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Bruno de Carvalho e a decadência de uma Nação.

 

A história política europeia do século XX, ensinou-nos que a atracção das massas em torno de um líder fundamenta-se pela presença de dois factores primordiais – a tão sedutora natureza contestatária implícita à acção do próprio líder, como a deliberação de discursos de charme ideológico, onde o líder se associa per si aos mentores dos maiores feitos da própria Nação, intimamente conotados com um saudoso heroísmo perdido no tempo. Isto prova-nos, de facto, que as massas mobilizam-se infelizmente, por conversa revolucionária pouco concreta no ultrapassar de crises, mas generosa com o mais simplório sentimento de orgulho ferido.

 

Na década de 70, um Portugal demasiado absorvido pelo imperialismo lidava com uma taxa de analfabetismo na ordem dos 25%, onde contudo, persistiam pensadores e idealistas que combatiam pela liberdade e auto-determinação intelectual. Hoje, em contraste com os 44 anos posteriores à Revolução de Abril, apenas 40% do eleitorado manifesta interesse em exercer o direito de voto, expondo deste modo a decadência social de um Povo que despreza o maior avanço cívico conquistado na sua história moderna. No Futebol português, porventura o refúgio dos restantes 60%, aceita-se o retrocesso intelectual como parte integrante da paixão que se sente pelo Clube. Dizem eles, os Adeptos, que sem paixão não existe Futebol, como quem aceita a irracionalidade como um mal necessário. Isto explica-nos a razão pela qual a mentalidade neomarxista do actual Presidente do Sporting é tão bem aceite pelos Adeptos. No fundo, o Mundo mudou desde a desintegração da URSS ou após a queda do Muro de Berlim. Mas não na mente dos Adeptos do Sporting.

 

Roquette e Marquês do Pombal, os piores de Portugal.

 

O Sporting é, entre os três Grandes e por diversas razões, o Clube mais instável na sua relação com o meio onde se integra. Uma das suas maiores vulnerabilidades prende-se efectivamente com a disjunção entre o seu ideal ecléctico civilizado e a paixão totalitarista do adepto cristalizado apenas pela doutrina do Futebol. Sejamos realistas – quando instados por Santana Lopes a pronunciarem-se pela continuidade das modalidades, o próprios sócios entregaram de bandeja o ecletismo ao vaso sanitário. Incrivelmente, ou não, anos mais tarde seriam os mesmos Sócios a culpar… Roquette (!) pela extinção das Modalidades. A mesma dificuldade em lidar com os factos assiste de igual modo, ao actual Presidente. Aparentemente, José Roquette é culpado de tudo o que este País tem de mal, como pela “destruição” do Sporting. Se o Leitor aceita essa tese de olhos fechados, então evite ler o resto do texto.

 

Bruno de Carvalho utiliza no seu discurso (de modo brilhante, pensará ele) uma personificação percursora de João Rocha, conotando-se por diversas vezes à visão do antigo Presidente, sem pudor nem preconceitos. Acredita que João Rocha estará a olhar por ele, numa estranha relação de Pai para Filho que Carvalho nunca teve, nem com Rocha nem com Aragão Pinto. Na verdade, e até hoje, Bruno de Carvalho apenas cometeu os mesmos erros do antigo Presidente. À conveniência de associar os títulos internacionais nas modalidades nesta actual Direcção, ainda longe de comparada sequer à Presidência de Sousa Cintra, Bruno de Carvalho goza do privilégio de ter Jesus oferecido de bandeja pelo Rival como pela solvabilidade oferecida pela Banca. Um contrato oferecido pela NOS onde cedeu estupidamente a soldo todas as principais receitas comerciais do Sporting a 12 anos para financiar o futebol, não disfarça sequer a sofrível dificuldade em angariar parceiros de renome para o Clube – Macron, MaloClinic, TelePizza, Bom Petisco e Espaço Casa, entre os de maior prestígio… Pior, a falta de vergonha em se associar a um monumento edificado por si em homenagem ao Clube, quando pouco ou nada provou, ainda, de sua exclusiva autoria, nos destinos do Sporting.

 

Bruno de Carvalho, ou a falta de ensino básico.

