leitor acima certamente também estará à sua espera. Gostaria mais uma vez de perguntar onde posso recriar o seu estudo de forma a saber qual o nível de desunião dos sócios do SCP.

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De Leão Zargo a 11.06.2015 às 20:05

Comediants

Há muitos anos que faço análise sociológica e antropológica com base em jornais, entrevistas, inquéritos, quadros quantitativos, fotografias, etc.

Como saberá, esse tipo de análise adquire validade de acordo com a argumentação e a fundamentação. Isto não é uma tese de doutoramento, mas um post com duas folhas A4.
O que afirmo está fundamentado, mas aceito que discorde no todo ou em parte.

Se me disser concretamente qual é o motivo da sua discordância ou aquilo que pretende ver esclarecido será mais fácil eu responder-lhe.
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De Lion73 a 11.06.2015 às 22:29

Está fundamentado, onde?

Como explica o recorde de assistências do estádio e o aumento de 30% do número de sócios? São estes fundamentos mais fortes que os seus ( se os tem )? Ou fazem parte da cartilha do brunismo, como normalmente faz referência, quando lhe apresentam dados objectivos e indesmentíveis?
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De Leão Zargo a 12.06.2015 às 08:21

Lion73

O Lion73 fez um pequeno esforço para ler o meu texto? É capaz de apresentar uma frase com que discorde e a razão da discordância?
Ou vem aqui ao Camarote apenas para repetir algo que só indirectamente é que está relacionado com o post?

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