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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O Sporting de Keizer é um Sporting transfigurado. É um Sporting que quer a bola e pressiona para a ter e quando a tem trata-a bem, a um, dois toques, com intensidade. E ao terceiro jogo, no mais difícil teste, a ideia de jogo do holandês, que quer a equipa a recuperar a bola em apenas cinco segundos, passou com distinção: vitória por 3-1 frente a um bom Rio Ave, três golos marcados e oportunidades para fazer mais ainda. É como a noite e o dia, a diferença do mau e do bom futebol.
Quem frequenta certo espaço nocturno lisboeta de nome Incógnito, ali entre o Chiado e o Palácio de São Bento, sabe bem que, tão certo quanto os impostos, a morte e outras inevitabilidades, é algures a meio da madrugada passar um tema de um rapaz chamado Twin Shadow, de seu nome “Five Seconds”.
Não consta que Marcel Keizer vá dançar ao Incógnito ou se tenha inspirado em Twin Shadow para a sua metodologia de treino. Mas de acordo com as palavras de Gudelj no final do encontro frente ao Qarabag, também para ele o segredo está em cinco segundos.
Cinco segundos é o tempo que os jogadores do Sporting têm para recuperar uma bola perdida, cinco segundos é o que têm para pegar nela, dar no máximo dois toques e rodar para o próximo. Se Twin Shadow, logo no arranque da canção, canta “cinco segundos para o coração, directos para o coração”, para Keizer e para este novo Sporting, são cinco segundos para o bom futebol, directos para o bom futebol.
Lídia Paralta Gomes, no jornal Expresso, aqui.
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