 

Se Bruno de Carvalho pretende inscrever-se na história do Sporting como um novo “Rocha”, então talvez precise de estudar mesmo um pouco de História. A longa presidência de João Rocha associa o Sporting ao seu maior legado desportivo, irrepetível até hoje, tanto quanto ao seu primeiro grande buraco financeiro. Rocha foi colocado no Sporting por ingerência de um Comité criado em finais de 60 e composto por diversas personalidades influentes não apenas no Clube como no próprio regime político de então, tanto quanto na diáspora económica privada do País – o Conselho Leonino. Cedo João Rocha pretendeu virar costas a toda a estrutura para se tornar “o Boss” totalitário, como o próprio se descrevia. Um erro de estratégia, talvez por deslumbramento, que lhe custou uma guerra com o próprio órgão que o tinha eleito. Por consequência, cria-se a primeira guerra dentro do Clube, durante anos pouco visível fora de portas, mas que viria a culminar com a expulsão de Rocha do próprio Conselho Leonino, anos mais tarde. 

 

O sucesso do seu projecto “Clube completo” dependeria de uma Sociedade Comercial (idealizada pelo vice Roquette, pasme-se), algo que nunca avançou por consequência de uma série de cisões que o próprio Rocha impôs – o 25 de Abril de 74 teria sido menos influente no desenrolar desta questão, se Rocha não se mostrasse intransigente perante alguns Vices. A manutenção de todas as Modalidades afectas ao Clube naquele período, representavam um pesado encargo que obrigava a uma dissociação de investimento no Futebol – um dos motivos que dificultou, entre outras questões, a permanência de Yazalde em Alvalade. João Rocha é hoje visto como um exemplo, mas será justo questionar: o que deixou João Rocha para governar, quando abandonou a Presidência? A resposta é simples: deixou a porta aberta para os bolcheviques Gonçalves e Sintra.

 

A História mostra, ensina e explica. As Presidências a que temos assistido no Sporting, nomeadamente aquelas que têm gozado de maior empatia para com os Adeptos, manifestam-se viciadas em dinâmicas que serpenteiam sobre si próprias, sem destino de fuga possível. Demasiado circunscritas à acção do próprio mandato e do autoritarismo presidencialista, muito pouco sustentáveis não apenas para futuras Direcções como para o próprio futuro do Sporting, resultam no óbvio – cada vez que um Presidente cai, fica um irremediável vazio no Clube. Roquette foi o único Presidente a promover no Sporting uma separação de poderes e responsabilização de competências, talvez porque nunca tivesse precisado do futebol para ser alguém na vida. E ainda se atrevem a dizer que representa o pior de um País?

 

publicado às 10:01

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27 comentários

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De José Coelho a 21.02.2018 às 11:05

Sr. Drake Wilson, faltou referir no seu longo artigo, no que diz respeito ao Sr. João Rocha, que quando foi convidado para ser presidente do Sporting, também o tinha sido para a presidência de um clube do seu distrito de origem. Como se sabe JR era natural de Azeitão, mais propriamente Aldeia de Irmãos. Optou pelo SCP, do qual em tempos tinha sido sócio e, na minha opinião tornou-se, dos que me lembro, o melhor presidente do Clube. Para além do que fez nas modalidades amadoras, (por ex., só a ginástica tinha 4 mil atletas, que originava um rendimento avultado), muito contribuiu monetariamente para o clube e quando saiu o Sporting era um clube sem dívidas, antes pelo contrário.
O Sr. B. Carvalho nada tem a ver com J. Rocha. A não ser ter dado ao pavilhão desportivo o nome do antigo presidente. Basta ter em conta que com as VMOCs conseguiu adiar uma dívida de milhões que não se sabe como será paga quando chegar o prazo final; a SAD já tem Sobrinho com 30%, segundo os jornais, como acionista. Ficará por aqui? A Academia em Alcochete já não é do clube; do imobiliário que circunda, passe a expressão, o Estádio o que é que ainda pertence ao Clube? O negócio com a NOS, dizem que foi um "GRANDE NEGÓCIO", a 12 anos do qual o Clube já recebeu avultadas verbas; e quando já não houver verbas para receber?
Os presidentes são voláteis. O SCP é eterno!
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De Drake Wilson a 21.02.2018 às 12:03

Bom dia José.

Será difícil debater qualquer argumento, se apenas apresentar um contraditório desprovido de factual.

João Rocha encontrou um Passivo no Sporting tal como deixou outro – um facto comprovado não apenas pelo próprio, como igualmente referido na comunicação social da época, do mesmo modo documentado pelas apreciações contabilísticas do referido período, conforme conheço.

De memória, recordo-me inclusivamente de alguém que terá surgido formalmente como candidato, naquele período, dispondo-se a pagar esse mesmo passivo que João Rocha lamentava não conseguir suster. Não me recordo de mais pormenores – mas se o José acompanhou, pode lembrar-se.

