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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O Ricardo Leão já manifestou, em post, a sua opinião sobre a apresentação da candidatura de Frederico Varandas. Apesar disso, e à margem da discussão que o tema já gerou, quero, enquanto redactor do Camarote Leonino, apresentar também a minha análise, numa fase ainda muito embrionária deste processo.
Como ponto prévio deixo claro, que senti alguma simpatia pelo agora candidato, a partir do momento em decidiu cortar a ligação que mantinha com uma direcção, que se colocou na ilegalidade. Tenho porém de dizer que, numa primeira leitura, esta apresentação me desiludiu em alguns aspectos, pela forma e pelo conteúdo.
Na forma pareceu-me haver uma grande preocupação com os efeitos visuais, o que talvez fosse dispensável. Mas isso é o menos relevante. Já quanto ao conteúdo, o achei algo vazio. Para uma candidatura que tem sido anunciada com pompa e circunstancia, vejo apenas no campo das ideias uma muito vaga enumeração de linhas gerais, inteiramente expectáveis de qualquer candidato.
É certo que a procissão ainda vai no adro, e de certo que o projecto ainda aparecerá, assim como a equipa que também não foi apresentada. Pareceu-me haver nesta candidatura alguma precipitação no arranque, para conseguir ser a primeira. Se assim foi, considero ser um erro, porque a vitória só se consegue quando se cortar a meta. Admito porém, que a estratégia passe por vários capítulos, para manter o foco dos votantes sempre activo. Se assim for será uma estratégia, muito assente em marketing comercial.
Há dois ou três aspectos que me merecem alguma reserva. A assunção de uma espécie de evolução na continuidade, com a atribuição de louros a Bruno como o obreiro exclusivo do Pavilhão, sabendo-se que este resultou de um processo que passou por outras direcções e já estava em andamento. Talvez para ganhar votos na área brunista, mas há alturas, em que é preciso fazer algumas rupturas. E isso é normal em disputas eleitorais. A questão da unidade interna começa quando o presidente assumir funções. Até lá tem que haver um rumo e opções claras, de acordo com as alternativas. É assim a democracia.
O aparecimento de apoiantes incondicionais do brunismo, na Comissão de Honra, como Barroso,(um dos criadores do Monstro) também responsáveis morais pelo que aconteceu ao Sporting, no mínimo não era aconselhável. E não tem nada a ver com a sua condição de adeptos ou sócios, que são de pleno direito, nem com qualquer perseguição.
Em conclusão e porque muita água ainda vai correr por debaixo das pontes, não vou, à partida, diabolizar esta sua primeira candidatura, embora não tenha arrancado da melhor maneira, podendo até comparar-se, nesta fase preliminar, à montanha que pariu um rato.Vamos esperar para ver o leque completo. Para além de divergências, o que de pior pode acontecer é a campanha transformar-se numa guerra fratricida. Haja lucidez e bom senso.
P.S.: Um pouco à margem das candidaturas, penso que tinha sido mais razoável dar mais tempo à Comissão de Gestão, composta por gente séria e competente, para arrumar a casa. Se havia a possibilidade de utilizar seis meses, porque se dão apenas dois? Considero que houve mais uma precipitação.
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