Por curiosidade, e porque presumo o seu conhecimento de causa, qual o "valor avultado" que os 4 mil praticantes de ginástica proporcionavam ao Clube?

A auto-conotação a João Rocha por parte de Bruno de Carvalho, ficou bem clara no discurso do próprio na última Assembleia Geral.
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De Anónimo a 21.02.2018 às 12:41

Quando os sócios começarem a fugir como vocês anunciaram avisem tá bem? No último mês subiram mais 1000. 😀 mais de 168.500 neste momento... Os meus pêsames.
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De Drake Wilson a 21.02.2018 às 13:01

"...as massas mobilizam-se infelizmente, por conversa revolucionária pouco concreta no ultrapassar de crises, mas generosa com o mais simplório sentimento de orgulho ferido."

Da próxima vez, registe o seu comentário com um nome.
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De Carlos N.T. a 21.02.2018 às 12:57

Uff!!.. Drake
Para além de nos ensinar matemática, ainda tem tempinho, para umas lições de história.
Isto tudo, de borla.!! 😁
Probleminha maior serão os 60% do nosso aqui eleitorado.
Não percebeu patavina. O mais certo!!
Ai, esse português interpretativo!!. 😂

P. S. O "eleitor" Bruno deve estar desagradado, se é que entende os escritos aerodinâmicos do Drake
LOOOOOOOOOLL!!!
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De Drake Wilson a 21.02.2018 às 13:11

Carlos, com algum humor...

60% do eleitorado não lê nada de relevante para além das instruções de um WC Pato.. Bruno de Carvalho vota nele próprio desde os 6 anos.
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De José Sousa a 21.02.2018 às 13:35

Concordando ou não é um bom texto de reflexão do caro Drake Wilson, que cada um interpreta como sendo a sua verdade, sabendo que esta não é absoluta.

Sei que não foi por mal, mas esta parte dos 60% e do wc pato era desnecessária, pois quando se diminui alguém, estamos no fundo a diminuir-nos.
O que transmito as minhas filhas é que todos aprendemos com todos, por mais ínfima que seja até com quem não tem qualquer formação académica aprendemos.
Porque um copo cheio não leva mais água e se adoptarmos o "Só sei que nada sei" estaremos sempre numa procura de novos porquês que nos levam a novas questões.
Desculpe, foram muitos aninhos de filosofia que se torna viciante, mas acabei por seguir outra via académica.

''Humilhar uma pessoa não lhe fará melhor que ninguém. Só lhe fará ignorante. Inundado na arrogância, na falsa modéstia.''



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De Drake Wilson a 21.02.2018 às 20:28

Boa noite José.

Contextualizei com humor estes 60% no universo cívico, e não particularmente ao eleitorado sportinguista.

Existe ainda uma dificuldade muito grande na nossa população em lidar com os direitos e instituições que lhes servem, talvez por motivos de descrença mas essencialmente de indiferença, que conduzem a uma ausência de debate e pensamento. Pode soar de modo cruel a analogia a uma leitura do "wc pato", mas duvido que a realidade esteja muito longe.
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De de Vigia a 21.02.2018 às 13:58

Caro DW

Começa com um bom texto para reflexão e depois descamba. Acho que por aqui ainda não foi percebido, entendido ou conhecido que os Sportinguistas não são acéfalos, pensam pela própria cabeça e quando chamados tomam SEMPRE as melhores decisões. E enquanto o DW e outros percorrerem este rumo dificilmente encontrarão um bom porto que seja verdadeira e realmente alternativo!! Recomendo que se reflita nas razões porque um ano depois os apoios á direção do SCP cresçam e ao mesmo tempo o discurso de que o DW faz parte reduz aliados.

Á att:
Não humilhes, e não serás humilhado.
"Textos Judaicos"
Ser intransigente com os outros não tem grande sentido; eles são o que podem ser e creio bem que seriam melhores se o pudessem; a Natureza ou o meio lhes tiraram as condições que os levariam mais alto; não os devo olhar senão com uma íntima piedade.
"Agostinho da Silva"
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De Drake Wilson a 21.02.2018 às 20:47

Boa noite De Vigia.

Em primeiro lugar, gostaria de lhe dizer que não me considero parte de facção ou comunidade alguma, cujo propósito seja destituir o Presidente ou apresentar qualquer alternativa tão pouco. A minha opinião é insubordinada, independente de existir quem a partilhe, ou de qualquer sua similaridade perante a opinião alheia. Deste modo, a finalidade do que escrevo não recai sobre a intenção de convergir alianças de qualquer espécie, mas sim a partilha de uma visão pessoal.

Agostinho da Silva é um dos portugueses que mais admirei, foi um dos melhores pensadores da nossa praça, se não o melhor. Mas Agostinho da Silva, não obstante da sua cultura e dimensão, em termos cívicos vivia de costas para o País. Não descontava os seus impostos em Portugal, não votava, e segundo o próprio, recusava-se a atribuir nomes aos próprios animais de estimação afim de ferir a susceptibilidade da sua autonomia livre e selvagem.

Fica a minha admiração por um homem diferente, mesmo admirável.
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De Indiana Julio a 21.02.2018 às 21:10

Um áparte só em termos de curiosidade , existem algumas (algumas) semelhanças minhas como vejo no que escreve com o SrºAgostinho da Silva ( que não conheço), viver de costas para o País, nao votar , nao pagar impostos e ainda mais curioso tambem nunca dei nomes próprios a animais de estimação , vivi na selva amazónia no meio deles durante anos e respeito-os muito e por ultimo vivo uma total autonomia livre e selvagem e o unico elemento que me liga ao País e vida social é escrever neste canal Camarote Leonino .
É curioso.
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De Drake Wilson a 21.02.2018 às 23:40

Julius,

Existem duas personalidades na cultura portuguesa sob as quais a minha admiração recai de modo preferencial: Almada Negreiros e Agostinho da Silva. A dimensão destes dois não se circunscreve exclusivamente à própria obra, mas à capacidade magnetizadora que ambos manifestavam na presença do público, sempre junto do povo e nunca das elites.

Registo a recusa de Almada em apresentar o seu espólio nos Paços do Concelho de Lisboa, preferindo as ruas movimentadas da Avenida da Liberdade (creio), para que junto da população o seu trabalho pudesse ser contemplado. Ou mesmo o inesquecível momento televisivo em que Raul Solnado e Carlos Cruz lhe disponibilizam um isqueiro em pleno Zip-Zip, isto antes da revolução. Almada era tratado como "Mestre" por todos os que o conheciam. Era admirado pelo Povo, pelas elites e pelo Regime.

Agostinho da Silva era prodigioso. Não havia tema sob o qual o pensador não tivesse opinião estruturada, conseguindo através de um poder de argumentação nunca visto remeter qualquer pessoa ao silêncio. Recordo-me de gravar uma série de programas em que o próprio fora sujeito a diversas entrevistas (6, se me lembro) com as mais importantes personalidades da nossa comunicação social – Agostinho da Silva era confrontado com temas desde a Actualidade (daquele tempo), à Política, à Economia, à Ciência, à Arte.... e era um gáudio assistir.
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De Schmeichel a 21.02.2018 às 13:44

Não posso falar sobre o mandato de João Rocha porque eu era muito novo..... mas posso falar sobre o mandato de BdC, que se encontra legitimado pelos sócios, já que foi a eleição mais participada de sempre, e considero que nunca tivemos associados tão bem informados sobre o que se passa no clube como agora.
Numa coisa eu concordo com o post, o Sporting é um clube muito instável.... e isso não é só de agora, é um aspecto estrutural..... BdC voltou a demonstrar nestas ultimas semanas a incapacidade para unir o clube. E isto é o mais grave.....
Faz-me lembrar o nosso pais, quando se altera entre governos de esquerda e direita, onde cada um desfaz o trabalho do outro, falta de continuidade, falta de visão e de estratégias de futuro..... todos têm culpa, mas todos falam mal uns dos outros.....
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De Drake Wilson a 21.02.2018 às 20:54

Boa noite Schmeichel.

Você será mais novo que eu, mas considero notável o seu posicionamento emancipado e imparcial. No fundo, seja você simpatizante ou sectário de qualquer Direcção.

Um abraço.
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De Anónimo a 21.02.2018 às 16:27

Um bom texto, idêntico a outros, a que nos habituou Drake Wilson. Com o rigor analítico de sempre, alerta os adeptos sportinguistas, no logro em que caíram e no qual se sentem confortáveis. Sem entrar na informação disponibilizada sobre a história recente do Sporting, e certamente desconhecida por muitos, para além da espuma visível, quero apenas salientar dois aspectos, que deveriam merecer séria reflexão por parte dos adeptos. Refiro-me à "solvabilidade oferecida pela banca" e à volta da qual esta direcção criou o mito, da salvação financeira do Sporting, como obra genial do presidente. A outra afirmação "Um contrato oferecido pela NOS onde cedeu estupidamente a soldo todas as principais receitas comerciais do Sporting a 12 anos para financiar o futebol" ainda deveria merecer maior preocupação, mas está completamente dissolvida, na propaganda brunista. E se esta irresponsabilidade acompanhada e aplaudida acriticamente pelos adeptos, não é uma manifestação de acefalismo, não sei o que lhe chamar.
Os textos de Drake Wilson, pelo seu estilo pessoal, não são fáceis de ler e compreendo que não sejam acessíveis a qualquer leitor, menos preparado, sem que isso signifique uma assunção de menoridade. Todos sabemos que o analfabetismo funcional é muito elevado, com reflexos na melhor percepção da realidade. Com isto, acentuo, até como formador, que não se pretende desvalorizar ninguém. Todos os cidadãos são iguais e têm ao seu alcance a possibilidade de desenvolverem as suas capacidades. Considero os esclarecimentos de Drake Wilson muito importantes e deviam até ser mais regulares. Mas também sugiro, que na medida do possível, que uma vez por outra. faça uma versão mais acessível ao cidadão menos letrado.
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De Rui Gomes a 21.02.2018 às 18:02

Bom comentário, mas arrisca a ser eliminado por falta de identificação. Mais uma vez deixo o alerta.
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De Naçao Valente a 21.02.2018 às 21:27

Erro técnico. Corrigido.Obrigado Rui por ter poupado o comentário clandestino. Se assim não fosse, tudo bem na mesma. Dura lex sed lex.
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De Rui Gomes a 21.02.2018 às 21:31

"Sonhei" que era seu!
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De Naçao Valente a 21.02.2018 às 21:51

Foi a minha sorte. Senão lá tinha que ir fazer companhia à turma dos imbecis.
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De Drake Wilson a 21.02.2018 às 23:55

Boa noite Nação Valente.

Queria agradecer-lhe pela opinião que manifestou. Admiro a vossa capacidade de escrita (dos colegas do Camarote), lamentando um pouco pela minha inexperiência na vertente editorial, nomeadamente na síntese – chego por vezes a cortar parte do que escrevo.

Um grande abraço.
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De Indiana Julio a 21.02.2018 às 17:01

Boa tarde DW

Toda uma história de argumentação para justificar a defesa com mérito da passagem pelos destinos do Sporting de José Holtreman Roquette.

Recordo nessa altura a revolução na gestão desportiva que chegou ao clube , o aparecimento das SADs.
Jose de Sousa Cintra dizia eufórico :- Nem imaginam o que vai ser o Sporting no futuro ; Nem imaginam o que vem aí.

E todos ficámos numa enorme expectativa em que se movimentou todo o universo sportinguista em redor dessa ideia de projecto novo , diferente e inovador no futebol português que como o proprio Jose Holtreman Roquete dizia assegurava o futuro do clube e dar-lhe-ía uma vantagem considerável perante os rivais.

Mas e existe sempre um mas, nao se desenvolveu e não acabou dessa forma.
Os títulos que chegaram nesse período custaram mais que as receitas e ficou o fardo pesado do custo fixo da profissionalização do clube que nao foi possivel sustentar e num ápice o foguetão SCP disparado a tremenda velocidade faltou-lhe o combustivel, deu meia volta e deu início a uma queda vertiginosa para a destruição sem ninguem que o conseguisse parar e manobrar.
Até que.......!!
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De Indiana Julio a 21.02.2018 às 17:11

Quis dizer: "do custo fixo de um modelo de profissionalização do clube"
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De Drake Wilson a 21.02.2018 às 21:06

Boa noite Julius.

Seria suposto João Rocha ser a cara da Sociedade Comercial, com Roquette como coadjuvante. Aconteceu o que referi, acabando Roquette por abandonar o seu posto como braço-direito do referido Presidente.

Anos mais tarde, seria suposto Santana Lopes ser a cara do processo de criação da Sociedade Anónima, com Roquette como coadjuvante. Santana Lopes abandonou perante o apelo político, pouco importado com o frete que fez no Sporting.

Roquette nunca quis relacionar-se com o Futebol. Quando finalmente lançou a SAD, pretendeu dissociar-se da Direcção deste órgão, assumindo apenas o lugar presidencial do Clube e natural regulador/moderador das operações financeiras de todas as modalidades, incluindo o Futebol. Contou com Luis Duque, e Luis Duque fez o que se sabe – sabotou não apenas Roquette, mas toda a racionalidade de um projecto.

Roquette foi campeão, deixou um Estádio e Academia, e seguiu a sua vida porque não estava disposto a aturar a tribo do Futebol. Quem o pode julgar?
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De Rui Gomes a 21.02.2018 às 21:19

Caro Drake,

Tive ocasião de trocar impressões com ele - sem aprofundar muito questões - e uma das dúvidas que lhe apresentei foi ele ter encaminhado Simões de Almeida para o futebol, o que, na altura, considerei um erro.

Ele não me deu uma resposta clara, mas o suficiente para me deixar com a ideia que tudo se deve a ele não se querer envolver nesse quadro, como aliás o Drake indica. A alternativa ?... Designar uma pessoa da sua confiança. Neste caso, sem identificação alguma com o meio.

Mas, concordo, Luís Duque foi o factor mais negativo do trajecto de então.
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De Drake Wilson a 22.02.2018 às 00:47

Estimado Rui.

Concordo consigo na questão de João Simões de Almeida. Pelo que tenho de conhecimento sobre a matéria – limitado a alguns factos e pouco mais – Roquette pretendeu posicionar este vice num enquadramento de mérito pela dedicação ao Clube. Aliás, a frontalidade de Roquette foi severa para com o Dr. Almeida, tanto quanto tempos antes fora o Presidente generoso – quando percebeu que Simões de Almeida tinha pouca "bagagem" para o efeito, o Roquette passou a sua confiança para Paulo Abreu (que se arrependeu depressa), e Almeida não tolerou. Sinceramente, sobra a sensação de que Simões de Almeida nunca perdoou Roquette. O Presidente manteve a intransigência tão coerente à sua forma pouco comum de ser, e Simões de Almeida decidiu sair. Naquele período, já Roquette pretendia Inácio como Director para o Futebol, algo que Simões de Almeida se mostrava resistente. Não obstante, o destino de Inácio acabou por ser outro.

Existe uma outra situação a envolver Godinho Lopes e Luis Duque, numa qualquer traição a Simões de Almeida – mas sobre isso prefiro não publicar. Curiosamente, Godinho e Duque, são os mesmos que prejudicaram Roquette posteriormente. Aliás, a própria relação de Luís Duque com Pedro Barbosa, tendo em vista a retirada de Inácio do cargo que este ocupava, faz do Solicitador um mercenário-profissional.

Não me admira a mágoa de Roquette para com o Futebol.

Estes são os factos que me recordo, não sei se coincide com o que o Rui tem como conhecimento do momento.
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De Rui Gomes a 22.02.2018 às 01:03

Genericamente caro Drake, mas não por aquilo que José Roquette me disse. Compreensívelmente, sendo eu de certo modo um "outsider", não foi muito expansivo.

Em conversa com outros, posteriormente, fiquei com uma ideia um pouco mais clara da situação.

Em suma, vários episódios que em nada beneficiaram o Sporting na altura.
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De Indiana Julio a 21.02.2018 às 21:24

Ficou para a historia eterna do clube como campeão e de ter interrompido um jejum de 18 anos e isso ficar-lhe-ei eternamente grato e compreendendo os custos elevados que se teve que fazer nessa época , creio que valeu a pena , vale sempre a pena quando somos campeões .

Como disse e bem deixou um estádio novo e uma Academia , quanto ao estádio foi uma oportunidade de ouro para o Sporting, creio que se não a tem e aproveitando nesse momento levaria quizá décadas para que o clube viesse a ter um estádio novo.
Neste ponto Bruno de Carvalho é muito injusto quando diz que mais ninguem deixou património ao clube , é uma grande inverdade.

De todas as formas creio que ele proprio acreditou demasiado no seu projecto revolucionário de uma gestão para um grande clube como o Sporting , ou não foi bem acompanhado ou as Direções seguintes nao souberam desenvolvê-lo e deixaram-no esgotar-se com as consequências que todos conhecemos , caindo o clube para um beco que se via sem saída.
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De Drake Wilson a 22.02.2018 às 01:06

Lá está, Julius... Acredito que a perseverança de Roquette perante o que acreditava, tanto tinha de subversivo como de necessário. Se você questionar a qualidade das pessoas que acompanharam o processo, não lhe irei tirar razão. Se aceitar que as seguintes presidências foram ineficazes, concordarei quase na totalidade.

Todos fomos culpados pelo insucesso deste projecto.

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